« Magnífico »

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
P.o.v Arthur

A noite do baile havia chego após tantos dias de ansiedade de todos do reino, principalmente você, e infelizmente ainda existia um burburinho e fervor das mães casamenteiras atirarem as filhas em sua direção.
Se arrumou durante horas e resmungava com bastante energia até que estivesse pronto o mais rápido possível, já haviam horas que não via Gaspar, ficou ocupado durante dias e suplicava para que as criadas fossem mais rápidas.
- Eu espero que você não as esteja aterrorizando! - Ouviu a voz que tanto queria e ele caminhou até sua frente, já que elas o proibiram de se mexer.
- Não sabe a quanto tempo desejo te ver, estou sendo torturado. - Choramingou para ele com um biquinho e ele sorriu, se aproximando.
- Cuidado! - A comandante das tropas de criadas malvadas cerrou os olhos na direção do loiro que levantou as mãos em rendição e lhe deixou um beijo na bochecha, todas fingiram estar instantaneamente interessadas pelo chão no momento, aproveitou pra lhe roubar um selinho.
- Você está magnífico! - Disse quando reparou finalmente na roupa que ele usava, e com muita atenção, continuou - Uma pena, pois adoraria retirá-la inteirinha!
- Sei muito bem que quer! - Ele deu passo para trás se divertindo com seu mal humor repentino.
- Gaspar! - Desistiu de ficar parado e deu um passo na direção dele.
- Volta! - Ele apontou para onde estava e se aproximou - Ele precisa mesmo ficar parado assim Mônica?
Ela cruzou os braços e observou a roupa toda pronta dele, respirando fundo.
- Vocês vão amassar ela? - Ela olhava fixamente para o enorme manto colocado em seus ombros, fazendo careta quando ambos se fizeram de desentendidos e observaram o teto - Tirem logo então, vou voltar pra colocar na EXATA hora de cumprimentar os convidados.
- Eu sou o Rei, eles não vão se importar se o que visto está levemente amassado, o medo do calabouço é maior! - Brincou animado enquanto a manta e a coroa eram retiradas de seu corpo.
- Não me importo, vou garantir que fique o mais apresentável possível! - Ela abriu a porta e expulsou todas as criadas do quarto que saíram correndo - E se for arrancar essas roupas como um animal me avise antes para que eu possa me adiantar! - Ela olhou feio para Gaspar e saiu batendo a porta.
Não duraram nem três segundos sozinhos e já caíram na gargalhada, o puxou para um abraço forte e fungou o pescoço dele com todo o seu fôlego, sentindo ele se afastar desesperadamente de seus braços com a mão no pescoço.
- Isso faz cócegas! - Ele arrumou as roupas e caminhou até a cama, se sentando - Acha que Tristan está confortável para se casar com uma completa desconhecida?
- Acho que sim, eu faria a mesma coisa! - Afirmou se sentando ao lado dele e o surpreendendo, depois percebendo que sua resposta poderia ter sido um tanto insensível.
- Realmente , um rei precisa de um herdeiro! - Ele chegou a conclusão constrangido um pouco cabisbaixo.
- Na verdade é só por formalidade e aparência mesmo, essa parte Zahirah pode resolver sozinha pra mim, não tenho interesse nenhum nisso! - Explicou vendo os olhos do loiro se arregalarem em completo choque.
- Isso é possível? Não acabaria com alguma maldição ou algo parecido? - Ele segurou sua mão preocupado e então colocou a mão sobre a dele.
- Na verdade nada aconteceria além daquilo que já tenho! - Deu de ombros lembrando da condição sanguinária que desenvolveu durante a guerra, mas um sorriso apareceu nos lábios do outro.
- Esse empecilho já está sendo resolvido! - Um beijinho carinhoso foi deixado em sua bochecha, sentiu o coração se derreter inteiro em seu peito.
- Zahirah aprendeu muitas coisas em sua viagem, inclusive que não precisa de magia pra isso! - Apertou a ponta do nariz dele e riu com a careta que ele fez - Não se preocupe, esse lugar aqui é seu, assim como isso aqui! - Levou a mão dele até seu coração e a acariciou.
- Fico lisonjeado! - Ele se levantou e observou o relógio sobre a lareira de pedra, suspirando nervoso - Mas está na hora!
- Então vamos, querido! - Segurou a mão dele e deu um beijo sobre ela, depois de Mônica voltar com a coroa e manto chamativo seguiram em direção das escadas, a noite seria longa, mas com certeza não ficariam até o final da festa.

