Crash into me - Drarry

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Notas da autora: bem vindos à minha segunda fanfic drarry, estou muito animada para esse projeto. Já adianto que esse universo é parecido com abo, mas tem diferenças importantes, porém, seram tratadas no próximo capitulo, esse primeiro é mais uma introdução aos personagens mesmo. Desde já, obrigada por lerem.

Creak, Creak.

A luz do sol invadia a janela que não possuía cortinas, contudo, isso não parecia incomodar os vizinhos, pois a luminária de Harry — a lâmpada pendurada no teto — balançava com os estrondos. Podia imaginar bem que eram causados pelos pés da cama em atrito com o piso. Não era como se fosse um pervertido, no entanto, havia muito espaço para imaginação quando se ouviam aqueles gemidos.

Céus, eles não acabavam! Em algum momento louco, poderia ter quase os apreciado, mas ultimamente só queria que parasse.

— Descansem um pouco! — Harry gritou sem se importar se seria ouvido. Chutou o cobertor com raiva e se levantou da cama, pois não conseguiu dormir. De novo.

Estava exausto, não conseguia dormir e verdadeiramente descansar, tinha olheiras enormes e, frequentemente, seus amigos o acusavam de estar com cara de doente. O estresse estava corroendo-o de tal forma que mal comia.

Não dormia há dias, tudo por causa do maldito casal do apartamento de cima. Eles gemiam, gritavam e faziam barulho. Ainda não tinha certeza se realmente se tratava de sexo ou se estavam tentando se matar. De qualquer jeito, iriam acabar morrendo de exaustão se continuassem assim, e Harry meio que desejava aquilo. Brincadeira, ele não queria que seus vizinhos morressem — às vezes sim — era apenas a falta de sono falando.

Ele já havia acordado de qualquer jeito, então resolveu se arrumar, talvez chegar no trabalho mais cedo, ou poderia sair para correr e extravasar um pouco. Se tinha uma coisa boa naquilo tudo, era que a raiva lhe dava força para se exercitar logo de manhã. Escolheu correr feito um louco para acalmar os nervos, era melhor do que acabar gerando um problema por energia acumulada. Harry gostava de se manter em forma e se considerava hiperativo, então sempre procurava algum esporte para praticar, ou algo do tipo, para gastar sua energia, afinal, seu trabalho poderia ser muitas vezes exaustivo mentalmente, mas nunca fisicamente.

Pensando nisso, ele terminou sua corrida matinal. Estava parado em frente ao velho prédio caindo aos pedaços onde morava. Deu um suspiro, pensando que deveria encontrar um buraco melhor. Sua mãe mataria-o se descobrisse que morava em um lugar onde as paredes eram mofadas.

Se confortou dizendo que era temporário, mas já fazia meses desde que se mudou. Sua mente divagava quando notou que encarava a janela do apartamento de cima fixamente, e então a raiva voltou.

— Eu deveria dizer algo tipo "pode gemer mais baixo da próxima vez"? Não quero arrumar brigas, pode ser um cara gigante — Os pensamentos dele corriam soltos e não se importava de declará-los em voz alta — Parando para pensar, eu nunca vi quem mora lá. Como você tem energia pra isso tudo, hein? — Não tinha certeza se apenas estava pensando ou falando em voz alta. Quase que magicamente, o morador do dito apartamento abriu a janela do segundo andar.

Os cabelos eram curtos, porém tinham tamanho o suficiente para atrapalhar a visão. Os fios eram loiros, entretanto não aquele tipo dourado reluzente, mas algo platinado, quase branco. A pele alva carregava manchas vermelhas pelo pescoço e peitoral exposto, e ele parecia distraído tentando acender o cigarro em sua mão.

— Ele parece mais normal do que esperava — Harry suspirou, vendo-o levar o cigarro à boca e então soltar a fumaça pelos lábios — Acho que não existe uma regra dizendo que estranhos devem parecer estranhos.

Conforme o moreno comentava levianamente consigo mesmo, levou sua garrafa de água à boca e nem se preocupou em disfarçar que estava fitando o vizinho, ou melhor, não notou. Entretanto, foi notado.