Esquecer

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— Ele não está aqui de novo.

Harry notou assim que pisou o pé do lado de fora do prédio, não queria admitir, mas não tinha como negar para si mesmo. Tinha esperanças que o encontraria por acaso. Não haviam se visto desde o dia que transaram, o que havia sido há dois dias, muito pouco. No entanto, o suficiente para deixar Harry louco, pois não sabia se algo havia acontecido e também sabia que não podia simplesmente aparecer por lá. Eram apenas colegas de foda.

Nem mesmo tinha o número de Draco. Mal sabia nada sobre a vida dele e muito provavelmente ele já estava em algum tipo muito abusivo e distorcido de relacionamento.

— Esse cara tem um talento em deixar as pessoas preocupadas.

Ou não. Talvez o problema fosse Potter. Ele simplesmente não conseguia parar de pensar no loiro, quando estava trabalhando ou caminhando ou até mesmo fazendo compras, a imagem do loiro aparecia em sua mente sem pedir permissão.

— Sr. Potter, está ouvindo? — A médica em sua frente segurava resultados dos exames.

— Perdão, Sra. Pomfrey. Pode repetir?

— Como estava dizendo, seus níveis estão mais estáveis e você parece bem. Como tem ido?

— Me sinto bem melhor ultimamente, apesar de ter passado uns dias sem dormir.

— Ah, insônia é um efeito colateral do remédio para inibir seu lado dominador. — Harry não iria explicar porque não estava dormindo, então deixou a médica continuar pensando erroneamente — Você conseguiu achar um parceiro?

— Podemos dizer que sim.

Acho que podia ao menos chamar a relação com Draco de um parceiro de cena. Afinal, havia pessoas que separaravam as necessidades de dom/sub e amor, por isso, tinham parceiros diferentes para essas coisas. Apesar disso, a pergunta pairava na cabeça de Harry: gostava de Draco?

— Remédios são usados em último caso, esses supressores não fazem bem para seu corpo. O ideal é que estabeleça um bom laço com seu parceiro e possam suprir suas necessidades juntos.

— Ah, nossa relação é complicada.

— Que pena, você parece bem mais relaxado agora que descarregou, seria bom manter um parceiro. Pense nisso.

Manter ou não o parceiro não era muito dentro de sua escolha, mas também não iria explicar isso para a senhora.

O tempo passou e de repente fazia uma semana que não o via. Isso era ridículo, eles moravam no mesmo prédio e o loiro trabalhava de casa, como não o via? Quando Harry queria evitar, vivia esbarrando com ele e agora que queria vê-lo não o encontrava nunca. Todos os dias Harry o procurava no mesmo banco e quando voltava de sua corrida matinal olhava para a varanda esperando ver a pele pálida e cabelos platinados, mas nunca viu nem sequer a silhueta. Isso estava o deixando louco.

Não tinha mais como negar, sentia sua falta. Não sabia exatamente porque e o que queria dele, mas queria o ver. Precisava pelo menos ter notícias, ouvir sua voz, qualquer migalha de interação para pelo menos saber que ele estava bem. Estava no banco em frente ao prédio no qual Draco costumava sentar para fumar, era noite e havia acabado de voltar do trabalho, estava cansado e se sentia desesperado para vê-lo.

A luz estava acesa. Alguém estava em casa.

Sabia que era idiota e patetico da sua parte. Mas não conseguiu se impedir. Estava batendo na porta de Draco e o chamando. No entanto, mesmo que tivesse batido e o chamado insistentemente, não obteve resposta, estava quase desistindo quando seu coração se encheu de esperanças e a porta abriu.

Crash into me - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora