Henry e Bailey

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"Uma chave, uma porta, uma ideia, um pedido de desculpas."

Meredith

Sequei as mãos em meu avental, andando com o cenho franzido assim que o telefone residencial tocou, era raro aquele evento, e ainda mais naquele horário, depois da sete, afinal, quem ligava em um telefone residencial? Depois da sete?

Meredith falando. — atendi, levemente desconfiada.

Oi, senhorita Grey. Sou eu, o Henry! — a voz fina, levemente modificada por conta da linha telefônica, invadiu o meu ouvido, e despertou qualquer ligação dentro de mim que naquela tarde, eu havia desligado completamente, mas mesmo assim, eu sorri docemente, mesmo sabendo que ele não veria.

Oi, Henry, tudo bem com você?

— Tudo sim! E com a senhorita? — a sua pergunta verdadeiramente cavalheira, me deu vontade de rir, mas vestígios de felicidade, naquele dia, não existia, e não poderia garanti-los durante aquela semana, mas eu tentei.

Sim, eu estou bem!

— Mesmo? — insistente, ele tentou novamente, mordi meu lábio e suspirei, fechando os olhos e tratando de deixar a minha voz ainda mais convincente. 

Mesmo, meu pequeno. Aconteceu alguma coisa?

— Eu posso falar com o Bailey? Prometo ser rapidinho!

Claro, me dê um minuto.

Em passos rápidos, eu atravessei o corredor pequeno de quatro portas, batendo três vezes na madeira, antes de entrar, encontrando o menino brincando com os seus bonecos e ursinhsos de pelúcias, sua rotina sagrada depois do jantar e antes do banho. 

— Henry está no telefone, quer falar com você.

Não precisei dizer mais de duas palavras depois dessa pequena frase, sorridente, o menino saiu em disparada, se sentando no chão da sala ao lado do aparelho, e o deixei ali, voltando para a cozinha, ouvindo Lexie reclamar da quantidade de louça que teria que guardar, apenas fiz uma careta voltando a minha tarefa de lavar os pratos, talheres e copos usados por nós naquele jantar, mas mesmo assim, escutando a conversa do garoto com o seu melhor amigo. 

Hum... huhum... eu entendo, eu entendo. — Bailey respondia, me parecia concentrado na conversa. — É uma boa ideia mas... como vamos fazer isso? — alguns segundos, minutos de silencio, levantei a minha cabeça e o olhei por cima do ombro, Bailey assentia fielmente. — Ok, acho que pode dar certo. Vamos fazer dar certo! — então ele pigarreou, parecendo, entrar em um personagem. — Ah sim, bom, eu tenho que falar com a minha mãe primeiro! Espere... Mamãe, a senhora pode vir aqui por favor?

Realmente estranhei, o seu pedido tão formal, isso não era do vocabulário de Bailey, quando ele precisava de mim, apenas dizia um "mamãe" e dependendo da onde eu estava, eu o atendia no mesmo segundo, então meu cenho voltou a franzir, e eu o olhei, o telefone ainda estava em sua orelha.

— Sabe.... eu e o Henry… Henry e eu... queríamos te pedir algo. — com o seu jeito manhoso, ele começou, eu arqueei uma sobrancelha. — Será que... amanhã eu posso passar a tarde na casa dele? Ele comprou um jogo novo e está me convidando para estrear. Posso, mamãe?

— Não sei, Bailey... preciso ver algumas coisas antes. — eu menti, pois queria evitar algum contado pessoal com Addison.

— Por favor, mamãe! Eu prometo me comportar, comer toda a salada, colocar a minha roupa pra lavar e não escondê-las debaixo da cama, prometo lavar atrás das orelhas também! Todos os dias! — dessa vez eu não consegui segurar o riso com todas as suas promessas, achando fofo a sua tentativa de me convencer, e conseguindo assim que criou um biquinho pidão em seus lábios. Eu suspirei finalmente.

Receita para o Amor - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora