A CONVERSA

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{•ᴇsᴛᴀᴍᴏs ᴍᴇɴᴏs ᴠɪᴠᴏ ᴅᴏ ǫᴜᴇ ᴀɴᴛᴇs•}

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{•ᴇsᴛᴀᴍᴏs ᴍᴇɴᴏs ᴠɪᴠᴏ ᴅᴏ ǫᴜᴇ ᴀɴᴛᴇs•}

Todos estavam acampados no porão da casa dos Wheelers. A maioria estava dormindo, exceto Jayla. Ela estava sentada na ponta do sofá onde Max dormia tranquilamente com seus fones, a voz de Kate Bush preenchendo o silêncio e abafando os ruídos e roncos dos garotos.

No colo da Harrington havia um caderno e uma lápis em sua mão, traçando o papel enquanto olhava uma vez para Max e depois voltava para seu cardeno. Fazia um tempo que ela nem se lembrava que passou, que havia parado de desenhar. Quando estava no convento, trancafiada a sete chaves, pegava pedaço de giz que roubava e desenhava na parede, depois tampara com papel antes que a freira entrasse. Ela gostava de desenhar naquela época, possuía um talento para isso. Chegara a pensar em ser artista, mas com tanta pressão de seu pai sobre ela na natação, que a paixão pela arte foi desaparecendo pouco em pouco até não restar quase mais nada.

Jayla suspirou, sentindo sua cabeça começar a latejar mais uma vez. Ela já tinha se acostumado com as dores durante a semana e até ficava espantada quando passava dois dias sem ter. Se levantando, deixou o cardeno em cima da mesinha e caminhou até o banheiro, em busca das pílulas que havia tomado mais cedo. O grupo tinha se revezado em vigiar de Max durante a noite e ficarem atentos caso Vecna atacasse mais uma vez. Exceto, que nesse momento era o turno de Steve, mas Jayla não estava nem perto de dormir considerando que tinha medo que a qualquer segundo Max se fosse - e outra, que seu irmão aparentava estar cansado -. Seu coração palpitava e o medo pairava sobre ela desde que chegara a casa Wheeler, pronto pra atacar quando ela desse uma becha.

Ela saiu do banheiro e andou até a mesinha, pegando um copo e enchendo até o topo de água da jarra, depois colocou dois comprimidos na boca, uma vez cada um e engolindo com a água. Seus olhos pousaram em Max, que dormia tranquilamente no sofá e suspirou.

Mesmo sendo ferida com aquelas palavras, Jayla ainda não conseguia odiá-la ou parar de amá-la. Ela tinha aceitado que não iria tê-la novamente e tampouco iria forçar acender uma chama que estava "apagada". De repente, a música do walk-man de Max parou e Jayla se inclinou, deixando o copo ao lado a jarra e foi até aonde Max estava. Ela se agachou ao seu lado, tomando todo o cuidado pra não acordar a ruiva enquanto ajeitava a fita pra que o walk-man rebobinar mais uma vez.

Mas nem todo esse cuidado serviu, porque Max despertou de seu sono e abriu os olhos, primeiro vagando o lugar iluminado somemte pelo abajur no criado mudo na ponta do sofá. Ela olhou para baixo, vendo Jayla rebobinar seu walk-man. Jayla não olhou pra ela, mas já tinha noção que a ruiva acordou por conta do seu movimento sutil.

"Volte a dormir. Estou rebobinando sua fita." Jayla murmurou, a voz rouca e automática enviando arrepios por Max.

"Não posso." Max respondeu, num tom baixo quase inaudível, mas que Jayla escutou ao aguçar seus ouvidos. Max tirou seus fones e Jayla franziu o cenho, mas ainda não olhou, focada no que estava fazendo. "Não quero ter outro pesadelo."

JAYLA HARRINGTON // Max MayfieldWhere stories live. Discover now