Never In The Dark - Capitulo 66

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Never In The Dark

"Desculpe, Dr. Jenna, mas eu não estou a perceber o que se está a passar..." Disse irritado com a situação. A mulher ao meu lado chorava e sussurrava coisas indecifráveis.

"A s-sua namorada era a minha melhor amiga no orfanato." Ela tenta explicar com uma voz triste.

"Espere...você foi melhor amiga da minha namorada no orfanato?"

"Sim, nós eramos inseparáveis." Ela diz com as lágrimas a escorrem-lhe e com um sorriso encantador.

"Mas a Penny, foi sempre tão sozinha, tão triste e reservada. Como?"

O elevador abre e nós saímos.

"Ela era uma rapariga misteriosa. Sempre tive curiosidade em conhece-la e assim o fiz, começamos a criar uma amizade única." Lembranças passavam através dos seus olhos, como um filme.

Encontrávamo-nos agora á frente do quarto 103, o quarto da Penny.

Ficamos ambos a olhar para a porta. O meu estomago dava voltas e mais voltas.

"Papá, vamos?" Lucy, puxou-me a camisa para me chamar atenção e disse já impaciente.

"Já podemos entrar?" Disse para a mulher que estava perdida em memórias do passado.

Ela estremece e olha para mim regressando ao presente.

"S-sim!" Ela diz e abre a porta um pouco atrapalhada.

O meu coração saltou quando vi uma cama branca, com várias máquinas á sua volta e no centro de tudo estava a mulher da minha vida, a minha luz. Com os cabelos espalhados pelos lençóis brancos.

Uns braços, apertaram a minha perna esquerda.

Passei a minha mão pelo seu cabelo e fitei-a, com lágrimas a caírem-me pelos olhos esmeralda.

"Eu tenho medo." Confessou.

"De que?"

"Que a mamã fique pior e de vê-la assim." Eu já disse que ela era muito inteligente?

Baixei-me ficando á sua altura e acariciei-lhe a bochecha.

"Ela vai ficar bem, nada de preocupações. Nós vamos ajuda-la, certo?"

"Sim"

"Então, tudo irá correr as mil maravilhas. Tudo vai ficar bem"

Ela abraçou-me.

"Vamos!" Ela disse com bastante confiança.

Deu-lhe a mão e avançamos para o fundo do quarto, onde se encontrava a luz.

Quando lá chegamos, ela estava toda coberta, não mostrando o seu corpo, ferido.

Ela estava branca e inchada. Com uma coisa qualquer na boca que lhe transmitia ar, calculo.

Ela parecia sem vida. O que me fez chorar mais. Parecia ter desaparecido e ao mesmo tempo é como se tivesse ali viva e cheia de vida e amor para nos dar.

Ouço soluços e o meu olhar vai para as duas meninas, que estavam ao meu lado agarradas a chorar. Jenna e Lucy.

Desvio o meu olhar novamente para o meu anjo adormecido.

Aproximo-me e toco na sua pele suave, estremeço. A sua pele continua a ser lisa e suave como á seis anos atrás. Ela está quente. Ponho uma madeixa de cabelo para trás, dando-me acesso para a sua orelha.

"Eu e a nossa pequena cria, estaremos aqui para cuidar e dar-te o amor que mereces. Eu amo-te, mais do que nunca. Não é seis anos que me vão tirar o amor que sinto por ti, minha luz. Nem seis anos nem duzentos, nem os que se atravessarem á nossa frente, como sabes eu amo-te e espero, que ainda sintas o mesmo, por mim. A Lucy também te ama. Eu nunca vi uma filha a ter tanta compaixão por uma mãe que viu sofrer á sua frente. Ela percebe que lutaste muito e sabe também que sofreste muito. Eu sei que não me ouves, mas dir-te-ei as mesmas palavras quando estiveres viva e ao meu lado. Eu amo-te com tudo o meu corpo, com toda a minha alma. Eu amo-te Penny Williams!" Disse acabando com a minha cabeça em cima da dela, deixando as minhas lágrimas e soluços caírem em cima da Penny.

"Eu amo-te, de verdade, Penny!"

Abaixo-me ficando do tamanho da Lucy, abro os braços. Ela corre para mim e abraça-me.

"Papá!" Ela chora.

"Vamos lá dizer alguma coisa á mamã." Incentivei-a.

"Mamã!? Gosto muito de ti e o papá também, ele está aqui comigo, a tomar conta de mim. O papá, aquele de quem me estavas sempre a falar. Ele é tal e qual a pessoas que tu me descrevias, ainda melhor. Eu gosto muito de ti, volta!" Ela diz, dando-lhe um beijo na bochecha e depois, volta agarrar o meu pescoço.

Puxo a cadeira atrás de mim, para mais perto da cama. Sento-me nela e a Lucy fica no meu colo.

"Vamos cantar uma música á mamã?"

"S-sim!" Ela gaguejou.

"Tenta acompanhar-me."

"I have loved you since we were 18;" Comecei e Lucy, parecia conhecer a música, então começou acompanhar-me perfeitamente.

"Long before we both thought the same thing; To be loved, to be in love"

Íamos cantando, será que a Penny já a tinha cantado antes para a Lucy?

Quando acabamos, abraço a Lucy com a minha força toda.

"Cantamos muito bem, sabias esta música?"

"Sim, a mamã já me tinha cantado e disse que foste tu quem a ensinou."

"Sim, fui. Onde está a Dr. Jenna?" Olhei á volta do quarto, mas estávamos sozinhos. A minha família.

"Sabes, Lucy, eu amo-vos!" Beijei-lhe a testa.

"Sim, nós também te amamos."

Never In The Dark (Sequela Da Never.H.S.)/ ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora