Reencontro

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Jena

— Vamos, todas vocês, fiquem atentas a movimentação nas fronteiras, e não ultrapassem a linha de domínio, uma vez invadindo o território de outro clã estarão sujeitas as leis da alcateia inimiga.

— Sim, minha alfa.

Pris e Briana após anuir se dividiram, cada uma delas levaria um grupo de lobas, as melhores e mais treinadas para guarnecer nossas fronteiras, agora, sem a presença de Laican e sua intuição para as tramas dos lobos rivais, não podíamos contar com a sorte, o jeito era manter vigília constante.

Com minhas betas tudo estava resolvido, não podia haver falhas, não quando Organda podia enviar seus malditos lobos para iniciar o trato da lua, marcar o dia do desafio, e ainda que disso dependesse a liberdade de Celina eu rogava a mãe terra para que demorasse chegar esse dia, pois se Laican perdesse o desafio Celina poderia perder além da liberdade, a vida.

A realidade era que precisávamos de tempo, tanto para que nosso Alfa fosse trazido de volta, tivesse tempo suficiente para recuperar as forças para só assim ter chances em uma luta.

O morcego está chegando... Permiti que passasse...

— Morcego? — Perguntei somente para não manter o total silêncio, agradeci por poder fazê-lo através da conexão psíquica, se fosse cara a cara, minha beta teria presenciado uma Alfa muda e com o rosto afogueado de excitação e irritação.

— Sei o que sente Jena, ele perguntou de você e não parece contente, há um motivo para ele ter vindo e posso jurar que é por causa de sua visita a bruxa.

— Não pode se intrometer Pria, é minha vida particular.

Não, é sua derrocada para a miséria da solidão, lembre o que a bruxa avisou. E sim, vou me intrometer porque antes de minha alfa, você é minha amiga e me recuso e ver você continuar com isso. Você me incentivou a aceitar Jef, me fez encontrar a felicidade ao lado do meu companheiro, agora é sua vez de fazer o mesmo, estamos torcendo por você, Alfa.

Minha loba rosnou em ameaça, não precisava de Pria para me lembrar, eu sabia muito bem o que aquela bruxa havia dito, era eu que estava lá, maldição!

Se o elo com aquele morcego fosse quebrado, nunca mais eu teria um companheiro, o elo só quebraria com o feitiço dela se eu resistisse a ele por dois meses. Poderia ser fácil, se eu não tivesse a loba dominando metade dos meus instintos.

Estalei a boca sentindo sua presença cada vez mais perto. Seria mais fácil se o supremo dos sombrios não o tivesse acordado.

— Estou acompanhando seu raciocínio e em minha defesa lhe asseguro que não o trouxe, ele veio sozinho, te encontrou por conta, não me culpe.

— Mas você o trouxe perto o suficiente para que me sentisse.

— A bruxa queria falar com ele, me odeie, lute comigo, mas foi um pedido dela. Afinal é direito dele já que vai prejudicá-lo também.

— Porque ela quer falar com ele?

— Para que o ritual seja feito.

Senti meu coração acelerar sentindo uma culpa estranha. — Ele sabe?

— Sim, contei a ele.

Maldita intrometida, porque tinha adiantado a ele? Senti uma dorzinha...

— Ele aceitou?

Ele vai conversar com você antes, acho que ele quer te dar essa resposta pessoalmente. Precisei contar, mas acho que ele já sabia que você ia tentar algo assim, ele falou que os irmãos tinham razão.

Tratado dos Párias - Supremo Alfa.Onde histórias criam vida. Descubra agora