Dentes de leão

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"Porque eu estou em um campo de dentes de leão, desejando em todos que você seja minha."

Meredith

Retoquei meu batom mais uma vez após analisar meu cabelo, deixando os fios insistentes em caírem em meu rosto, atrás da minha orelha, pensando na possibilidade de de prende-los em um rabo de cavalo, mas descartei essa ideia assim que o toque em meu celular foi escutado por mim. Peguei a minha bolsa e olhei a frase "estou a espera, sol" no visor principal, me fazendo sorrir, trancar o apartamento e descer os lances de escadas o mais rápido que os meus saltos permitiam. O frio se instalou em meu corpo assim que sai, o vento passando pela as minhas pernas descobertas por conta do vestido, mas isso não durou muito, sendo quebrado quando entrei no carro dela finalmente.

— Uau... como você está linda, Sol. — a mulher suspirou ao meu lado, após deixar que os seus olhos me varressem de cima abaixo, sem vergonha alguma de esconder tal secagem perante o meu corpo, obviamente, eu corei.

— Obrigada. — sussurrei, reprimindo um pouco do meu sorriso idiota, me arrumando em seu banco e fechando o cinto logo em seguida, deixando que ela colocasse o carro em movimento para finalmente observá-la.

O preto caía perfeitamente em seu corpo, todo o conjunto extremamente social e casual, desde a sua calça jeans, até a sua camisa social, a bota de cano curto que usava e até mesmo o relógio que brilhava em ouro em seu pulso, o seu cabelo, com os fios presos em um rabo de cavalo alto e tão bem feito que parecia de mentira, os olhos presos na estrada, um pedaço do seu lábio inferior preso sobre o seu dente, o seu pescoço... céus por que eu estava prestando atenção em seu pescoço, e por que o ar daquele carro estava de forma tão sexual? Ou era eu que queria levar para esse lado, não poderia responder.

Meus olhos focaram em sua mão, girando o volante com facilidade, os seus dedos se tencionando ao trocar de marcha, dois anéis, um em seu indicador e o outro em seu anelar, eu suspirei, realmente suspirei, a forma estranhamente quente que as suas veias se ressaltavam, fechei os olhos, e decidi olhar para a janela, pois a minha visão sobre ela não era nada inocente. De longe.

— Espero que Amelia não coloque fogo em casa. — ela comentou, deixando a sua mão descansar em meu joelho, subindo um pouco até a minha coxa. — Os meninos gostaram da ideia de fazerem a própria pizza.

— É provável que tentem passar a noite acordados. — respondi, olhando de relance, sua mão subindo e subindo aos poucos, meu coração realmente acelerou. — Ainda não me disse para aonde vamos.

— Um lugar especial, que você já conhece.

— O campo de flores? — perguntei, animada, me sentando corretamente e discretamente afastando um pouco minhas pernas, Addison me olhou de canto e soltou um riso nasal, acompanhado de um aperto em minha coxa interna, segurei para não suspirar.

— Sim, sol, mas iremos ao outro lado, te mostrei apenas uma parte dele, quero te mostrar o outro lado, tem algo lá.

— O que?

— Está curiosa hoje. — arqueou uma sobrancelha, e eu senti as pontas dos seus dedos tocarem singelamente o tecido da minha calcinha, mas logo recuaram, eu murmurei em reprovação.

— V-você acha? — vacilei, pigarreando um pouco.

— Sim, eu acho.

Fiquei em silêncio, inflando os meus pulmões de ar e fechando os olhos quando mais uma vez, senti os seus dedos por ali, mas dessa vez, eles não recuaram, pelo contrário, os senti afastando o pequeno pedaço de pano, e um deles, a ponta apenas, descobriu sutilmente, que suspeitamente eu estava levemente pronta para algo, para ela, quem sabe, com toda a certeza. E Addison me pareceu surpresa ao sentir a umidade, me encarando quando um sinal fechou, não consegui manter o olhar preso por muito tempo, o tempo em que o seu indicador deslizou calmamente para dentro de mim, me dando sensações mistas de prazer ao sentir seu dedão fazendo pressão no lugar certo.

Receita para o Amor - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora