Você tem uma arma?

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Oh Deus!
Pisco para o bombardeio de luzes que estão martelando em meus olhos sensíveis e os fecho novamente. Oh, isso dói.
Virando para o lado, eu imediatamente percebo que não estou na minha própria cama. Meus olhos se abrem, e eu me sento. Ah, ai!
Minhas mãos seguram minha cabeça para tentar aliviar a dor. Não funciona. Não diminui o bombardeio, nada vai aliviar as pancadas que sinto.
Trata-se de uma ressaca não curada. Eu sinto.

Eu olho ao redor do quarto, o reconhecendo imediatamente. Estou na suíte master do Lusso. Ok, eu sinto um branco total de como eu vim parar aqui.
Eu nunca estive tão bêbada que a minha memória chegasse a falhar. Eu tento relembrar a minha noite, de imediato, lembro de Lauren brigando com a pobre Ariana. Então eu me lembro de dançar. Também me lembro de discutir com Lauren no banheiro.
E então eu me lembro de dançar novamente. Ah, e eu me lembro de Harry ter um chilique, mas depois... nada.
Eu me pergunto como vim parar aqui, mas eu realmente não quero fazer essa pergunta já que Lauren estava no bar. Eu agarro a roupa de cama, levantando os lençóis para olhar debaixo das cobertas. Bem, eu estou de sutiã e calcinha, então eu posso supor que não tenha acontecido qualquer foda por aqui, esse não é o estilo de Laur mesmo.

Oh, Senhor, eu preciso de uma escova de dente e um pouco de água. Eu cautelosamente me esforço, levantando devagar me deleitando com o sopro do perfume de Lauren que atinge minhas narinas. Cada movimento ligeiro bate em minha pobre cabeça. Quando fico de pé, somente com minhas roupas de baixo, eu cambaleio.
Eu ainda estou bêbada.
—E como está minha exuberante mocinha esta manhã?

Sua voz é presunçosa. Por que ela não me fez parar de beber? Ela passeia seu olhar em mim, ela está deliciosa usando apenas sua boxer branca e justa, cabelo bagunçado da manhã. Ela é bonita pra caralho. Eu sei que, provavelmente, estou horrível, com o meu cabelo despenteado e a maquiagem toda borrada.
— Péssima. — Confesso mal-humorada. Fui eu que falei? Estou rouca. Eu a ouço rir sozinha. Se eu pudesse coordenar meus movimentos, eu lançaria meus braços sobre ela. Sinto seu corpo e seus braços em volta de mim, e sou grata pelo apoio. Eu enterro minha cabeça em seu peito e poderia, facilmente, voltar a dormir.
— Você quer café da manhã? — Pergunta ela, acariciando meu cabelo.

Mesmo seu carinho suave em minha cabeça é insuportavelmente dolorido, e eu quase vomito só de pensar em comida. Ela deve ter percebido que eu estou sedenta, querendo água porque ela ri novamente.
— Só um pouco de água,então?

— Por favor. — Murmuro em seu peito.

— Venha aqui. — Ela me pega e leva para as escadas que levam à cozinha, colocando-me na bancada suavemente.

— Oh! Merda, isso é frio!

Ela ri, soltando seus braços lentamente, como se estivesse com medo de que eu pudesse cair. Eu poderia mesmo, eu sinto isso. Deus que terrível. Eu agarro a borda da bancada para me equilibrar e assisto, através de olhos meio abertos, enquanto Laur abre quase todos os armários e gavetas da cozinha procurando seus óculos de sol.
— Você não sabe onde guarda seus próprios óculos?

Ela vasculha através de uma gaveta, tirando um saquinho branco.
— Eu estou aprendendo. Minha empregada tentou me dizer, mas eu estava um pouco distraída. — Ela rasga o sachê e o despeja num copo. Os músculos de suas costas aparecendo quando ela se vira para pegar uma garrafa de água na geladeira, enchendo o copo rapidamente, antes de caminhar de volta para mim.
— Alka Seltzer. Isso vai curá-la dentro de meia hora. Beba.

Eu tento tirar o copo dela, mas meus braços não estão entrando em contato com o meu cérebro. Sem uma palavra, ela se move entre as minhas coxas e leva o copo até os meus lábios.
Eu bebo em um gole só.
—Mais?

Eu balanço minha cabeça.
— Eu nunca vou beber de novo. — Murmuro, caindo para frente em seu peito.

— Isso me agradaria muito. Você é muito argumentativa quando está bêbada.

