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Dois dias depois

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Dois dias depois...

Há mais ou menos uma hora todos chegamos do interro em um cemitério nobre da cidade, várias pessoas apareceram para nos cumprimentar mas depois todos se foram. Todas minhas amigas vieram me dar pêsames mas depois todas se foram também, apenas Sabina ficou comigo em meu quarto fazendo companhia enquanto Josh subiu se trancando no quarto.

Bryan morreu naquela mesma noite, não resistiu aos ferimentos e morreu no local do acidente, morreu no dia que ele quase me matou e depois Josh quase o matou em uma surra. Mas agora parece que o mundo de Josh caiu por terra, desde o momento da morte de Bryan que ele entrou em um estado catatônico a qual eu não consigo decifrar o que ele sente.

Josh chorou algumas vezes, mas um choro silencioso que só ele poderia escutar e eu via apenas as lágrimas caírem, poucas lágrimas pois logo ele enxugava. Preparar o enterro do próprio filho não deve ser algo fácil e eu não consigo imaginar um terço de sua dor.

Bryan tinha todos os defeitos do mundo, herdou todas as manias de Savannah e uma verdadeira adoração pela falecida mãe adotiva, mãe que pelo entendi, abusava dele e o mesmo não via o quanto isso era horrendo.

Meu corpo todo ainda doí muito mas eu suportava cada dor na base de analgésicos para ficar ao lado de Josh, o hematoma em meu pescoço e rosto ainda eram evidentes e foi quase impossível achar uma boa desculpa para omitir sobre o acontecido de todos, por isso que não foi permitida a entrada da imprensa e eu espero que isso impeça qualquer tipo de vazamento.

Nesse momento, estávamos Sabina e eu em meu quarto conversando um pouco sentadas na cama, minha amiga tentava me animar ou pelo menos me distrair mas o máximo que eu conseguia era lhe mostrar um sorriso fraco sem mostrar os dentes.

Minha cabeça está a mil por hora, é impossível não sentir uma certa parcela de culpa com tudo que aconteceu. Sei que não há culpa minha, mas eu sei que minha presença só deixou a relação deles ainda mais conturbada e agora com essa morte, eu me sinto pior ainda.
Sabina e eu nos calamos ao ouvir batidas em minha porta e logo Cida aparece.

— Desculpe incomodar a senhora, mas temos uma visita. — Cida explica.

— Por favor Cida, estou sem ânimo para escutar os pêsames de mais alguém. Diga que Josh e eu estamos dormindo. — Digo com um ar meio cansado.

— Mas ele disse que é amigo da senhora.

Cida explica mas quando eu abro a minha boca para perguntar, sou interrompida por Bailey que aparece a porta do quarto.

— Olá, Any. — Ele diz meio sem jeito.

— Ah Bailey. Nossa, não imaginava que era você. — Digo surpresa.

— Quis vir te ver assim que fiquei sabendo de tudo. — Ele explica.

E Sabina levanta da cama.

— Sendo assim, eu vou com Cida comer algo na cozinha para ficarem mais a vontade, e depois voltarei para minha casa. — Minha amiga diz indo até a porta.

— Cida, Josh já saiu do quarto? — Perguntei.

— Ainda não, senhora.

— Ok, mais tarde passarei por lá.

Digo e elas assentem saindo do quarto, Bailey fica em silêncio em pé e ele parece meio desajeitado, talvez receoso até em de chegar perto de mim.

— Pode sentar.

Eu digo apontando para o lado da cama vazio a minha frente, e Bailey mesmo meio receoso aceitou se sentar.

— Achei que não soubesse do que acorreu. — Digo ainda com um ar cansado.

Depois de tudo que aconteceu, fica difícil até ter ânimo para falar.

— Sabina me contou mas eu esperei o movimento aqui diminuir para eu poder vir te ver, ainda estou assustado com tudo que aconteceu. O cara quase te matou numa surra e ainda tentou te estuprar. — Bailey diz assustado e eu apenas dou de ombros.

— Ele estava drogado.

— Isso não justifica. — Bailey rebate e eu lhe olho confusa.

— Achei que pouco ligasse, nunca mais falou comigo e nem em meu aniversário veio. — Me levanto da cama. — Tu praticamente negou minha existência.

— Jamais. — Bailey levanta também e me olha enquanto cruzo meus braços, então ele respira fundo. — Eu estou magoado contigo, Any. Muito magoado mesmo, mas eu jamais ia te esquecer.

As palavras de Bailey me atingiram como um tiro fazendo minha respiração parar e meu coração doer, Bler e eu tivemos um caso rápido mas eu sempre o vi apenas como um amigo. Antes eu achava que talvez sentisse algo mas depois que passei a gostar de Josh, não sei se a espaço para outro em mim. Mas isso não tira a importância de Bailey em minha vida.

— Você nunca me deixou explicar nada, Bailey. Está magoado comigo sem nem saber a história toda. — Eu retruco sentindo um enorme nó em minha garganta.

— Porque eu não sei se aguento saber mais do que você fazia, Any. Do porquê Josh te chamou de Pink aquele dia na faculdade, não sei se estou preparado para isso.

Bailey responde sincero e meu peito se aperta. Ele respira fundo e caminha ficando bem a minha frente, ele segura a minha mão.

& Mas hoje eu resolvi dar uma trégua nessa guerra dentro de mim por você, pela nossa amizade que tínhamos. Não seria justo eu me omitir depois de tudo que tu passou.

Bailey fala e eu não aguento, me jogo com meus braços ao redor de sua cintura e afundando meu rosto no vão do seu ombro com o pescoço. Meu amigo me abraça e eu choro baixinho.

— Me desculpa... Me desculpa por ter errado tanto contigo. — Digo em meu ao choro no abraço.

— Não vamos pensar nisso agora, merecemos esse abraço. — Bailey me abraça mais.

Sim, merecemos esse abraço. Uma queda rápida na muralha de mágoas que existe entre nós. Merecemos saber que um se importa com o outro e eu mereço um pouco desse afeto depois de tudo que passei.

[...]

Bailey não ficou por muito tempo mas foi tempo o suficiente para lembrarmos de nossa conexão como amigos, aquilo bonito que ainda há entre nós mesmo estando magoados.

Após levar Bailey a porta, andei a cozinha pegando um copo d'água e comecei a subir as escadas enquanto andava pela casa até o quarto de Josh. Bato na porta mas ninguém responde, então entro ao achar que Josh estaria talvez dormindo.

Mas não está, a cama está vazia e intacta. Junto minhas sombracelhas em confusão e bebo um pouco de água.

— Josh? Josh, onde está? — Falo pelo quarto.

Ando até o closet mas não há ninguém lá.

— Josh, cadê você? — Digo outra vez, agora um pouco mais preocupada.

Será se Josh saiu? Mas ninguém o viu saindo, para onde foi?
Então caminho até o banheiro.

Continua...

Estamos na reta final, os últimos capítulos 😭

My Lord - Adaptação ☑️Onde histórias criam vida. Descubra agora