CAPÍTULO 24

105 22 36
                                    

  Já tinha dado a hora exata de abrir a taverna quando o pessoal que aguardava na entrada começou a entrar, se acomodando nos assentos postos no centro do salão. Namjoon preparava as bebidas e Jin cortava algumas frutas em rodelas, Jimin caminhava pelo local, atento a qualquer suspeita, Yoongi tocava apenas o instrumental de back to black da Amy Winehouse, tendo Any como uma das apreciadoras da noite. Meus outros amigos se misturavam, interagindo e fazendo amizade com quem estava disposto.

Cumprimentei alguns conhecidos, notando as cantadas mais sem sentido e estranhas que constantemente recebia. Quando não era diretamente, era por meio de um convite para me juntar à mesa. Nada de fato me aguçava o interesse, parecia que eu estava blindada ou apenas não eram eles que conseguiam me abalar ao ponto de fazer uma bagunça de sentimentos dentro de mim como ele conseguia fazer.

— Hey, Jade! — Olhei para trás no que ouvir meu nome. Um homem seguia em minha direção, com uma bebida em mãos e o corpo envolto no ritmo da canção de fundo, eu o conhecia a anos, era um dos nem tão próximos amigos do meu pai. Acenei discretamente, levando a bebida até uma das mesas antes de dar total atenção a ele.

A noite estava agitada, a taverna cheia e as pessoas dispostas a beber até a madrugada chegar.

— Faz tempo que não aparece aqui — dei as costas, devolvendo a bandeja para o balcão.

— O trabalho consome todo o meu tempo.

— Desse jeito você vai "bater as botas" mais rápido do que o normal — o homem riu alto, inclinando a garrafa e bebendo o líquido em uma única golada.

— Pelo menos eu vou ter vivido o suficiente, agora, esquecendo um pouco de mim… — se aproximou do balcão. — Bem que poderíamos dançar um pouco, você me fazer companhia, sabe né. — a voz embriagada juntamente com o odor característico do álcool depois de três dias foi o suficiente para que eu soubesse que ele tinha tudo, menos condição para sair daquele lugar. Por diversas vezes ofereceu mundos e fundos para que eu fosse algo além de uma velha amiga e pela lógica, nunca aceitei.

Sabia que ele só fazia aqueles pedidos por me parecer bastante com minha mãe quando era mais nova, mas não era somente por isso. Em uma das noites que ficava jogado em uma das mesas ele me contou que quando era mais jovem, era completamente apaixonado pela bonita mulher de olhos cor de mel — assim ele chamava a falecida —, explicando com exatidão que meu pai havia roubado ela dele e que tudo era injusto demais. Nessa parte eu até concordava com ele, tudo era injusto demais, talvez minha mãe poderia ter tido um fim mais digno.

— Você já sabe a minha resposta — suspirou. Não precisei olhar para ele, apenas continuei agilizando as entregas o mais rápido do que eu conseguia.

— Não é com essa intenção que você pensa — me seguiu.

— Quem sabe depois? Como uma velha amiga, huh? — ele franziu o cenho, fazendo cara feia, mas por fim concordando e seguindo adiante.

— Ele não perde uma só oportunidade — comentou Jin, logo atrás, secando um dos copos. Oscilei a cabeça.

Nesse instante ouvi algumas vozes bem agitadas vindo da entrada e assim que contornei, curiosa, observei a pequena confraternização entre Jungkook, Jimin, Taehyung e, que chegava naquele exato momento, Hoseok.

Dei um singelo sorriso, desviando a atenção e me virando para os Kim.

— O Taehyung convidou ele — arrumei os copos de vidro um do lado do outro, ouvindo Jin falar. — espero que não tenha problema.

— Não tem nenhum, por que teria? — ergui o olhar, observando Namjoon me observar e observar o namorado, como se estivesse lendo minha mente ou visto o necessário.

HEAVENOnde histórias criam vida. Descubra agora