Ela acaricia minhas costas.
— Eu sou? — Eu não me lembro.

— Sim, me prometa que não vai ficar nesse estado quando eu não estiver por perto para cuidar de você.

— Será que vamos discutir? — Eu pergunto. E me lembro da disputa no banheiro, mas fizemos as pazes depois disso.

Ela suspira.
— Não, submeti meu poder temporariamente.

— Isso deve ter sido um desafio. — Eu respondo secamente.

Ela se aproxima, tirando o meu sutiã.
— Foi, mas você vale a pena o esforço. — Ela vira o rosto para mim, beijando meu cabelo antes de o puxar para trás e focar seu olhar no meu estado seminu. — Eu te amo com renda. — Ela diz suavemente, traçando o topo da minha calcinha. — Banho? — Eu aceno contra seu ombro, passando os braços e as pernas em torno dela quando ela me desliza do balcão.

Sou levada de volta pela cobertura, para o banheiro no andar de cima onde sou colocada de pé, fora do chuveiro. Eu estou ao seu lado esperando enquanto ela liga o chuveiro. Sinto-me tonta. Logo ela está me envolvendo de novo, e eu me recosto em seu peito.
— Você está sentindo pena de si mesma, não está? — Ela me pega e me coloca sentada no vaso sanitário. — Tenho boas lembranças de você sentada exatamente aqui.

Eu faço uma careta para mim mesma, mas depois lembro... nosso primeiro encontro sexual aconteceu aqui, no banheiro na noite de lançamento do Lusso. Eu olho para cima, seus olhos verdes escuros, estão olhando para mim.
— Você finalmente me tem onde queria, não é?

Ela está com um copo de água na mão e o encosta em meu rosto.
— Isso sempre irá acontecer, Camila. — Ela pega sua escova de dente, coloca o creme dental e a molha sob a torneira da pia.
— Abra. — Ela ordena.

Ela começa a escovar meus dentes suavemente, segurando meu queixo com sua mão livre. Eu a vejo se concentrar em pequenos movimentos circulares ao redor da minha boca, de repente a lembrança da pista de dança volta para mim - no momento em que eu finalmente admiti para mim que eu estava, definitivamente, apaixonada por esta mulher. Eu não estava tão bêbada quando essa percepção me veio, meu cérebro não estava tão encharcado de vinho. Meu objetivo era evitar exatamente isso, mas foi verdadeiramente espezinhado. Eu me apaixonei por esta mulher forte e arrogante. Deus que criatura.

Oh cacete! Eu encosto a mão no seu rosto, e seus olhos saltam para ela, seus lábios ligeiramente entreabertos. Ela para a escovação e vira o rosto na direção da minha mão, beijando-a com ternura. Sim, eu a amo.
Oh Deus, o que eu vou fazer?
— Cuspa. — Ela diz calmamente contra a minha mão.

Eu a largo e me inclino sobre a pia para livrar minha boca da pasta de dentes antes de voltar a enfrenta-la. Escovando o seu polegar sobre meu lábio, ela retira um pouco de pasta e desliza o dedo na boca para limpar o restante.
— Obrigada. — Eu falo com minha voz totalmente quebrada.

O canto de sua boca se ergue num meio sorriso.
— É tanto para o meu benefício quanto para o seu. — Ela sorri, inclinando-se e beijando-me suave e lentamente nos lábios, sua língua varrendo minha boca com ternura. Eu solto
um suspiro. — Você está péssima e com ressaca. Há qualquer coisa que eu possa fazer para você melhorar? — Ela me puxa para fora do vaso, por isso estou de pé diante dela. Ela me cerca até conquistar meu bumbum, efetivamente me segurando.

— Você tem uma arma? — Pergunto seriamente. Isto faria parar as pancadas na minha cabeça.

Ela dá uma gargalhada.
— Isso está ruim, hein?

— Sim, e porque é tão engraçado?

— Não é, eu sinto muito. — Ela endireita seu rosto e corre o dedo do meio para o lado do meu rosto. —Eu vou fazer tudo melhorar agora.

Oh? Álcool, muito claramente, não matou a minha libido porque cada terminação nervosa desidratada acaba de saltar para a vida. Devo estar horrível, e ela está toda carinhosa comigo? Nós não estamos no mesmo terreno aqui. Ela é feroz e Deus me amaldiçoe, mas porra, toda deliciosa, cheirando almíscar, misturado com água fresca. Eu, por outro lado, tenho uma ressaca do inferno e devo estar parecendo com algo como um espantalho, mas ela não parece se incomodar.

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