Perdidos No Tempo -Eruri

Ambiel (AmRi)

Erros serão corrigidos. Esse capítulo tem 3600 palavras.
Capítulo mais focado no Levi e Ambiel. Vocês se lembram que Ambiel é gênero fluido, certo? Ok.

Música tema: Bruno Mars- When I Was Your Man.

       Erwin estava tendo outro daqueles sonhos, ele não abria os olhos ha meses. Todavia, sua mente tentava fazê-lo lembrar, lembrar do 'alguém', seja por sonhos com seus olhos, acinzentados, os mais bonitos que Erwin já viu.
Seja por ouvi-lo delirar seu nome.
No sonho tão lúcido e claro que ja teve em toda sua vida, ele via aquela pessoa sobre seu corpo, beijando cada cantinho dele, acariciando Erwin com carinho e zêlo, tinha também amor ..  ele sabia, conseguia sentir. 
Quando a pessoa voltou a beijá-lo na boca, Erwin lhe envolveu com os braços, e aquele rosto ficou nítido finalmente, ele soube, finalmente ouvia aquele nome, o nome que ele batalha tanto pra saber, foi que seus olhos se abriram.

"Levi".

Foi às  21:55h do dia 25 de Dezembro de 2020 que Erwin teve a primeira parada cardíaca, aparentemente, o físico de atleta não o livrou de ter um quadro gravíssimo de Covid.
Às 22:17h teve a segunda e foi nesse mesmo horário que ele viu alguém novo.

Uma pessoa muito bonita, cabelos escuros e os olhos vermelhos. Ele sabia que devia sentir medo mas, na verdade setia paz... o barulho dos médicos correndo pelo quarto, tentando reanimá-lo ja não era tão alto, nem o choque do desfibrilador lhe fazia sentir algo diferente.

Paz, somente. 

O vestido preto, a foice na mão, o fato dele saber que aquela era a morte não lhe assustou, menos ainda quando essa pessoa se aproximou e lhe estendeu a mão, ele segurou no mesmo momento e se levantou, sua alma se levantou.

—Olá, Erwin. Eu sou o Ariel ou anjo da morte, como preferir.

Isso não lhe tirou a Paz, ele sentiu o corpo voltar a funcionar, ja podia respirar sozinho, ou ... só era a sensação de estar morto mesmo. Ele não sabia e também não queria saber se era passageiro.

—Eu morri, não é? 

Ele pergunta o óbvio.

—Sim, porém ainda não sei se vou te levar. Tudo depende de você.

Erwin franze as sobrancelhas, olha para o aparelho que mostrava que seu coração tinha parado de bater, os médicos tocando seus pulsos em busca de um mínimo batimento, procurando a existência de um só sinal vital, mas não ha nada.
Ele vê seu corpo ser coberto por um pano branco.

E finalmente, ele não sentia mais nada carnal.

—Eu fiz uma promessa ha trezentos anos, Smith, vim aqui pra cumprir. 

—————♡ Março de 2021

          O local fedia, cheiro de enxofre, morte e sujeira. O lugar mais obscuro do submundo era assim todavia, a pessoa que o visitava ja estava acostumada com aquilo.
Nada lhe incomodava. Nem mesmo as almas tentando agarrar sua roupa para tentar fugir daquele local horrendo.

—Veio me resgatar, finalmente?—A voz fria, idosa e assustadora ecoa pelo local, fazendo as almas e criaturas próximas dali temerem.

Ninguém se aproximava daquele ser, aquele rascunho de alma mas que sempre estava disposto a torturar as que ha ali, pois é a semente do mau.

—Sim, finalmente, mestre.

A pessoa se abaixa, se curvando próximo daquela figura horrível. Foram anos planejando isso, séculos de preparação, treinou e aperfeiçoamento.
O receptáculo precisava estar pronto para receber aquela alma podre, do contrário morreria assim que o recebesse.
Foram mil anos de espera ao total, e finalmente ele voltaria.