Quem sou Eu

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Meu nome é Rodolfo Almeida Castro, sou um ex soldado da grande segunda guerra mundial. Quando era criança, morava em uma fazenda rica em produção de café no estado de São Paulo, porém um ano antes do meu nascimento a fazenda já não era mais tão rica devido a Quebra da bolsa de valores em Nova York que afetou em cheio a exportação de café no Brasil.

Meu pai era um herdeiro da fazenda deixada pelos meus avós, meu pai também foi um soldado na PRIMEIRA  guerra mundial, desde criança isso me fez gostar muito da carreira militar. Eu tinha uma irmã que certa vez deixou a sua boneca jogada pela casa, então, quanto eu estava brincando com os meus soldadinhos de brinquedos acabei pegando a boneca e passei a mão no cabelo dela, mas derrepente, meu pai chutou a boneca da minha mão.

- Você tava brincando de boneca?!- perguntou meu pai vermelho de raiva.

- Não eu só paguei- disse desesperado.

- Bora! Levanta do chão! Levanta do chão!- disse meu pai me puxando e levando para fora de casa.

- O que foi?!- disse minha mãe vendo meu pai me puxando.

- Anda logo Rodolfo!- disse meu pai me levando até o quintal onde estavam os meus primos e os trabalhadores do cafezal, meu pai me amarrou de costas em um local onde colocava espantalhos e disse para todos- Vocês que estão aqui, para que não pensem que sou cruel com o meu filho, eu vou explicar o motivo por que irei bater nele, esse safado tava brincando de boneca e hoje vou ensinar ele a ser homem.

- Tá certo patrão!- disse um capataz barbudo e com cara de sério.

- Eu não tava brincando de boneca! Tava só...- antes que eu terminasse de falar meu pai me deu a primeira chicotada, o chicote era feito de borracha de pneu de carro.

- Toma! Pra tu aprender! Tu é homem!  Tu é homem! Tu é homem!- dizia varias vezes meu pai me chicoteando enquanto todos os meus primos assistiram ao espetáculo.

- Bate forte tio, ninguém quer mariquinha aqui não- disse um dos meu primos, então, os capatazes começaram a rir do que ele falou, mas nesse momento comecei a chorar.

- Tu tá chorando?! Quantas fezes já disse que homem não chora- disse desamarrando as cordas-olha pra mim! Eu não quero ver mais você chorando! Você tá me ouvindo?

- tô- respondi.

- Pois é! Nunca mais quero ver você chorando! Homem não chora! Repita Comigo:"Homem não chora"- disse meu pai.

- Homem não chora- repeti.

- Tudo bem, não quero mais ver você
brincando de boneca, pega uma enxada, uma foice, qualquer coisa! Mas vai trabalhar serviço de macho! Igual os seus primos, podem botar ele pra trabalhar- disse meu pai saindo dali, então, fui trabalhar.

- Teus primos andam de cavalo, corta árvore, pisa em Cascavel, tem que ser que nem eles- disse um capataz.

- Eu sou é cabra macho!- disse o meu primo que pediu para meu pai me bater mais forte.

Trabalhei no cafezal, isso não era algo que eu estava acostumado pois eu passava mais tempo dentro de casa, então, estava achando o trabalho bastante pesado. Quando eu retirava as ervas daninhas dos cafezeiros vi um coelho muito fofinho, então, o coloquei no galinheiro, enquanto eu trabalhava.

Quando eu terminei de trabalhar, escondi o coelho no meu quarto e a partir desse dia consegui um amigo, amava brincar com ele até que um dia entrei no meu quarto e não encontrei pois meu pai deu para os capatazes assarem e comerem. Meu primo Rodrigo (o que pediu para que meu pai me batesse) vivia rindo de mim, me chamando de viado e quando eu conseguia fazer algo que orgulhava os meus pais ele fazia aquilo parecer vergonhoso.

Passaram-se os anos e eu continuava sofrendo bullying do meu primo mesmo me fortalecendo e me masculinizando conforme eu crescia, isso só me motivava a me fortalecer mais e mais. Um dia, vários cobradores vieram a fazenda e mostraram para o meu pai o quanto ele devia, mas ele gritou que iria pagar, então, expulsou os cobradores, ficou tão temperamental que  derrubou os móveis.

- Eu não posso falir! Essa fazenda era dos meus pais!- disse meu pai quebrando tudo.

- Calma! Amor!- disse minha mãe tentando se aproximar do meu pai.

- Ah!!- Gritou o meu pai dando um ataque cardíaco e caindo no chão com os olhos abertos, mas sem vida.

Derrepente, acordei do sonho-lembrança com um barulho lá de pessoas falando: "Bora matar esses boiolas do caralho", logo me levantei da cama ligando todas as luzes da casa. E acordei Rogério, mas percebi que eles já tinham conseguido entrar e um deles estava indo em direção ao quarto que Borislav estava dormindo, por sorte eram apenas quatro e usavam apenas machados, logo peguei a espada que eu havia polido.

- Eu fiquei mais velho mais não fiquei mais fraco- falei isso depois de cortar o braço do vagabundo que estava indo para o quarto de Borislav.

Apaixonado por uma divindade- LIVRO  IIOnde histórias criam vida. Descubra agora