Apaixonado por uma divindade- LIVRO II

A queda do avião

Borislav estava dormindo do meu lado na cadeira do avião, aquele cara lindo não deixava de ser o meu amor mesmo estando com aminesia. Nossos laços seriam eternos, independentemente da nossas crenças,  nacionalidade ou orientação sexual, foi isso que a mãe de Borislav me disse.

Cobri Borislav com um edredom e peguei os salgadinhos que ele estava comendo, senti o cheirinho de perfume de bebê que comprei pra ele. Olhei para o lado e percebi que havia um homem que estava só me olhando, mas virei o rosto para outro lado.

- quer amendoim?- perguntou a aeromoça.

- Sim, dois- respondi comprando dois amendoins.

Do nada alguém me jogou um amendoim, então, virei para o lado e percebi que era o homem que todo tempo olhava para mim. Eu estava com vontade de ir ao banheiro, então, me levantei e fui para o banheiro, mas quando cheguei na porta o mesmo homem me surpreendeu.

- Não está reconhecendo o seu primo? Sou eu o Marcondes- disse o homem se revelando.

- Foi mal não me lembrar de você, não te vejo faz anos- disse tentando me desculpar.

- faz muito tempo mesmo, a última vez que te vi éramos adolescentes e seu pai já não tinha mais a fazenda- disse meu primo.

- Não me lembro muito bem dessa época, só me lembro de quando éramos crianças- disse me lembrando.

- Também me lembro, dessa época, seu pai te bateu porque viu você brincando de boneca- disse meu primo.

- Saudades do meu pai e da minha mãe- disse cabisbaixo.

A aeronave começou a sacudir bastante derrubando malas e acordando Borislav, as luzes começaram a piscar, mas não durou muito tempo e tudo voltou ao normal. Borislav ficou inquieto, mas o piloto avisou que era apenas uma turbulência. Após o rápido susto dei um saco de Amendoim para Borislav, isso fez com que ele se intertesse. Olhei para a janela e vi as nuvens ficando cada vez mais escuras e tempestuosas, isso fez com que eu olhasse para o crucifixo de Borislav e apertei o meu medalhão.

- Minha Santa! - disse quando o avião deu um rápido balanço.

- Fiquem calmos foi só um balanço!- disse a Aeromoça.

- Tá com medo primo?- disse Marcondes se segurando na cadeira fingindo estar com coragem.

- Imagina- falei ironicamente.

- Rodolfo medroso- disse Marcondes.

- só estou preocupado com as minhas coisas que podem quebrar- disse cruzando os braços.

- Sei, desde pequeno você... Droga!- disse Marcondes quando o avião balançou novamente com mais violência interrompendo ele falar.

- Se segurem firme e mantenham a calma!- disse a Aeromoça com a turbulência aumentando.

- Borislav se segure!- disse quando o avião virou de cabeça para baixo rapidamente e voltou ao normal (de cabeça para cima).

- Ainda bem que não estou com medo- disse Marcondes se segurando com força na cadeira com os olhos arregalados.

O Avião arranhou a sua asa em outro avião e os pedaços pequenos se chocaram contra as janelas fazendo com que elas se rachassem, um dos pedaços bateu em minha janela de maneira que quase quebrou.

- pensei que essas janelas fossem aprova de balas!- gritei.

- Isso não é bala!- disse Marcondes.

A janela onde Borislav estava perto quebrou ,então, puxei ele para perto de mim. A aeromoça estava rezando para todos os santos que conseguia se lembrar, todos os copos já estavam quebrados e as luzes estavam apagadas.

- Rodolfo! O Avião tá caindo?- Perguntou.

- Está sim- Abraçando Borislav.

O Avião começou a perder altitude cada vez mais rápido, nesse momento, Marcondes já tinha desmaiado e a Aeromoça tinha terminado a lista de Santos que conhecia e resolveu chegar nos anjos. A posição do avião mudou e a parte de trás ficou para baixo, mas nada adiantou, o avião caiu.