Crianças são as piores pestes do mundo

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— Kacchan?

Izuku precisava de respostas e chegar naquele ponto de mentira era quase surreal. Katsuki permaneceu quieto, o que fez o menor abaixar a música que tocava no carro.

Estavam finalmente fora dos olhares felizes e empolgados dos pais do loiro e era como se ele nem estivesse preocupado com a situação.

— Kacchan, pelo amor de Deus, que ideia foi aquela?

— Me deixe pensar um minuto, merda.

Ele parou no farol vermelho, a lua já brilhava e nem tinha percebido o quão tarde era.

— Pensar? No que estava pensando naquela hora? — disse, completamente exaltado.

— Apenas cale a porra da boca e me deixe pensar!

Izuku calou-se, incomodado, mas não disse mais coisas; na verdade, não adiantava discutir, já que a merda estava feita.

— Só não demore, seus pais pareciam empolgados com a ideia de serem avós — balbuciou, não disfarçando o tom descontente. — Escorou-se no vidro ainda perturbado com o assunto e logo aconchegou-se no silêncio do carro.

Os pais de Katsuki moravam no interior, portanto seria uma longa estrada até que chegassem em casa. Deixou que o cansaço do dia pesasse com o sono e fechou os olhos para pelo menos cochilar.

— Ei. — Sacolejou o ombro de Izuku, que dormia torto no banco do carona.

Ele remexeu-se e lentamente abriu os olhos, encarou a frente do carro e reparou na garagem de sua casa. Olhou o loiro ao seu lado e sorriu logo após um bocejo cansado.

— Agradeço por me trazer em casa. — Abriu a porta do carro, descendo em seguida. – Nos vemos segunda.

Katsuki esperou ele bater a porta.

— Ei, idiota. — Izuku abaixou-se para ver Katsuki através da janela abaixada. — Suas chaves.

Jogou com força na testa do amigo, que gemeu pela dor exagerada e riu, engatando a marcha para o carro dar partida.

Como poderia resumir aquele dia? Bem louco, talvez.

Não sabia de onde tinha surgido a ideia de um filho, mas precisava muito de um tempo para pensar. Não tinha a menor ideia de onde arranjaria uma criança sem mais nem menos e de forma tão rápida.

Suspirou cansado, precisava de um banho, de preferência um longo, que apagasse suas memórias.

Parou no farol e assim que permitido, virou à esquina, agradecia por morar tão perto do amigo. Estacionou e desligou o rádio que tinha sido colocado no mudo, abriu a porta e um barulho muito familiar chamou sua atenção, fazendo-o virar para o banco do acompanhante.

O celular de Izuku brilhava no chão do carro para logo apagar, ele nem deveria tê-lo visto cair.

Katsuki pegou o aparelho e apertou o botão de ligar, a foto fofa de um animalzinho de estimação que ele nem tinha reluzia enquanto aparecia mensagens na barra de notificações. O celular vibrou mais uma vez e Katsuki percebeu o nome "Prima" logo acima, ao lado de um emoji de gato.

"Izuku, desculpa! Mil perdões! Não vou conseguir levar as crianças para sua casa como prometi, tem como você vir até a pizzaria Família amanhã às 8h? Por favor! Explico melhor quando puder."

— Prima? — Katsuki ponderou enquanto tentava se lembrar de onde reconhecia o nome. — Ah, a viciada em gatos...

Ele desligou a tela e colocou o celular no bolso, amanhã cedo levaria para o amigo, parecia importante.

Esposo de Mentirinha [BakuDeku]Onde histórias criam vida. Descubra agora