Épilogo

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Se Eu Sou o Rei, Tu Serias a Minha Rainha

Há medida que as semanas iam passando, mais nervosa com o baile de debut ficava. Durante os dias seguintes à comemoração, recebemos cartas de outros reinos a agradecerem o convite e a confirmarem a presença de membros da realeza, nobreza, ou representantes. Aloysius também nos enviou uma carta, mal teve a verificação com o seu pai que os acordos comerciais com Nanzan tinham começado. Pela natureza das suas palavras, o Rei Kristan não tinha gostado assim muito da ameaça indireta dada pelo monarca de Nanzan, mas aceitara as condições por um bem maior e, até ao momento, já tinham tido duas reuniões entre as quais tinham discutido detalhes sobre a sua aliança e o seu funcionamento.

Não recebemos notícias de Neysa, nem mesmo quando convidámos a realeza do seu reino Natal para comparecer ao baile. O pai dela tinha escrito que só compareceria ele, a sua recente esposa, e o filho mais velho, o qual herdaria o trono. Assim que eu e Susan lemos este pequeno detalhe, entreolhámo-nos numa mistura de pânico e diversão. Esperávamos que ele não tivesse a ideia de juntar o filho dele com nenhuma de nós as duas, ou com Lucy, que nem sequer debutaria este ano. Ao final de alguns minutos, estávamos a rir, enquanto a mais nova ficava a par da notícia e fazia uma careta de choque com o que lhe contávamos.

Edmund, por ser rapaz e nem sequer querer estar perto de nós, antes que a irmã mais velha o arrastasse para cuidar de algum tipo de organização para o evento, esforçava-se por manter alguma distância. Por vezes, passeava com Lucy pelo jardim e pela praia, noutras vezes ficava a treinar com Peter ou a jogar xadrez com o Sr. Tumnus. Na maior parte das vezes, era o Pevensie quem ganhava as partidas, levando o sátiro a questionar-se o que havia de errado com as suas estratégias e inteligência.

E por fim, havia o loiro, com quem ainda não tinha tido muito tempo para conversar, além de enumerar listas de convidados e recursos, ao lado de Susan. Durante o jantar, a conversa era pouco privada e não tocávamos em nada relativamente aos nossos sentimentos. Os tópicos permaneciam sobre as nossas rotinas ou sobre qualquer novidade que tivesse ocorrido e pudesse ser interessante para contar.

Quase nem me apercebi do tempo a passar nos últimos dias antes da data especial.

No entanto, quando esta chegou, senti-me com um nervosismo tão grande que ficara embrulhada nos lençóis mais tempo do que esperava.

- Sophia! Anda! Temos que rever os últimos detalhes! – Dizia-me Susan à porta, antes de a abrir e uma equipa de serviçais entrar mesmo atrás da Pevensie, cujas mãos estavam apoiadas sobre a cintura. – Porque ainda estás na cama?

- Preciso mesmo comparecer ao baile e ter uma dezena de convidados a querer dançar comigo e fazer conversa? Acho que já me estou a arrepender de ter concordado com esta ideia.

- Ah, não. Nem te atrevas a acobardar-te agora. Anda lá. Temos ainda um dia longo!

Quem me dera ter esse ânimo, Susan, mas acho que o perdi algures entre a noite de ontem e esta manhã.

Balancei negativamente a cabeça, o suspiro a sair-me demasiado pesado dos lábios, enquanto deixava o corpo cair sobre uma das almofadas e sentia a mais velha a puxar-me da cama em direção à casa-de-banho, onde um banho bem quente já me esperava.

Como ainda faltava um pouco até ao baile, fui vestida com uma roupa mais casual para o início do dia, apesar de insistir com as serviçais que não precisavam de se preocupar comigo no momento, pois era capaz de fazer o resto, em vez de lhes ocupar tempo. Embora na roupa elas tivessem sido impassíveis, deram-me a oportunidade de me pentear a mim mesma e entrançar o meu cabelo sobre uma trança no ombro e enfeitar o mesmo com uma fita verde-musgo.

If I am the King, You Would be My Queen [Spin Off]Onde histórias criam vida. Descubra agora