052

1.6K 167 17
                                    

Minhas pernas parecem que a qualquer momento iam me levar ao chão, tão fracas que eu mau conseguia andar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Minhas pernas parecem que a qualquer momento iam me levar ao chão, tão fracas que eu mau conseguia andar. Josh tinha apenas 2 à 3 anos de vida porque se recusava a fazer o tratamento, algo que eu ainda não entendo: por que se recusar a viver? Josh está se entregando ao suicídio.

Pelo menos ele está acordado agora, e o médico me autorizou a vê-ló, mas minha vontade era de encher ele de tapas até sangrar por ter me omitido isso. Ele disse que eu era importante para ele mas me omiti uma doença como essa.

O médico abre a porta do quarto de Josh e eu respiro fundo enquanto entro, ele nos deixa sozinhos e eu não me dou trabalho de limpar minhas lágrimas no rosto. Josh estava deitado sobre a cama do hospital vestindo uma roupa branca do hospital com o lençol por cima de seu corpo, vários fios ligava seu corpo aos aparelhos e seu rosto ainda aparecia pálido e abatido.

Ele me olha meio receoso mas eu não tenho receio algum quando caminho furiosa até ele mas me mantenho alguns palmos de distância para não machuca-ló.

— Por que, hein? Por que, Josh? Por que diabos omitiu algo dessa maneira a mim? Enlouqueceu? — Digo furiosa e magoada.

— Então ele te contou? — diz com a voz meio rouca.

— Claro, tu quase morre naquela porra banheira e acha que ninguém ia querer saber o porquê? — Rebato.

— Era isso mesmo que eu queria: morrer.

Ele diz frio olhando para o chão com um olhar vazio e eu sinto meio sangue gelar.

— Que? Tá louco? Por que diz isso e por que não me contou nada? — Digo confusa mas ainda com raiva.

— Não tinha porque contar.

Josh da de ombros virando o rosto para a parede e eu furiosa me aproximo apertando com força as barras de ferro na lateral da cama.

— Tinha sim, eu sou tua acompanhante pessoal, porra. — Rebato. — Pelo amor de Deus, Josh são só 2 anos comparados aos 14 ou 17 anos que tu ia ter a mais caso fizesse o tratamento. Por que, Josh? Por que não quer viver? — Pergunto engolindo seco e lágrimas caindo de meu rosto.

— Eu não tenho mais motivos pra isso, Any. Todos se foram. — Ele diz rápido e lágrimas caem de seus olhos.

— Tem sim, Josh. Tem teus amigos, tem um mundo a fora pra se ver, tem tua empresa... tem... — Josh me interrompe e minha garganta trava na última palavra.

— Não, Any. Nada disso importa mais, meus amigos superarão minha perda, que foda esse mundo e aquela empresa que só me fez perder tempo de quem eu amava. — Josh diz e eu fico em silêncio. — Não tenho mais motivos pra continuar respirando, Any. Todos que me amavam se foram e... — Eu o interrompo.

— Não, Joah. Nem todos que te amavam se foram. — Eu digo firme e engolo seco sentindo algumas lágrimas descerem. — Você tem a mim também, Josh. Eu que sempre estive aqui do teu lado mas só agora percebi... percebi que... que eu te amo, Josh. — Digo com meu queixo tremendo. — Nem todos que te amavam se foram.

Completo e ando saindo do quarto o deixando sem reação, lágrimas e soluços vem e eu corro pelo hospital.

Pego meu celular e fones de ouvidos colocando James Gillespie - Dead In The Water, coloco meu capuz e saio do hospital. A chuva me molha misturando a água às lágrimas de meu rosto enquanto eu paro na frente do hospital mas eu pouco me importo se irei me molhar toda.

Minha alma está dilacerada, meu mundo parece que vai desabar e eu vou cair em um abismo que se abre sobre minhas pernas. Eu nunca fui tão sincera em minha vida como agora pouco, eu amo Josh, eu amo, amo, amo e amo, com todas as minhas forças que meu peito parece que vai parar a qualquer momento com isso.

A chuva continua a cair sobre mim e eu só sei pensar que Josh tem apenas 2 a 3 anos de vida, o homem da minha vida só tem 2 à 3 anos comigo. Eu posso perde-ló a qualquer momento.
Um táxi para na calçada e eu ando até o mesmo me sentando nos bancos de trás.

— Para onde, senhora? — O taxista pergunta com simpatia.

E minha resposta é um soluço um pouco alto de choro.

— Pra qualquer lugar por favor. — Digo chorando.

— Está tudo bem, senhora? — Ele pergunta preocupado.

— Só me tire daqui por favor. — Digo chorando e coloco as mãos no rosto chorando.

E sinto o carro começar a se mover.

— Meus pêsames se a senhora tiver perdido alguém importante. — O taxista diz e eu continuo a chorar.

Não perdi ainda, mas posso perder a qualquer momento o "Meu Senhor", que, na verdade, agora é o "Meu amor".

[...]

Eu ainda me sentia totalmente desnorteada mas eu tinha a certeza que não queria voltar para a casa de Josh. Pago o taxista e desço do carro, a chuva ainda caí e eu estou com minhas roupas totalmente molhadas por ter ficado tanto tempo do lado de fora do hospital em meio a chuva mas eu não ligo mais para mim mesma.

Caminho até a casa e toco a campainha, são quase 21:30 e eu espero que esteja alguém em casa, não sei mais para onde ir.
Então alguns poucos minutos depois a porta se abre.

— Elly?

Sabina fala confusa vestindo um pijama moletom e eu caio no choro lhe abraçando, sem ligar estou molhada.

— Aí meu Deus, amiga. O que houve? Brigou com Bailey? Quando eu saí ele está contigo. — Sabina diz preocupada me abraçando e eu continuo a chorar lhe abraçando. — Meu Deus, você está toda molhada. Precisamos tirar essas roupas de ti ou vai ficar doente.

Sabina diz me afastando um pouco e fecha a porta, logo em seguida puxa minha mão mas eu não consigo sair do lugar.

— Any, o que houve? Está me deixando assustada. — Sabina diz com as sombracelhas unidas.

E eu engulo seco tentando achar forças para contar.

— Josh... Ele... Ele está no hospital. Doente. (Eu me forço a dizer. & Ele tem uma doença no coração e se recusa a se tratar. — Explico eu meio aos soluços e lágrimas.

— Que? — Sabina leva as mãos a boca assustada).

— Ele só tem 2 à 3 anos de vida.

[...]

Continua...

My Lord - Adaptação ☑️Onde histórias criam vida. Descubra agora