Promessa

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O ditado da bebida fazer as pessoas expressarem o que mais desejam nunca foi tão real. Lá estava Paula Terrare metralhando palavras engraçadas contra Neném, enquanto Carmem Wollinger ria.

Elas estavam na calçada do bar ex-Wollinger, enquanto o vento frio fazia as mechas de seus cabelos balançarem. Teriam chegado naquele cenário logo após a morena encontrar a platinada no local, Paula em específico estava mesmo procurando a Wollinger no intuito de agradecer o apoio que lhe foi dado.

Ficou tocada pelo jeito que Carmem havia se preocupado e resolveu fazer a pazes com a alemã, estava tão frágil que simplesmente começou a beber sem parar, junto da companhia da outra. O filho da platinada ficou preocupado, pois já teriam bebido muito e então resolveu chamar um táxi para as duas, fazendo elas chegarem nessa situação de agora.

- Olha alí, não é ele? - a Terrare falou entre soluços, se referindo ao táxi.

- Deixa eu ver - Carmem deu uns passos para a frente e quase beijou o chão, mas Paula segurou ela e tombaram um pouco para trás.

- Cuidado, cascacu - ria da cara da outra.

- Ai, Paulinha, amo quando me chama assim. Sei que esse é seu jeito de falar que gosta de mim - a mãe de Gabriel colocou as mãos contra o rosto para esconder a expressão envergonhada.

- Você é engraçada, gosto muito disso - gargalha mais que antes.

Logo um carro para em frente as duas e o herdeiro Wollinger sai do bar, indo em direção ao automóvel e conversando com a pessoa que estaria dirigindo.

- Parece que vocês estarão em boas mãos, a motorista é muito simpática - Gabriel ajudou as duas a se aproximarem do carro, logo fazendo elas entrarem - Juízo, viu.

- Claro, meu filho - fechou a porta e acenou.

Não demorou muito para a motorista começar a dirigir enquanto o som do carro tocava uma música em inglês. A mulher de vez em quando ficava dando olhadinhas para a Wollinger pelo espelho retrovisor, Carmem percebeu e riu baixinho enquanto também a encarava.

Paula não era boba, tinha noção aquele clima estranho e ficou abismada com a audácia daquelas mulheres, mas principalmente da platinada. Cada olhada retribuída era uma raiva ainda maior na morena, que depois de muito tempo aguentando aquilo resolveu acabar com o silêncio.

- Vamos para a minha casa - foi seca, talvez fosse efeito da bebida.

- Uhum - Carmem respondeu ainda vidrada na motorista.

- Música chata, tira isso - a mãe de Ingrid brigou, dessa vez foi olhando para o pequeno espelho, dando uma encarada mortal para o reflexo da que dirigia.

- Claro... - desligou o som - Licença, mas a senhora é Carmem Wollinger?

- Ah sim, sou sim - sorriu sem mostrar os dentes

- E eu sou Paula Terrare, oquehádemelhor.com - Paula estalou os dedos com dificuldade, estava tão bêbada quanto a mais velha ao seu lado.

- Admiro muito seu trabalho, te sigo faz um tempão - ignorou Paula e finalmente parou o carro, dando a entender que haviam chegado - Esse é meu contato - se inclinou para entregar um pequeno papel.

- Obrigada, querida - Paula se intrometeu e pegou o papel, logo puxando Carmem para que saíssem juntas.

- Calma, Paula! - a platinada grita - meu braço, meu braço... você vai arrancar ele.

- Cobras não sentem falta dos braços - para de apertar e faz um carinho no local, logo continuando a segurar Carmem.

- Meu Deus, cobras nem têm braços - a mais velha faz careta.

Ones-shots | CarrareOnde histórias criam vida. Descubra agora