Harry havia se decidido, não precisava mais de Draco em sua vida. Iria seguir e com o tempo esquece-lo, não seria tão difícil, eles nem mesmo chegaram a ser alguma coisa. No entanto, todas as suas decisões foram por água abaixo quando viu o loiro encolhido em frente à porta do seu apartamento.
— Está com frio? — ele perguntou tentando soar casual, Draco apenas balançou a cabeça em negação.
O moreno estendeu a mão para ele que pegou nela para se levantar, Harry notou que as mão dele estavam geladas, claro. Era outono em Londres, o Sol quase não apareceu pelo dia inteiro e Draco usava roupas leves e ainda por cima estava no chão desde sabe que horas. Harry digitou a senha na porta deliberadamente se afastando e deixando que o loiro visse, assim que entraram ele tirou seu casaco e colocou sobre o outro que arregalou os olhos em surpresa.
Harry não olhou para ele uma segunda vez, se virou e parecia procurar algo e o loiro se sentou no sofá sem saber o que fazer, nenhum deles disse nada por um tempo. O apartamento era pequeno e mesmo do sofá ele conseguia o ver agachado enquanto vasculhava os armários da cozinha até que ele pegou uma caixa branca, Draco a reconheceu, era a mesma que Harry pegou para fazer seu curativo quando se conheceram. Ainda com a caixa na mão, ele passou reto pelo loiro e pegou um controle ligando o aquecedor.
— Eu não estou com frio. — Draco reforçou, mas foi ignorado.
Harry finalmente olhou novamente para ele, pegou o rosto machucado com uma expressão dolorosa, como se fosse ele quem carregava os hematomas.
— Foi aquele desgraçado, não foi? — ele suspirou irritado, apesar das palavras e humor, sua mão era delicada enquanto limpava os machucados — Logo agora que estavam curados.
— Harry... me desculpe.
— Hum?
— Você gastou seu tempo me curando, mas não adianta, né? Deve ser frustrante. — Draco segurou a mão dele e a afastou — Não precisa fazer isso por mim.
— Não estou fazendo isso por você. Eu só tenho síndrome de heroi, estou suprindo meu ego.
O loiro pareceu achar graça, por isso deixou ele terminar e passar uma pomada, Draco iria omitir que seu rosto não era nada perto dos machucados em seu corpo para evitar o drama.
— Você é legal assim com qualquer um? — a pergunta escapou dos lábios de Malfoy
— "Qualquer um"? Ah, eu devo ser isso pra você. — Harry guardava a caixa de curativos, era nítido o desapontamento. — Sabe, eu estava realmente preocupado com você, e eu não tinha como ligar, fui na sua casa, mas... E agora você aparece assim. O que diabos aconteceu?
Potter se aproximava conforme falava, seus rostos estavam quase grudados e ele apertava o rosto do outro com certa ansiedade. Draco se sentia encurralado com tamanha pressão e não gostava daquilo.
— Calma.
— Não, me diga o que aconteceu. Não foi aceitar um simples "sexo" como resposta. Me deixe ajudar você, não foi por isso que veio? Eu posso ajudar.
Draco colocou a mão em seu peitoral e o afastou, o de cabelos pretos permitiu e deixou que ele o afastasse até sentá-lo no sofá e então o loiro se sentou em seu colo e o abraçou apoiando seu queixo no ombro de Harry.
— Não se sinta mal, Harry. — ele falava com uma voz doce, como se realmente se esforçasse para consolar — Não há nada que você possa fazer por mim.
Harry o apertou em seus braços, havia algo. Um jeito no qual Draco não o negava.
— Me deixe fazer o que eu posso, então.
Ele puxou a cabeça de Draco e de repente estavam se beijando. Puxou os cabelos loiros e separou os lábios, olhos verdes sob olhos mercúrio.
— Parado — era uma ordem, o corpo de Draco tremeu.
Diferente das ordens que estava acostumado a receber, as de Harry faziam seu corpo se arrepiar, seu coração bater mais forte em antecipação, sua mente ficava mais calma. Em contraste com isso, sentia a temperatura de seu corpo aumentar conforme as mãos do moreno passeavam por seu corpo. O lugar já estava aquecido, então não precisava mais das roupas.
