CAPÍTULO 31

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JUNG HOSEOK

Cobrir seu corpo, apoiando minha cabeça sobre a mão, ficando em uma posição perfeita para observá-la dormindo, sendo preenchido por um turbilhão de informações que pareciam me avisar que eu estava destinado amar aquela mulher e a ter para mim como nunca cheguei a sentir por ninguém. Ela mexeu com algo que estava quieto dentro mim desde da primeira vez que a vi, ela tinha acalmado toda a euforia que habitava em mim.

— Se continuar me olhando assim… — falou, ainda de olhos fechados. — Vou achar que você está apaixonado por mim. — me encarou, sorrindo com aqueles olhos que brilhavam intensamente.

— E se eu tiver? — seus olhos piscaram algumas vezes, como se responder aquilo fosse algo que ela não esperava.

— Nesse caso, eu acharia que você está verdadeiramente enlouquecendo, Hoseok — virou para mim, ficando frente a frente, levando seus braços em torno de mim, fiz o mesmo.

— Por que acha isso? — Vi desviar o olhar, como quem pensava sobre o assunto, fazendo bico, me dando a oportunidade para roubar um beijo seu. — Você é totalmente apaixonante, do último fio de cabelo até o dedinho do pé. Se existir várias dimensões por aí, com vários hoseok e várias Jade, em todas, eu me apaixonaria por você.

— Ah… — Sua voz falhou e seu rosto ganhou uma coloração diferente. Sempre que eu dizia algo certeiro, seu rosto ficava vermelho. — Eu nunca imaginei que alguém diria isso para mim.

— Quer dizer que você não tem respostas? — Fiz careta e assenti. — Posso prolongar isso.

Enquanto nos beijávamos e voltava a sentir o calor e a sensação de antes, minha mente me trouxe a fatos que eu precisava aceitar, refletindo sobre tudo o que estávamos vivendo e como aquilo era tão louco, bom e incrível. Eu estava completamente apaixonado por aquela mulher e não queria simplesmente ter que aceitar que isso teria a chance de acabar no momento que eu fosse embora, que eu precisava voltar para casa, na verdade, eu não sabia mais se lá era mais minha casa. Só em pensar no motivo que me trouxe a casa dos meus avós, um fato era um fato, o que vivi aqui tinha acendido toda a minha energia dentro do meu corpo.

Ficar com meus avós e notar a felicidade deles me fazia ter certeza que a luta deles para vir a este lugar foi a melhor coisa e tinham totalmente o meu apoio. Podia sentir a verdade que vinha com eles e mesmo com o atrito do meu avô com meu pai, nada das palavras que meu genitor proferiu tinha sentido, não conseguia entender porque ele não via que aquele ambiente era tudo o que meus avós de fato queriam: paz, harmonia e boa companhia. Talvez ele precisasse tirar um tempo para sentir na própria pele. Contudo, não era só isso que fazia sentido para mim sobre aquele lugar, tinha feito amizades incríveis e conhecido pessoas que tinham muitas coisas em comum comigo e me faziam pensar sobre as vezes que eu achava ter algo de errado por não conseguir fazer amigos, encontrar pessoas que me dessem a oportunidade de ser eu mesmo, no fim, eu precisava me encontrar em outro lugar. Todas as noites eu sentia ânimo para escrever, sentia-me mais inspirado e ligado com a música, com tudo o que sempre amei desde de pequeno.

E ela, com certeza, ela era a fonte mais forte de tudo isso, o motivo mais concentrado e eletrizante que fazia meu coração e minha mente trabalharem juntos com um único propósito. Jade tinha tudo o que me fascinava na vida: o mistério, o não saber e havia despertado em mim um medo que eu estava certo que enfrentaria, o desconhecido, o que muitos dizem ser tão arrebatador que te faz ver o paraíso ainda vivo. Sempre que brigávamos por razões confusas eu me indagava: por que? Por que eu mantinha tudo isso se poderia simplesmente sumir dali, mas não, eu me mantive e foi a melhor coisa que fiz.

Se eu fosse partir, eu a levaria dentro de mim e voltaria, por Jade eu voltaria e seria para ficar. Eu só precisava ter coragem para conversar sobre isso, mesmo sem saber como ela iria reagir.

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