A probabilidade pode ser pequena, mas nunca nula

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— Não, não se atreva. — Seus olhos cresciam enquanto assistia o sorriso do loiro e os passos dele cada vez mais perto. — Kacchan, por favor — suplicou, arrependendo-se amargamente do que disse mais cedo.

— Mas a ideia foi sua e eu sou completamente a favor — respondeu risonho, divertindo-se com as reações fofas do outro.

— F-foi só um... um... — gaguejou tentando encontrar uma resposta que se encaixasse com a situação, porém nada lhe ajudava e estar sendo encurralado pelo amigo com certeza não favorecia seu cérebro que estava travado.

— Um? — Katsuki incentivou dando mais dois passinhos curtos na direção do esverdeado que em uma reação rápida pegou a primeira coisa para se defender.

Um copo de vidro.

— Uma a-análise da situação? — disse completamente incerto, ele só queria voltar para o quarto e trancar o loiro para fora.


No dia anterior, após chegarem ao Havaí...

Katsuki largou a mala próximo ao guarda-roupa e Izuku fez o mesmo um pouco nervoso em como se encontravam. Foram obrigados a ficar em um único apartamento, claro que ele era grande, mesmo assim não deixava a situação muito favorável.

— O que foi? — perguntou Katsuki que percebeu a insatisfação estampada no rosto do esverdeado desde que subiam pelo elevador.

Izuku pensou se realmente deveria dizer.

— Acha que é uma boa ideia... hm... ficarmos no mesmo lugar? E-eu digo... s-seus pais e nós... não vai ser mais fácil descobrirem? — respondeu nervoso enquanto brincava com os dedos, olhando para qualquer coisa menos o loiro.

— Não tivemos escolha, só tinha esse lugar disponível.

Izuku fez uma careta enquanto tentava pensar em uma resolução mais imediata, porém não teve resposta e desistiu logo depois. Encarou a paisagem e tocou o vidro grosso que ia do teto ao chão; dava para ver nitidamente o mar e a areia, tantas pessoas lá embaixo, talvez não fosse tão ruim ficar naquele prédio.

— Quer procurar outro lugar? — o loiro insistiu, parado no mesmo lugar que antes.

Izuku apenas sorriu.

— Não, eu gosto daqui. É bonito, não acha?

Katsuki não respondeu de imediato, apenas apreciou o que nunca tinha feito antes.

— É, muito bonito — balbuciou não tirando os olhos daquele esverdeado.

Nunca havia reparado tanto em suas charmosas sardas, também não havia as contado, se perguntou se o corpo todo dele era assim.

— Eu só acho que... — Izuku começou e Katsuki se aproximou curioso, quebrando o transe que ele mesmo havia se metido. Não era bom pensar muito naquelas coisas. — Deveríamos ser mais íntimos... — O loiro cruzou os braços evitando o sorriso malicioso nos lábios. — E-eu digo... — Izuku sentiu seu rosto esquentar. — Esqueça.

— Não, continue. — O esverdeado encarou de relance o loiro logo desviando corado.

— A-agirmos como casados... — Encarou a paisagem que parecia bem mais atrativa do que o amigo. — Para, sabe... não descobrirem.

Katsuki sentiu uma vontade imensa de rir, claro que ele não estava errado, mas também não sabia em como o amigo estava certo.

Casados tinham coisas que só casados faziam, era verdade, mas não sabia nem por onde começar, nunca havia se casado, afinal.

Esposo de Mentirinha [BakuDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora