14 - Regresso a Cair Paravel

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O regresso para Cair Paravel tinha-se iniciado com a promessa de que seria realizado um banquete para todos aqueles que se tinham juntado a nós e os seus amigos e família. Era uma das formas que tínhamos para celebrar a vitória da paz e recompensar o nosso povo pela preocupação em que os deixamos.

Havia dríades e ninfas que acompanhavam os sátiros, enquanto estes cantavam e tocavam os seus instrumentos feitos de madeira. A felicidade era contagiante e até as tropas de Krugya tentavam manter-se inseridas no meio de todos nós para aproveitar o ambiente de alegria, enquanto Aloysius ria com a aproximação das ninfas, as quais elogiavam o seu posto e a sua aparência, além da sua graça. Tinha que admitir ter rido um pouco desses elogios com Edmund, o qual afirmava que o moreno facilmente conseguia a atenção das mulheres sem precisar fazer muito.

Se observássemos bem, isso não era uma mentira.

Após a nossa pequena pausa para descansarmos e tomarmos o almoço, juntei-me aos Pevensie e a Oriós. O último já tinha terminado de comer e estava a vigiar os narnianos que nos acompanhavam e como estes interagiam entre si antes de regressarmos aos respetivos lares. Ao longo do caminho, parecia que mais criaturas se tinham juntado a nós nesta jornada.

- Hey, Sophia. – Voltei-me a tempo de ver Aloysius a aproximar-se de nós. Imediatamente, ergui-me de onde estava sentada, os Pevensie a seguirem-me o exemplo. – Desculpem se vos interrompi a refeição. O meu general diz que não devemos ir para Nárnia agora.

- O quê? Mas vocês precisam descansar. Foi uma longa jornada e ainda não pararam sequer. – Argumentei.

- Eu sei, mas ele tem razão. O Rei de Nanzan deu o prazo para a carta do meu pai ser enviada. Temos ainda um parte do plano a cumprir. – Mais uma vez, senti-me de mãos atadas. Especialmente porque ele tinha razão. O acordo fora a melhor forma de convencer o Rei Herry a não começar a guerra e deveríamos obedecer à nossa palavra.

- Muito bem. Nós entendemos. Obrigado por tudo, Aloysius.

Peter aproximou-se dele, apertando a mão do príncipe, antes de o puxar para um abraço de homens, no qual deixou algumas palmadas sobre o ombro dele. De seguida, Edmund despediu-se, não executando a segunda parte do cumprimento. Quando chegou a minha vez, mantive a cabeça baixa.

- Desculpa. Fizeste tanto por nós. Por mim. Quando não eras obrigado a nada disso e tinhas motivos para estares chateado com o que aconteceu antes em Krugya.

Queria continuar com o meu pedido de desculpas, mas logo senti os braços dele e abraçarem-me e a o peito dele a vibrar com a risada solta.

- Lembra-te. O símbolo da família Nohr é a fénix. Nós renascemos. E eu ainda sou teu amigo, não importa a quem o teu coração pertença. – A voz dele era branda e baixa, como se fosse apenas um recado que mais ninguém deveria ouvir além de nós dois. Assim que se afastou, percebi-o a olhar na direção de Peter e sorrir-lhe. – Toma bem conta dela.

- Ah? Eu sei tomar conta de mim mesma!

Desta vez, todos começámos a rir, até mesmo Oriós.

Aloysius afastou-se com passadas largas em direção às suas tropas, as quais também se despediram de nós e de alguns dos amigos que tinham feito ao longo daquela pequena e breve aventura. Parecia que agora, além do acordo aliado que havia sido feito com Nárnia, Krugya tinha também muito mais ligação a esta terra do que alguma vez deveria ter imaginado.

Vou ter maçãs à minha espera em Cair Paravel?

Ouvi Hazel antes mesmo dele aparecer perto de nós.

If I am the King, You Would be My Queen [Spin Off]Onde histórias criam vida. Descubra agora