Iniciando uma guerra

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"No céu, segure a mão dela, voe, viva, não tenha medo, nunca, tenha medo de ser feliz."

Meredith

— Ok.. ok.. deixe-me pensar.. qual foi a coisa mais louca que você já fez?

Hum.. eu não sei se isso pode ser considerado loucura, mas... quando recebi o meu primeiro salário, eu tinha o que? Dezesseis anos, por ai. Eu fiz uma tatuagem escondida dos meus pais.

— Você? Começou a trabalhar com dezesseis anos? Sabe que eu não acredito nisso, não é?

Ah não? Por que não acredita?

— Por você ser da família Montgomery? Fala sério, você já nasceu limpando a bunda em notas de cinquenta dólares, Addison, por que precisaria começar a trabalhar aos dezesseis? — perguntei, realmente curiosa, sem tirar o divertimento da voz, inclinando a cabeça para encará-la, Addison sorria de uma forma questionadora pra mim.

— Bom, quando você nasce no conforto de uma família de classe alta, digamos que, não tem conhecimento sobre a mão de obra no mercado a fora, levando a isso, toda a comodidade que o dinheiro pode te oferecer. E como eu iria reagir ao mundo caso vivesse o tempo todo debaixo das asas dos meus pais? Foi algo simples, caixa em uma pizzaria, mas me ensinou muito do que eu sei hoje. Sabia que eu comprei o meu primeiro carro com o salário desse emprego?

— Sabe... — eu suspirei, segurando o seu rosto, deixando os seus olhos focarem nos meus. — Acho que gosto ainda mais de você depois disso. — confidenciei, em um sussurro tímido, abaixando os meus olhos e logo os fechando quando senti seus lábios nos meus. — Que tatuagem foi?

Addison tirou um pouco o fino lençol que cobria os nossos corpos, e então eu finalmente vi, eu estava tão compenetrada na noite passada e a escuridão do quarto não me deixou ver, o pequeno e singelo sol que havia em sua cintura, perto do seu quadril, ele era delicado e um pouco apagado, mas ainda sim presente, simples, mas a deixando três vezes mais charmosa de alguma forma.

Deixei meus dedos passarem por ele, me sentindo ligada a ela, ao sol, a qualquer coisa que fosse direcionada a Addison, acho que finalmente cedendo e entregando um pouquinho do meu coração de alguma forma.

— Ela é linda... — falei, ainda encantada, Addison tirou a minha mão dali com calma, levando até os seus lábios, meus olhos acompanhando o movimento, sorrindo idiotamente quando ela beijou a palma.

— Você... — começo, olhando cada traço do meu rosto, seus olhos eram tão verdadeiros.. que eu conseguia ver a sua alma. — É linda, sol.

Ai que droga, aquilo era tão clichê, tão besta, mas tão mágico, tão perfeito, como ela conseguia me fazer derreter com quatro palavras?! Como caralhos ela conseguia fazer aquilo? Eu não sabia, e talvez, não descobrir, era a magia da sensação mística dos sentimentos que eu estava tendo, e como eu os amava sobre o meu corpo.

Ainda não conseguia olhar pra ela, mas pude aproveitar a brecha e observar o seu corpo, e era como uma obra prima, a mais cara talvez, poderia ser, pra mim era sem sombra de dúvidas, e eu sei, que enalteci muito cada curva dela, mas era mais forte que eu, porém, o que me interessava de verdade ficava mais acima, em seu rosto, o seu rosto, tudo o que havia nele, principalmente os seus olhos misteriosos e sérios na maioria do tempo, nunca pensei que apaixonaria por um par de olhos verdes, mas isso aconteceu assim que me permiti prestar mais atenção neles, eu os adorava.

Ela inteira era uma obra de arte.

— Você também.. é linda.. — suspirei, tentando conter, falando tão baixo pois a vergonha era muito maior que qualquer vontade de soletrar o que eu sentia, mas acho que Addison já tinha isso em mente, e acho que já conseguia me ouvir daquela forma, provavelmente sabia que eu não tinha a capacidade de falar muitas coisas quando a vergonha tomava conta do meu corpo, e isso, já estava virando normal entre nós duas.

Receita para o Amor - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora