Um dominador, de fato, Harry era um; mas não imaginava que era algo tão óbvio de se perceber.Nesse mundo, havia uma certa parcela da população — minoritária e peculiar — que possuía essa mutação inexplicável: dominadores e submissos. Sendo eles, respectivamente, sádicos e masoquistas.
Era fácil pensar nisso como um simples fetiche ou capricho, o que seria errôneo, pois as condições físicas e psicológicas deles são afetadas de modo que seus desejos devem obrigatoriamente serem sanados, senão eles adoecem.
Para Harry isso sempre foi um peso e diferente do que a sociedade pensava, em sua cabeça nunca foi motivo de orgulho ou se sentir superior. Ser controlador, humilhar e dar ordens não era algo do seu feitio, por isso foi uma surpresa quando ainda na adolescência descobriu sua mutação. Claro, ele não poderia negar que no final sentia certo prazer naquilo, todavia, nem conseguia se considerar sádico, talvez fosse um tanto rude e bruto, mas não gostava de ver seus parceiros machucados ou chorando.
Perdeu as contas de quantas vezes submissos o pressionavam a ser mais agressivo, entretanto ele simplesmente não queria, e por isso eles sempre iam embora, insatisfeitos. Harry não os culpava, era ele quem sempre procurava reprimir esse seu lado com dúzias de medicamentos, satisfazendo apenas o necessário para não perder a cabeça e tentando viver uma vida normal.
E mesmo assim, lá estava Draco Malfoy, facilmente desvendando seus segredos mais obscuros como se fosse brincadeira de criança.
Potter encarou o loiro sem saber o que responder. Ainda quando Draco agradeceu pelos cuidados e saiu, seu cérebro parecia processar tudo o que havia acontecido. Se jogou no sofá, em seu apartamento velho e solitário, pois as únicas companhias que havia lá eram os fungos nas paredes.
...
Harry Potter estava bêbado. E mesmo isso não o deixava menos irritado.
Hermione olhava para Ron como quem perguntava o que havia acontecido e o ruivo apenas dava de ombros. A mulher tentou falar sobre o assunto, mas a todo momento em que o trazia Harry se exaltava e ela não queria causar cena em um estabelecimento público próximo ao trabalho deles, onde poderiam chamar atenção demais. Claro, era uma sexta feira a noite, muitos teriam algo melhor para fazer do que se sentar em um boteco de esquina e beber com os amigos do trabalho. Na realidade, eles não eram apenas colegas de trabalho, se conheciam desde a infância e acima de tudo, não tinham muitas amizades desde então, por isso não possuíam nada melhor para fazer do que encher a cara.
— Harry, esse é o terceiro copo que vira, você pode parar antes de entrar em coma alcoólico? — Hermione indagou um tanto frustrada, não conseguia ficar calada.
— Colega, não quer dizer o que está acontecendo? Sua mãe veio me procurar para saber se você não estava usando drogas, sabe que eu tenho medo dela, então diga a verdade — Ron comentou com certo humor.
— Eu não estou usando drogas, só não consigo dormir direito ultimamente, e desde quando você conversa com ela? — o moreno respondeu limpando a boca depois de mais um copo virado, mal conseguia articular as palavras, talvez fosse hora de parar.
— Ela veio atrás de mim por notícias suas, porque estava preocupada com você, mal fala com ela e... ela também é nossa chefe — o ruivo ressaltou.
— Eu falo com ela, falei esses dias... na semana passada.
— Sabe que isso não é uma frequência para se orgulhar, certo? E eu tenho certeza que estavam falando sobre trabalho — Granger declarou e Harry fez um bico deixando claro que ela estava certa.
— Eu falei com Sirius ontem, ela deve saber disso.
— Ela também sabe que se você estivesse usando drogas Sirius não contaria. — Ron pontuou, era um fato. Harry e Sirius sempre foram mais próximos, e todos sabiam que Sirius com certeza acobertaria qualquer coisa para Harry. E provavelmente faria junto.
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Crash into me - Drarry
Hayran KurguHarry está estressado. Ele sofre o bastante tendo que trabalhar por longas horas e agora nem mesmo consegue descansar em casa, pois o sensual gemido e as violentas batidas do apartamento de cima mantém ele acordado todas as noites. Quando está quase...