𝗔𝘁𝗼𝗿𝗺𝗲𝗻𝘁𝗮𝗱𝗼𝘀¹⁷

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Quando a noite caiu por completo e nenhum barulho mais se fez presente, eu me convenci que não conseguiria mais dormir de fato. As palavras de Daryl ainda atormentavam minha mente profundamente. Me fazendo revirar sobre a cama em busca de paz, mas foi em vão. Sua reação sob minhas palavras ainda se repetiam constantemente e claramente em minha consciência. Suas mãos nervosas e os suspiros pesados, como se tivessem sido descarregados sobre mim. Me sentia mole, sem ânimo. Desejando - em parte - que minha imunidade nunca tivesse existido. Assim vidas seriam polpadas de tanto peso.

Olhando para o teto, de barriga para cima e então me perguntando o porquê de Daryl ficar tão atormentado sobre a vacina. Me perguntando se o mesmo tinha medo da ideia de eu morrer por causa disso ou não. Temia que o mesmo havia se convencido de que eu diria que não pensava em me servir para a cura, e que teve um choque com as palavras contrárias que o próprio desejava. Não queria ter confessado aquilo para ele, mas também não conseguiria mentir para o mesmo. Meu corpo e alma sabia de que eu faria aquilo se pudesse. Mas temia que minha vida valesse por tudo isso.

Com minha mão trêmula, eu retiro a coberta por cima de mim. Me sentando pra fora da cama. Afogo minha cabeça sobre minhas mãos apoiadas sobre o joelho.

- Que porra. - Sussurro contra minhas mãos. Esfrego as mesmas pelo rosto, tentando me acalmar.

Olho para frente, para a janela. Caminho até a mesma, retirando a cortina fina que cobria a mesma. Agora observando lado de fora. Tudo estava quieto, calmo. Podia apenas ouvir, naquele momento, meu coração pulsando e ecoando por todo o meu corpo. Vasculhei todos os cantos lá fora que podia com o olhos, parando agora em quem eu mais temia. Glenn.

O mesmo estava sentado sobre uma cadeira na cobertura e com os pés apoiados por cima do muro que se estendia por toda Alexandria. Encaro o mesmo por vários minutos, vendo-o tocar um violão qualquer. Uma arma grande estava logo abaixo de seus pés, mas Glenn não parecia ligar para ela. Sinto minha mão direita tremer, enquanto a outra aperta fortemente a cortina. Fecho minha mão trêmula com força. Tentando regular minha ansiedade.

Lembro-me de Daryl, de suas palavras. E então volto minha atenção a Glenn. Eu teria que contar pra ele mais cedo ou mais tarde. Se não, Daryl faria isso por mim, e eu sabia disso.

Fecho a cortina novamente, agora pegando meus sapatos ao lado da cama. Visto os dois, e então saio do quarto. Fecho a porta atrás de mim enquanto encaro a portaria de entrada logo ao fim da escada. Engulo seco, e então começo a descer os degraus lentamente. Pego uma jaqueta grossa pendurada no cabideiro e então abro a porta. Saindo de casa, sentindo o ar gélido da noite. Visto a jaqueta em minhas mãos, agora indo em direção a Glenn.

À medida que meus passos tardios chegavam até o mesmo, a melodia do violão se tornava cada vez mais notável. Encaro as escadas logo a minha frente, pensando seriamente em dar meia volta daquele lugar. Ouço Glenn errar uma nota e então voltar a música desde o começo.

"Você tem que acabar com isso logo." Penso, me convencendo de continuar.

Piso sobre o primeiro degrau, e então continuo a subir até finalmente ver o mesmo. Finjo um sorriso falso para o mesmo.

- Não sabia que podia tocar violão. - Falo para o mesmo, que me segue com os olhos.

- É, o pai da Maggie me ensinou a muitos anos atrás. - Ele coloca o violão no chão, apoiado na madeira da cobertura. - Quem sabe eu não te ensino um dia também.

Nós dois sorrimos um pro outro.

Me viro de costas para ele, me curvando sobre o muro e então apoiando meus braços ali.

- Aconteceu alguma coisa? - Ouço o mesmo perguntar, se levantando da cadeira.

Agarro minhas mãos umas nas outras, tentando disfarçar meu tremor.

𝗦𝗲𝘂𝘀 𝗢𝘀𝘀𝗼𝘀 𝗲 𝗖𝗶𝗰𝗮𝘁𝗿𝗶𝘇𝗲𝘀, daryl dixon ¹Onde histórias criam vida. Descubra agora