Recuperação

1.3K 41 1
                                    

"Eu não vou dizer que tudo vai ficar bem, não sou Deus para prever o futuro, mas eu lhe prometo que vou estar aqui quando tudo perde o sentido..."

P.O.V John

Entrei na sala e a enfermeira se foi.

Angel estava deitada naquelas "camas" de hospital, tinha vários tubos ligados as suas veias, que lhe davam soro e o remédio; também tinha outro ligado ao seu rosto que provavelmente estava fazendo ela respirar; sem contar com os vários fios ligados ao seu peito, controlando os batimentos cardíacos.

Como Angel? Você agora está se parecendo tanto com sua mãe, naquele dia... Se você tivesse me contado poderíamos passar por isso juntos, mas você não confia em mim as mesmas palavras que confiava na Anne... Anne olha aí de cima nossa filha, nosso bebê, nosso anjo, olha o que ele fez.

A Anne se você estivesse aqui ia ser tudo mais fácil...

Como EU deixei isso acontecer? Minha filha de novo em coma... E eu podia ter impedido.

Cheguei perto dela e me sentei na cadeira ao seu lado, segurei sua mão, estava gelada e sem resposta.

P.O.V Angel

Eu não tinha controle do meu corpo não conseguia mover nada, nem o simples movimento de abrir o olho e conseguia.

Era como se estivesse desligada do meu corpo, mas eu ouvia passos, barulho de porta e um barulho infernal de um aparelho de coração.

Era frustrante esta situação eu não sentia meu corpo e nem controlava ele.

Mas de uma coisa eu tinha certeza, eu não morri.

Sabe eu eu no momento estou tentando muito mesmo, mas infelizmente não consigo me arrepender, eu sinto muito, muito mesmo. Não consigo imaginar como tia Zoe e meu pai estão...

Mas simplesmente não consigo me arrepender, porque de certo modo queria estar morta...

Mãe me ajuda por favor...

(...)

Eu já estava sentido todo o meu corpo, mas ainda não conseguia mexer nada.

Eu ouvi outra batida na porta e ouvi duas vozes desconhecidas.

- Ela melhorou... Os batimentos estão mais fortes.

- Tenho pena da família dela, tem uma louca em casa. Estava provavelmente sem se alimentar a uns três dias, bêbada, e ainda por cima tentando se matar com um medicamento.

- Ela devia ter seus motivos.

- Ninguém em sã consciência faria isso. Quantas pessoas gostariam de mais um segundo de vida, e ela tirando a própria.- uma lágrima escorreu do lado esquerdo de meu rosto. Eu daria meu segundo de vida a essas pessoas se pudesse.

A realidade é que ninguém nunca vai entender.

- O subconsciente dela está funcionado!- ouvi um outro barulho de porta e de novo o silêncio.

P.O.V John

Tinha saído daquele quarto e fomos comer algo na cantina do restaurante.

Corrigindo: fui tomar um café para tentar ficar mais tempo acordado.

Justin tinha ido buscar algumas coisas da Angel na casa dela e trouxe a bolsa, e umas roupas.

Estávamos todos sentados em uma mesa na janela, estava lindo lá fora. Era um dia bem ensolarado, nada combinando como o nosso dia estava hoje.

Eu não queria olhar para janela porque me lembrava de que talvez nunca mais ela vai ver um sol tão lindo como esse, e que ela pode nunca mais sorrir, chorar, falar, de sentir o vento nos seus cabelos que ela gostava tanto...

BelieveOnde histórias criam vida. Descubra agora