— Muito bem. — Harry o elogiou, foi a primeira vez que fez isso abertamente depois de uma ordem. Os dominadores que Draco dormia nunca faziam isso, então ficou surpreso.
Potter o pegou com uma facilidade desconfortável e então o levou para o quarto e o colocou na cama com cuidado, ele ficou sentado na posição que Harry havia o deixado, ainda entendendo as reações de seu corpo, um sentimento inexplicável tinha tomado conta quando ouviu o elogio. O moreno ajoelhou no chão e segurou a mão do loiro, os olhos verdes eram incognoscíveis.
— Você não tem medo? Eu poderia ordenar você a contar o que aconteceu ou obrigá-lo a ficar. Uma ordem e seu corpo paralisaria.
— Iria perder efeito uma hora. — Draco retrucou enquanto puxava sua mão e desviava o olhar.
— Eu te prenderia. Nunca iria deixar você sair mais, não se isso significasse você voltar assim.
Harry insistia, ele pegou sua mão novamente e a apertou, como se um cachorrinho como ele pudesse ser uma ameaça, Draco pensou.
— Não é esse tipo de cara, eu conheço filhos da puta o suficiente para saber que não é um só de relance.
Draco sorriu, o que fez Harry sorrir também, mesmo sem saber direito o motivo. Ele puxou a mão pálida e a beijou antes de colocar em sua bochecha, inclinou o rosto para ela e carregava um olhar doloroso.
— Draco, sabe o que você disse antes sobre não conseguir se ver se apaixonando por mim? Eu também pensava o mesmo.
Harry começou, Draco sabia o que viria a seguir, não queria ouvir o resto e ao mesmo tempo não tinha coragem de impedi-lo.
— Mas sabe como tem coisas que você não consegue evitar? Eu não consegui não me apaixonar por você. E eu não posso te forçar a ficar, mas posso implorar. Então não vá, por favor. Fique, eu imploro.
Os olhos verdes brilhavam marejados pelas lágrimas acumuladas, Draco não respondeu, ele apenas o puxou para um abraço e escondeu o rosto em seu peitoral se permitindo relaxar com o cheiro de Harry. Não conseguiria encarar aquele rosto e negar, mesmo que soubesse que não poderia acatar os desejos dele.
___________________
Notas da autora: então vamos revisar tudo o que aprendemos até agora sobre esse universo.
É dividido entres os 'normais' (80% da população) e as mutações, os outros 20%. Os mutantes se dividem em duas categorias: dominadores e submissos. Essas mutações são um tipo de segundo sexo e podem aparecer tanto em homens como mulheres.
dominadores: eles sentem prazer em darem ordens. Podendo variar em grau o sadismo, sendo uns mais extremos que outros. Querem cuidar, proteger, elogiar e punir os subs, sentindo a necessidade de ter a confiança deles.
submissos: gostam de receber ordens. Possuem variados graus de masoquismo, podendo gostar de obedecê-las, receber elogios e receber recompensas ou desobedecer ordens e ser punido.
Terminologias
olhar: é um artifício de controle exclusivo de dominadores, quando eles têm contato visual com o corpo do submisso treme completamente dominado. Também pode ter efeito em outros dominadores.
modo defesa: estado que o dom entra quando seu sub está em perigo.
palavra-segurança: a única defesa de um sub, quando é usada a sessão com o dom para.
cuidados-pós: depois de uma play o dom deve cuidar do sub com elogios ou carinho, caso isso não aconteça, pode afetar diretamente a saúde mental do sub
Sendo a relação s/m natural e instintiva, quando não satisfeita por certo período pode ocasionar em problemas para eles. No entanto, muitos usam medicamentos para suprir suas necessidades.
Até a proxima.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crash into me - Drarry
FanfictionHarry está estressado. Ele sofre o bastante tendo que trabalhar por longas horas e agora nem mesmo consegue descansar em casa, pois o sensual gemido e as violentas batidas do apartamento de cima mantém ele acordado todas as noites. Quando está quase...