Não fale alto perto de sogras

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Katsuki entrou a passos duros e bufando quando chegou no escritório.

— Bom dia, Kacchan!

O sorriso radiante do amigo de cabelos verdes não pareceu surtir efeito no loiro, que batia nas coisas como para desestressar do que rondava sua mente.

— O que houve? — perguntou Izuku, imaginando a resposta na forma de uma loira um pouco mais velha.

— Minha mãe.

Bingo!

— Ah, certo, hoje é segunda — comentou, tampando os lábios.

Ajustou os óculos para que não caíssem mais e depositou uma prancheta alaranjada sobre a mesa do chefe.

— Como foi com a moça desse final de semana? — Soltou uma risada fraca, fazendo o loiro olhá-lo mortalmente. — Desculpe, não tem como não rir.

Sorriu, não se impressionando ao ver o amigo se jogar na cadeira e pegar a prancheta, mas logo em seguida largou, por não estar com cabeça para pensar direito.

— Era uma completamente... sem noção alguma — Katsuki disse, cansado.

Cirurgião plástico e solteirão na pista, o loiro não dava nem indícios de querer se amarrar tão cedo, o que não fazia a dona mais velha desistir, muito pelo contrário, parecia que quanto mais o filhote aparecia, mais esperanças surgiam em sua mente engenhosa.

Toda semana, Mitsuki apresentava mulheres novas para o filho rebelde, mesmo que Katsuki não desgostasse completamente, era irritante ter sempre o mesmo episódio.

Ele já estava cansado.

— Transaram? — Izuku perguntou, sem se importar muito com intimidade.

Eram amigos há tanto tempo, que nem se lembrava se existiam barreiras os impedindo de alguma coisa.

— Claro. — Franziu o cenho quase ofendido. — Se eu não estiver com alguma DST é que vai ser a novidade.

Levantou-se, abrindo o armário pequeno onde guardava suas peripécias.

— Não usaram camisinha? Você é um médico, meu Deus — disse Izuku, assustado, colocando a mão no rosto, espantado com a calma do outro.

— Claro que usamos, idiota. — Pegou o álcool em gel e o deixou sobre a mesa. — Ela esperava um anel brilhante de noivado quando acordou, acredita?

Foi até a pia, começando a lavar cada centímetro de sua mão antes de secá-la com o papel.

— Todas com quem você dorme, acordam com esse tipo de desejo. Não acha que sua mãe anda colocando algo na cabeça delas? — riu. — É... bem... Não é como se fosse mais uma novidade, mas isso já está começando a sair do controle.

Assistiu a ele passando álcool em gel nas mãos antes de vestir as luvas.

— Aliás, onde ela consegue tanta mulher assim?

— Eu não faço ideia, aquela maluca com certeza deve ter algum tipo de pacto — bufou, pedindo ajuda com a gola do jaleco branco. — Se eu souber, um dia, onde pelo menos é o lugar, mandaria fechar essa merda para sempre.

Izuku riu e o ajudou, ajustando o tecido em seus ombros.

— É sua mãe, com certeza ela encontraria outro lugar.

O esverdeado riu da expressão de asco que surgiu na face do loiro esbelto à sua frente. Era engraçado os comentários que Katsuki fazia sobre sua mãe. Eles realmente se pareciam muito, porém Izuku nunca iria admitir isso em voz alta, pelo menos não enquanto ainda quisesse viver.

Esposo de Mentirinha [BakuDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora