A dor em seu braço era doentia, e o cheiro do sangue fresco nos vários algodãos espalhados em cima da pia e a vozes abafadas da Sra. Harrington no andar de baixo estavam deixando Jayla irritada. Era apenas o fim de semana, e ela estava sentindo pela primeira vez uma dor durar mais do que uma hora. O corte era pronfudo e doloroso, e desde a noite passada não se curou, mas a Dra. Park fez o curativo em seu braço e deu-lhe um remédios para dor, o que estava ajudando um pouco a aliviar a dor.
Uma bandagem estava firme e apertada ao redor do antebraço de Jayla. Era uma sensação estranha para ela agora, uma que ela não sentia há muito tempo, a dor surda de um ferimento deixado para cicatrizar, um curativo enrolado em torno dele como se pudesse realmente infeccionar de alguma forma. Jayla estaria sendo mentirosa se ela dissesse que não se acostumou com a dor. O que incomodava era a sensação de ser invulnerabilidade, que ela poderia ser como os outros humanos. Ela já tinha se acostumado a ser superior e a se machucar e ter seus ferimentos externos curados, mas sentir que poderia ser novamente humana sem utilidade alguma.
Perguntas rodeavam sua cabeça mais do que nunca em mais de nove meses desde que o Dr. Owens apareceu na porta da sua casa. Aquela voz, os estralos e gritos, estavam deixando Jayla maluca. Ela não fazia ideia do que estava acontecendo, e se o tanto que ela usou seu poderes fizeram se esgotarem ou pior, e se ela tivesse perdido seus poderes para sempre e nunca mais poderia tê-los novamente. E se o pedaço do Devorador de Mentes que decidiu se juntar à ela em um só tinha acabado com seus poderes?
Pior de tudo era que não havia com quem conversar. Dr. Owens tinha pegado o primeiro vôo para casa uma hora depois que o braço de Jayla foi costurado, e pelo pouco que Jayla conseguiu ouvir, era sua esposa no telefone. E então, a Dra. Park também pegando seu vôo para algum lugar na Flórida, e dessa vez Jayla não fazia ideia do que era. Com a ausência dos dois, o resto dos cientistas, se era que deviam se chamar assim, tinha desaparecido do bunker
As desculpas dos dois cientistas não serviram de nada para Jayla, que estava mais focada em seu corte que poderia ter sido mortal, quando ambos se foram. Agora, o que ela deveria dizer à Steve? Que o curativo era um novo estilo? Que ela ficava mais atraente com um corte fingido no braço - embora ela concordasse com isso -, ainda seria a maior burrice que alguém diria. Steve poderia ser estúpido às vezes e ela sabia disso, mas ele não era estúpido e nem idiota pra acreditar naquela história, o que causaria em uma velha reunião de grupo. Ele contaria a Robin, depois a Nancy, e depois sabe lá quem mais, tudo para descobrir se sua irmã mais nova poderia morrer ou não.
Jayla não gostava de investigação em grupo, e iria odiar que isso fosse sobre ela, então a única pessoa que ela poderia mesmo contar naquele momento era Dustin Henderson.
