Sem açúcar

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"Você vai deixá-la cair?"

Addison

Comemorei aquela mini pausa de cinco minutos entre uma reunião e outra para abrir uma nova janela em meu computador. A pesquisa era básica, mas com um objetivo bem explicito e focado, "top dez melhores lugares para pedir alguém em namoro." Caí em alguns sites, muitas opções de fato, restaurantes, praias, parques, mas um me chamou atenção, um passeio de balão, era simples, vi as fotos, e a vista...

Meredith iria adorar a vista que aquele passeio nos proporcionaria. Mas eu pensei melhor, queria um lugar na qual poderíamos levar Bailey e Henry, afinal, eu tinha que pedir a autorização de Bailey primeiro, sobre poder namorar seriamente a sua mãe, e mostrar a ele que o meu coração tinha espaço o suficiente para mais um serzinho pequeno como ele.

Pesquisei algumas pousadas, hotéis, nenhuma me interessando de fato, ou interessando a minha imaginação para algo tão mirabolante, talvez só um pedido simples, já era o suficiente.

Mais uma janela de navegação, tópico a se pesquisar, alianças. Será que Meredith gostaria de usar uma? Não era sempre que a via com acessórios pelo o corpo, apenas um pequeno colar prateado, sem chamar muita atenção, cogitei que ela gostaria de algo mais sútil, então... uma pulseira? Eu deveria perguntar isso a irmã dela, nossa, sim, eu com certeza perguntaria a irmã dela. Meredith era não indecisa, eu que era sem sombras de dúvidas.

Dei um pulo da cadeira e fechei as janelas assim que escutei o barulho do elevador, ansiosa, mas me acalmando em seguida assim que Cristina entrou, ela me parecia um pouco aflita e nervosa, eu a olhei.

— Senhora Montgomery, a Meredith está passando mal.

Não deixei que ela terminasse, me levantei o mais rápido possível e quase corri até o elevador, reclamando da demora que fazia e saindo em disparada assim que cheguei no salão principal, andei até o vestiário, aonde Meredith estava sentada em um banco, mais ao canto, seu rosto estava vermelho.

Ela havia chorado. 

— Hey, sol, o que foi? O que está sentindo? — perguntei, me sentando ao seu lado e apoiando uma das minhas mãos em suas costas, senti que Meredith recuou um pouco sobre o meu toque.

— Eu... eu só... preciso voltar pra casa. — a sua voz era quase miúda, quase inaudível.

— Claro, vem, eu te deixo em casa, meu amor. Se sente bem para caminhar?

Segurei a sua mão e passei um braço por sua cintura, mas Meredith se afastou, no mesmo segundo, me deixando sem entender muita coisa, eu a respeitei, talvez estivesse com dor ou algo assim, por isso recusou minha ajuda ou coisa do tipo.

Peguei a sua bolsa e o seu casaco, abrindo a porta do carro para que ela entrasse e logo eu estava ao seu lado, a olhando em cada sinal que se fechava, o seu silêncio me matava e não poder segurar a sua mão ou acariciar a sua perna me agoniava, a dúvida me deixava nervosa. 

— Vem, eu te levo até o seu apartamento.

— Não... eu vou sozinha, obrigada pela a carona.

— Sol, o que foi? O que você tem?

— Eu só preciso descansar, Addison. Apenas isso.

— Não quer que eu fique com você?

— Não! — ela respondeu diretamente, pegando as suas coisas e saindo do meu carro, como se estivesse fugindo de algo, fugindo de mim.

Fiquei ali, sem entender muita coisa, sem saber o que ela tinha e muito menos as suas atitudes de negação perante a mim, mas aguardei, até que ela entrasse em seu prédio, para só depois seguir a caminho da casa de Amelia, busquei Henty e fomos direto para casa, meus pensamentos voando, e mesmo com o garoto tagarelando sobre o seu dia, eu não conseguia prestar atenção em nenhuma fala sua, preocupada demais com Meredith e a forma na qual estava agindo. 

Receita para o Amor - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora