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Park Jimin P.O.V

E então ela não disse nada, ela não me respondeu de volta, mas assisti lágrimas caírem de seus olhos e sua visão ficarem fixas em um só lugar, como se sua mente viajasse muito além de onde estamos agora.

E eu esperei, para minha surpresa ela intensificou suas lágrimas, chorando como uma criança, seu choro parecia tão agoniante e infantil.
Eu não precisaria a ver chorar para já sentir meu coração doer.

Me aproximando para vê-la de perto, tocar seu rosto e saber o que estava acontecendo de verdade eu esperei, aqueles sentimentos irem lentamente.

_ Está bem?

- Não.
Deve ser os bebês.

Ela riu escondendo as poucas lágrimas restantes, eu segurei seu rosto.
Quando vi seus olhos de mais perto, e seu rosto molhado, eu percebi que essa situação era karmica e recíproca.

Eu já havia quebrado regras em nosso relacionamento a muito tempo, pensar em voltar atrás e permitir que Charlotte fosse livre de mim sem lutar por ela sequer, mesmo quando eu queria não fazer isso para não estragar o que temos por agora.

Era ridículo e percebi que é impossível.

_ Desculpe.

- Não. Não é isso, eu o entendo e não é por você.
É só, isso é tão ridículo, eu lembro do momento que me despedi deles. Lembro tão bem daquela noite, alguns anjos não poderiam vir comigo para meu inferno.

Ela respirou fundo, mas seu olhar ainda era vago, eu pude a entender agora.

- Eu pensava que era como um inferno na vida das pessoas, que era tudo que diziam que eu era. Naquela época era agoniante minhas ansiedades, meus sentimentos e isso não é ridículo?

Ela me olhou e eu apenas toquei sua bochecha com meu dedo indicador, esperando sua continuação com um sorriso curto para a confortar de certa forma tentar.

- Mas com você é diferente e não sei se é bom ou ruim. Eu sinto que poderia te arrastar para meu inferno.
Mas eu sei que isso vai acabar, quando eles nascerem.

_ Eu sinto muito.

- Era o que eu esperava, um sinto muito de você.

Creio que não, não era isso que ela esperava.
Charlotte tentou o mínimo para disfarçar aqui em seu agora, mas eu já poderia lê-la da mesma forma que ela consegue comigo.
Então era minha vez, a vez da sinceridade falar.

_ Eu percebi que é impossível não te querer por perto, mesmo não querendo te atrapalhar.
A última coisa que quero é destruir toda sua história e atrapalhar o seu destino.

- Meu destino — Ela se esforçou para falar com certo vazio — Meu destino é o que quero e o que quero agora, no momento eu só penso no cara do avião.

Ela tocou meu rosto, seus dedos eram quentes e bons para minha pele, suas palavras eram sinceras.
Mas a sinceridade principalmente serviu para não ter tanto medo de sair do meu papel, quando ela tirou seus dedos da minha pele era-se como se não senti-la fosse vazio e triste.

Seu toque trazia o desejo do meu coração para ser exposto, como cores vibrantes.
Uma boa garota como ela, trazia o céu para mim sem perceber.
Seus olhos com vestígios de lágrimas ainda brilhavam intensamente, como dois vagalumes em um céu noturno mesmo sendo pela amanhã.

_ Eu acho que me apaixonei.

Eu ri para descontrair o clima ou por estar exposto demais.
Mesmo parecendo uma piada o que saiu de meus lábios, eu sentia que era verdade e eu sabia que para ela não era o que sabia.

Minha Segunda Vida (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora