Capítulo 9

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Amanda

A conversa entre minha mãe e Nolan não saiu da minha cabeça, e eu me perguntava de quem estavam falando.

Porém, não conseguia me livrar de uma espécie de pressentimento ruim de que eu não teria boas notícias.

Seis meses eram muito tempo.

Nolan era um cara bonito, sexy e estava sozinho.

Ele teria ficado sozinho todo aquele tempo?

Ele disse que desejou que eu acordasse, mas isso não queria dizer que tenha passado todo aquele tempo velando meu sono.

De certa forma, eu nem poderia culpá-lo se tivesse seguido em frente de verdade. Como poderia saber que eu iria acordar, depois de seis meses.

Inferno, as enfermeiras a minha volta viviam sussurrando que foi um milagre minha recuperação. Provavelmente Nolan deve ter ficado abalado com o acidente, mas depois de um tempo deve ter voltado a viver sua vida.

"Mas ele está aqui, parece aliviado por sua volta. Disse que você pertence a Emma e a ele."

Será?

Quanto daquilo era um desejo genuíno e quanto podia ser culpa?

Não consegui me livrar da insegurança que esses pensamentos sombrios me causavam.

— Querida, você se saiu muito bem! — minha mãe dizia depois de eu ter voltado de uma sessão de fisioterapia.

Foi difícil pra mim perceber como meus membros estavam atrofiados por falta de uso. O quanto eu me senti fraca para andar, e me mover, mas o fisioterapeuta disse que eu tive sorte pela área do meu cérebro que foi afetada não ter nada a ver com a coordenação motora, pois eu poderia estar bem em pouco tempo, com os exercícios certos para fortalecer a musculatura.

— Estou tão fraca, mãe...

— Ah, querida, é normal. — Ela ajeitou minha cabeça no travesseiro. — Mas vai se esforçar e vai ficar bem. E estou aqui para te ajudar e te apoiar.

— Não tem que voltar para o Ross?

— Ross pode esperar, você é minha filha.

— Mas você tem uma vida. Não quero te atrapalhar.

— Não seja boba.

— Assim como Nolan tem, não é.

Ela franziu o olhar.

— O que quer dizer? Nolan está tão feliz que tenha voltado. Como todos nós.

— As coisas parecem esquisitas entre nós.

— Claro que estariam. Pra você, o acidente foi ontem e estava tendo uma briga. Mas vai ver que isso ficou no passado.

— Nos seis meses que perdi.

— Perdeu, mas vai recuperar. Um dia de cada vez, filha. Está muito angustiada e ansiosa. Mas primeiro tem que ficar boa, forte, e então vamos para o próximo passo.

— Eu devo estar uma chata insuportável, né?

— Não fala assim. A gente entende sua angústia.

— Nolan deve estar de saco cheio de mim também.

— Que bobagem!

Eu queria dizer que ouvi a conversa deles, com Nolan confessando que não estava sendo como achou que seria. Que ele estava perdido. Mas me calei.

Talvez minha mãe tivesse razão. Dar um passo de cada vez.

Precisava ficar forte. Sair daquele hospital e então, voltar ao mundo que estive ausente por seis meses.

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