« Sem Palavras »

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A noite havia chego tão depressa que Gaspar nem havia se dado totalmente conta que os dois já estavam se preparando para dormir, juntos, sozinhos pela segunda vez, mas agora tinha uma diferença, estavam conscientes e sem nenhum imprevisto que forçasse essa situação.
Como ele poderia explicar para si mesmo o quão forte era aquele sentimento completamente novo e esquisito que sentiu quando viu Arthur retirar sua camiseta, como se não percebesse sua presença, a vontade de toca-lo e admira-lo por horas e horas, e ainda sim, jamais iria se cansar de tal visão, e quando ele percebeu seu olhar fixo e perdido, ele se aproximou.
-Está tudo bem? - Aquele belo homem levou a mão para sua bochecha e a acariciou, fechou os olhos e deitou sobre a mesma, colocando sua mão sobre ela, seu coração se aqueceu com tal toque, talvez até mesmo com o próprio Arthur, já não saberia qual o motivo de seu coração ter começado a bater tão rápido.
-Você... é tão belo! - Abriu os olhos o vendo surpreso e com um "o" que se formou em seus lábios.
-Oras, com isso... - O viu tocar as cicatrizes em seu rosto e com um sorriso fraco, lhe respondeu - Acho que dificilmente serei belo tendo isso em meu rosto!
-Não é verdade! - Se pôs de joelhos na cama e o encarou de perto - Não seria uma cicatriz que iria o deixar desagradável, tal opção é quase inviável, muitos não chegam aos seus pés, orgulhe-se disso! - O viu sorrir como um verdadeiro bobo agora, havia claramente adorado o elogio, Gaspar se sentiu vitorioso só por vê-lo corar, se seu rei o havia escolhido, ele deveria retribuir da melhor maneira que conseguiria.
-Está me deixando sem palavras, não sei nem como lhe agradecer por tal elogio! - Ele se abaixou lentamente e lhe roubou um selinho delicado, a paciência que ele tinha em dar tempo ao tempo era algo muito fofo em sua visão, mas talvez Gaspar quisesse mais do que imaginava e não saberia, qualquer pessoa sã se jogaria nos braços de Arthur sem pensar duas vezes, ele era o Rei, a maior autoridade daquelas terras, quantos benefícios uma parceira teria ao seu lado, benefícios que talvez ele não aproveitaria caso estivesse em seu lugar.
-Arthur... - O chamou, suspirando temeroso por sua dúvida - Vai mesmo me escolher ao invés de qualquer outra de seu reino? - Apertou os lábios o vendo sentar ao seu lado e se virar de frente para ele, o acompanhou.
-Por que a pergunta? - O viu esticar uma das mãos e então a segurou sem medo algum.
-Você terá que ter um herdeiro seu algum dia, mesmo que eu seja uma escolha hoje, talvez não seja mais amanhã! - Jamais imaginou que suas palavras o impactariam de tal forma, mas ver as sobrancelhas dele se arquearem seguido de uma careta com sua fala, era algo que nunca imaginaria ver.
-Jamais irei te trocar, por qualquer dama que seja, Gaspar você é insubstituível! - Ele segurou suas duas mãos, lhe transmitindo toda a sinceridade em sua fala - Se eu quiser algum herdeiro algum dia, eu posso arrumar vários jeitos diferentes, mas jamais seria uma opção te substituir, céus, não pense nisso novamente! - Sentiu as mãos dele acariciarem suas bochechas, ele estava perto, tão perto, Gaspar não resistiu e levou a mão para seu peitoral nu, exposto, e a parou sobre o coração do outro, o sentindo pulsar.
A mão dele foi depositada sobre a sua, a segurando e a olhando por alguns segundos, um coração único, puro, guerreiro e leal, Arthur era o homem mais incrível que já conheceu.
-Se por uma hipótese eu for seu... - Disse recebendo sua atenção novamente, enquanto sentia seu coração em sua mão, como se tentasse detectar qualquer verificação na resposta que receberia.
-Uma hipótese prazerosa! - Corou com tal comentário, porém continuou sem se mostrar abalado.
-Como eu deveria satisfaze-lo? O que eu deveria fazer... por você? - E então sentiu a mão dele entrelaçar os dedos com sua mão, e com a maior calma do mundo lhe responder.
-Eu o satisfaria primeiro, afinal, fui eu quem lhe pedi para que ficasse comigo! - Gaspar engoliu em seco vendo a proximidade de seu rosto ao peitoral do mais baixo, sentindo as bochechas rosadas pelo que havia escutado - O que tem em mente?
-Eu... só não quero decepciona-lo, afinal, você me escolheu... - Ficou vermelho vendo Arthur soltar sua mão e então ficar de joelhos ao seu lado.
-Você não me decepcionaria, mas se por uma hipótese... - Ele usou sua estratégia com um sorriso de lado, então se aproximou dele sobre a cama, sem ter pra onde se esquivar, Gaspar foi levemente sendo deitado sobre a mesma e vendo Arthur sobre ele, com os longos fios de cabelo caindo na direção do rosto do loiro, sendo colocados atrás da própria orelha pelo mesmo, para que não chegasse nos olhos azuis do mais alto que o olhava envergonhado - Você quisesse tentar, eu lhe mostraria algo primeiro, e então teríamos total liberdade para testarmos o que quiséssemos com mais tempo!
Os olhos de Gaspar estavam vidrados nos de Arthur, estava encurralado entre ele o colchão, sem escapatória alguma.

Mas aquele aprisionamento era uma situação da qual ele não tinha a mínima vontade de fugir.

-Então você estaria disposto a me ensinar o que quer que eu faça? - Sentiu a respiração quente de Arthur tocar seu rosto, estava a centímetros de distância dele, seus olhos estavam fixos nele, não havia outro lugar mas belo para qual pudesse olhar, mal percebeu sua boca formar um sorriso e levar sua mão até a bochecha dele.
-Está disposto a tentar algo? - Seu tom pareceu confuso - Gaspar, não me faça ter desejos que não consigo controlar, está tentando me torturar? - Ele deitou sobre seu corpo e levou a cabeça para seu pescoço, se esfregando como um gato, a pedido de carinho, de atenção, deitando ali mesmo, com os braços ao redor de sua cabeça, com as duas mãos postas sobre seus cabelos bagunçados pela cama, ele esperava sua resposta.

- Eu jamais faria isso porque acho que... - Então quando ele levantou o rosto, Gaspar lhe beijou, estava disposto a ficar com ele, a satisfazer as exigências dele e tudo que ele lhe pedisse, pois ele não só queria tê-lo, mas algo no fundo de seu coração queimava como brasa a cada vez que o via por perto, com uma vontade de se jogar sobre ele, agarra-lo e nunca mais soltar.
Queria sentir todos os sentimentos que Arthur havia deixado em suas mãos, todas as formas que ele expressasse para provar que seu desejo era real e não somente uma enganação, queria saber como Arthur se sentia em relação a ele desde que o conheceu até os dias de hoje, ele desejava algo simples, ao final de tudo, Gaspar só queria que retribuíssem algo que jamais teve, amor.
-Talvez eu... queira você, agora!

✠ • 𝐁𝐞𝐚𝐬𝐭 • ✠  -  Au DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora