Ações à parte

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Izuku se sentou na cama, espreguiçou—se folgado e encarou o corpo ao lado completamente à vontade e esparramado. Era sempre uma guerra dormir com Katsuki pelo simples fato de que ele não conseguia permanecer quieto durante o sono.

Bocejou e com movimentos leves se levantou sentindo um breve arrepio com o frio do chão. Encarou o vidro translucido do quarto e reparou no escuro ainda da noite, seu relógio interno ainda permanecia todo desconfigurado, mas naquele dia aproveitaria o começo da manhã.

Talvez não passasse das 5 horas agora, e um dos desejos que estava reprimindo a alguns dias era o de ver o amanhecer naquele belo local e não iria perder desta vez.

Foi ao banheiro e tomou um banho rápido para despertar, escovou os dentes e pegou uma roupa simples para sair sem ser notado. Pegou suas percatas e na ponta dos pés rumou à porta mexendo—a com a maior leveza que conseguia, porém...

— Onde pensa que vai? – Escutou atrás de si e gelou se virando na mesma posição em tentou abrir a porta.

— B—bom dia, Kacchan... – Disse como uma criança levada pega no flagra, escondeu as mãos e sorriu.

Katsuki franziu o cenho ainda sentado na cama de casal desarrumada.

— Bom dia. – Respondeu sem muito interesse. Expulsou a coberta fina do colo e afagou os cabelos bocejando, desceu da cama e foi em direção ao banheiro voltando sem demorar muito tempo. Izuku permaneceu no mesmo lugar como se fosse perigoso se mover.

— Onde pensa que vai? – Repetiu agora acordado o suficiente para prestar atenção nas palavras do outro, ele permanecia sem camisa e seus braços logo cruzaram frente o peito.

— A—a praia... – Izuku coçou a bochecha não sabendo o porquê da vergonha repentina que estava sentindo.

— Ainda nem amanheceu, o que vai fazer lá fora? – Ele não parecia irritado, mas Izuku não sabia explicar sem parecer um idiota.

— Quer me acompanhar? – Não iria explicar, seria melhor se ele visse com os próprios olhos.

— Por que eu faria isso? – Bufou.

...

— Kacchan, se você não se apressar eu vou te deixar para trás. – Disse Izuku caminhando apressado na frente, já conseguia ver o céu clareando pelos vidros do hotel.

— Não mande em mim, maldito. Qual é o seu problema ao querer sair nesse frio? – Rugiu afagando os braços que se arrepiavam com o ventinho da manhã. O silêncio era quase palpável e ver todas as lojinhas fechadas denunciava o quão cedo era.

— Não mandei vir comigo! – Disse acenando para a recepcionista que acenou de volta enquanto bocejava.

— O que disse? – Katsuki rapidamente se achegou ao seu lado, Izuku se apressou mais uma vez não respondendo à pergunta do outro.

Marchou para a areia e suspirou aliviado percebendo o quão sozinho estavam e que não havia perdido o nascer do sol. Estava clareando, mas talvez demorasse um pouquinho, enquanto isso a única luz que os clareava eram os das ruas e do próprio hotel onde se instalavam, a praia não era tão longe dele afinal.

Katsuki bufou por ser ignorado, encaixou as mãos nos bolsos da jaqueta e sentiu outro arrepio subir pela espinha, estava frio e ele odiava o frio, nem sabia exatamente por que estava ali. Talvez estivesse com medo de que Izuku caísse no papinho de qualquer pessoa legal que passasse e fosse sequestrado. Ele sempre foi uma batata para pessoas.

Sentou—se próximo ao esverdeado que estava a poucos metros da água e cruzou as pernas. O silencio se instalou por alguns segundos até Katsuki achar um bom momento para esclarecer as coisas.

Esposo de Mentirinha [BakuDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora