𝗨𝗺𝗮 𝗡𝗼𝘃𝗮 𝗖𝗵𝗮𝗻𝗰𝗲 ⁴

5.4K 490 206
                                    

Eu continuava no mesmo lugar, com alguém atrás de mim. O corpo do tal homem continuava sobre mim, então eu o empurrei para o lado com cuidado para não ser ouvida. Com o tiro que atravessou a loja e pegou na cabeça do cadáver ao meu lado, vários cacos de vidros acabaram voando e assim, cortando minha pele - principalmente, meu rosto -.

Eu não tinha nada para me defender, todas minhas armas ficaram no topo do prédio, junto a minha mochila. Ou eu lutava corpo a corpo, ou fugia dali correndo. Não era uma boa opção, com certeza tinham mais pessoas pelas ruas nos esperando. Foi então que me deparei com a arma que havia no peito da pessoa morta. Era uma arma de Elite. Eu podia ouvir passos chegando mais perto de mim. Rapidamente, cheguei mais perto do tal homem e com cautela fui retirando a armação enrolada em seu corpo. Passei por um braço e depois pelo outro e então, finalmente, ela estava em minhas mãos e totalmente carregada de munição.

Me encostei no balcão que me separava do atirador. Olhei mais uma vez para o cadáver. Ele estava horrível. Sua testa foi extrapolada e saia sangue de sua boca, nariz e obviamente da testa que descia e encharcava sua roupa.

Minha respiração estava ofegante, porém baixa. Eu sentia a ponta dos meus dedos latejarem por adrenalina - talvez mais medo do que adrenalina em si -. A gaze que tinha antes no meu braço, foi rasgada por cacos de vidro. E meu ferimento sangrava mais ainda. Meu braço inteiro doía e tinha um tom incomum, um tom mais roxo pela falta de circulação do sangue que saia de mim. Respirei fundo, estufei o peito e ajeitei a arma nas mãos, apertando o gatilho com força. Exalei todo o ar para fora, e tentei espiar por cima do balcão após perceber que não havia mais passos. Antes mesmo que eu pudesse ver alguma coisa, tiros foram disparados em minha direção. Eu me abaixei rápido. Era como se a pessoa soubesse que eu estava ali e estivesse me esperando para atirar.

- Não adianta se esconder. - Aquela voz... Eu reconhecia.

Os passos voltaram e me circularam. Ele estava chegando perto. Puxo o gatilho e me levanto rápido. A pessoa surge ao mesmo tempo. E antes que cada um atirasse um no outro, nós abaixamos as armas ao mesmo tempo.

Eu analisei bem a pessoa minha frente, assim como o mesmo fez comigo. Minha respiração cedeu. Meus olhos se encharcaram, e assim eu deixei a arma cair e fui direto até ele.

- Glenn...

- Tris...

Era o meu irmão, ele estava ali. Em carne e osso.

Nós nos abraçamos. Foi um abraço forte, como se fosse para nunca mais nos afastarmos.

- Meu Deus. Você tá viva. - Eu sentia cada lágrima de Glenn escorrendo pelas minhas bochechas. E eu não estava diferente.

Naquele momento, meu corpo não doía.

Naquele momento, eu estava em casa. Eu estava com meu irmão. A pessoa que me protegeu a vida toda. Ela estava ali. Bem a minha frente, colada em mim.

- Eu não consigo creditar. Você tinha sido mordida, era pra estar morta. - Glenn nos afastou, olhando para mim confuso. Passou a mão no meu cabelo e depois na minha bochecha. Como se quisesse saber se eu era real ou não.

- Não, não, não. Glenn, eu estou bem. Eu tô viva. - Eu tirei suas mãos do meu rosto e entrelacei ela com as minhas.

- Meu deus, você tá sangrando. - Glenn reparou no meu ferimento no braço e me olhou preocupado. - A gente pode cuidar de você. Tem que vir comigo, ok?

Eu confirmei com a cabeça e Glenn sorriu para mim. Droga, como eu sentia falta de ver o sorriso dele.

O mesmo passou por mim, pegou minha arma do chão e olhou rapidamente para o cadáver. Mas desviou o olhar logo em seguida. Glenn enrolou a arma no peito e pegou minha mão.

𝗦𝗲𝘂𝘀 𝗢𝘀𝘀𝗼𝘀 𝗲 𝗖𝗶𝗰𝗮𝘁𝗿𝗶𝘇𝗲𝘀, daryl dixon ¹Onde histórias criam vida. Descubra agora