Till Forever Falls Apart - Shawn Mendes

OITO

A M B E R
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Amber: Aconteceu alguma coisa, Brie?

Deixando os talheres do meu almoço de lado, voltei a fixar o meu olhar na pessoa que está com um sorriso muito suspeito estampado em sua face.

Só pode ter acontecido algo.

Brianna: Não sei, aconteceu?

Amber: Eu estou te perguntando.

Brianna: E eu te "re-pergunto". - tranquila, a Brianna voltou a sua atenção para o seu almoço - Fazia um bom tempo que eu não via um sorrisão desses em você.

Amber: Eu estou normal.

Brianna: Você está diferente, eu não sei. Uma expressão sinceramente leve, os seus olhos felizes. Eu gosto de te ver assim. Depois de tudo, realmente aquece o meu coração sentir que você está bem.

Amber: Estou, eu me sinto bem. E... E você pode ter um pouco de razão sobre ter acontecido algo.

Eu ainda consigo sentir.

Brianna: Diga apenas se estiver confortável.

Eu tentei esconder o meu sorriso.

Voltando a atenção ao meu almoço, eu sinto que acordei nessa manhã com um sentimento diferente dentro do meu peito, algo tão novo que até me fez enxergar uma Londres um tanto mais colorida, cheia de vida através da janela do meu apartamento. Em anos, eu posso dizer com certeza que essa foi a primeira vez em que eu acordei com uma vontade absurda de não apenas sobreviver a minha vida, mas sim vivê-la, respirar fundo e perceber que eu estou pronta para cumprir a promessa que eu fiz diante do seu túmulo.

Eu li uma vez em um livro qualquer que sempre é necessário encerrarmos ciclos antigos para que outros possam ser iniciados, então... Respirando o ar dessa manhã e ainda sentindo o delicioso cheio do café que a minha velha cafeteira havia feito, após o Shawn ir embora, eu consegui finalmente compreender o que seria encerrar a minha história com o Chase.

Eu pensava que para seguir em frente, recomeçar uma nova história para mim, eu teria que me esquecer de todos os momentos em que eu me senti feliz com ele, com as memórias que fizemos juntos. E eu sei que isso me travava porque eu jamais queria, ou quero, me desfazer de momentos com alguém que tanto me incentivou a confiar em mim mesma, nas minhas crenças, nos meus sonhos, por mais impossíveis que eles fossem. Foi por medo de perder esses pequenos detalhes que eu entrei em negação, eu vivi negando o nosso final por todos esses anos porque ao sentir a sua partida, tudo aconteceu como se eu também estivesse perdendo todo o encaixe perfeito dos meus pensamentos, dos meus sentimentos. E, para que eu voltasse a confiar neles, faltava apenas um estalo, algo que novamente encaixasse nos meus eixos certos.

E, de uma forma inusitada, eu recebi isso.

Sozinha, eu lembrei da situação que me fez parar e ceder alguns minutos do meu tempo somente para ouvir o que tanto frustrava aquele homem desolado, desconhecido para mim. Eu fiz isso porque eu gosto de pensar que existem pessoas que entram em nossas vidas apenas com esse propósito de ouvir, de aconselhar com as suas palavras e nos inspirar em uma conexão rápida, assim como uma luz que te guia a uma infinidade de detalhes que, antes de toda a conversa, você não conseguia enxergar por estar tão escuro, preso e com receios de sair da sua zona de conforto.