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
P.o.v Gaspar

Nunca havia participado de um evento da alta sociedade em toda sua vida, e aquilo era completamente assustador.
- Tem tanta gente aqui! - Engoliu em seco, sentindo as pernas travarem e praticamente empacar no corredor, sentindo Lilian dar um tapa em suas costas.
- Eu estou aterrorizada também, mas eles nos ensinaram, vamos mostrar que somos tão capazes quanto eles! - Ela esticou o braço e agarrou o seu com carinho, sentiu os músculos dela tremendo sobre seus braços, apertou levemente o braço dela com conforto, e a guiou até o início da escadaria, onde todos levaram os olhares até ambos.
- O duque de Pompéia e sua irmã, lady Lilian. - Desceram com calma, um passo de cada vez, se permitiu observar Lilian melhor, e não conseguiu segurar o próprio sorriso nos lábios.
- Lilian... - Ela o olhou com um sorriso nervoso, o rosto mais lindo sobre a luz das velas do salão, com todas aquelas sardas que a deixavam mais linda - Escolha apenas quem seu coração mandar. - Deixou um beijo sobre a mão dela e se afastaram do final da escada quando perceberam Tristan, que parecia olhar por todo salão com confusão, abrindo um sorriso quando os olhos encontraram sua irmã.
A olhou de lado e percebeu o mesmo sorriso, ele desceu após ser apresentado e puxou Lilian para a primeira dança, ambos conversaram e observaram sorrateiramente metade das moças do salão.
- O quê acha que estão fazendo? - Ouviu a voz de Arthur discreta ao seu lado, tentou não sorrir enquanto se aproximava dele.
- Ela está avaliando as possíveis pretendentes com ele, conhecemos os segredos de algumas pessoas da sociedade por conta do nosso... passado. - Os dois observaram o casal rodopiando e rindo pelo salão, enquanto algumas moças observavam com desdém, ou com pura inveja de Lilian.
- Quero que vá para um lugar específico do castelo quando der meia noite! - Arthur disse discretamente.
- Podemos ir juntos sabia!? - Levantou uma sobrancelha enquanto observava as pessoas no salão e percebendo Ágatha saindo sorrateiramente do salão atrás de uma moça - Conseguiu trazer um rei em busca de um matrimônio, todos eles se jogariam aos seus pés a partir de hoje se você pedisse.
- Gostaria de não me sentir tão poderoso, mas você acabou de destruir qualquer rastro de modéstia que havia em mim! - Ouviu a risada dele.
As pessoas dançaram como se estivessem tirando todo o atraso do período de guerra, durante horas e horas, e então viu a figura baixa e estonteante caminhando em direção a um corredor, certificou que mais nenhuma mãe desesperada o importunaria e então o seguiu.
Foi um chamado discreto, mas ali estava a porta indicada, com uma pequena fresta deixada casualmente.
Foi atacado com um beijo assim que a adentrou, sendo trancados pelas mãos ágeis de Arthur, que abandonaram a chave e correram para sua cintura e pescoço, sentiu todo seu rosto queimar de agitação.
- Te trouxe aqui por outra coisa... - Ele se afastou e caminhou até o meio de algo que deveria ser uma sala de visitas e se curvou educadamente - Quero dançar com o homem que mais gosto!
Suspirou surpreso, com olhos arregalados, levando a mão aos lábios em completa surpresa.
- Vem... - Arthur o chamou com carinho, e um sorriso bobo no rosto, ao se aproximar percebeu que a mão dele tremia levemente, e a respiração falhou quando se colou ao corpo dele.
- Não fique nervoso! - Sussurrou passando os lábios pela orelha de seu Rei, sentindo sua pele se arrepiar, acabou deixando escapar uma risada inocente.
- Me sinto como um garoto em minha primeira dança! - A mão dele apertou sua cintura, já a outra percorreu o caminho oposto e entrelaçou seus dedos.
- Então vai ser algo para recordarmos! - Beijou a têmpora dele em uma tentativa de acalma-lo de tanta ansiedade.
- Você é tudo que preciso pra tornar algo inesquecível Gaspar! - E após alguns segundos de silêncio, conseguiram escutar uma música especial se iniciar no salão principal, mas incrivelmente ainda conseguiam escutar em alto e bom som.
E então ele guiou seu corpo pela sala em uma valsa lenta, um pouco tímido no começo, mas a cada segundo que seguia os passos dele, sentiu a confiança aumentar, não só a dele, mas a sua própria.
E se deixou guiar completamente quando saíram da valsa comum e começaram a rodar e rodar pelo salão, quando rodopiou, quando se separaram e se juntaram novamente.
Em toda sua vida a dança era apenas um sonho impossível, sua pobreza e falta de berço era mais óbvia que as cores do céu, mas estar ali, agora, girando e girando pelo salão, nos braços de alguém que o queria por inteiro, sentindo todos os sentimentos mais intensos que podia fazê-lo flutuar só de pensar.

Havia tido sorte.

Uma imensa sorte.

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⏰ Última atualização: Oct 29, 2023 ⏰

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✠ • 𝐁𝐞𝐚𝐬𝐭 • ✠  -  Au DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora