Capítulo 11

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Acordo com o pequeno Léo tentando escalar o meu corpo. Olho pra ele e sorrio. Tão esperto, tão lindo, tão meu.
Pego meu celular pra poder ver a hora. São 08:10h. Em menos de 3h já estaremos na estrada. Rumo ao nosso primeiro show depois que o Léo nasceu.
Só de pensar o coração já aperta. Eu sei que ele ficará bem, que será muito bem cuidado. Mas precisarei de um tempo pra me adaptar a isso. A minha nova vida sendo mãe.
Eu achei que seria mais fácil. Durante a gravidez eu me preparei pra esse dia, pra não se sentir mal ou triste. Porque estar nos palcos é uma das coisas que mais amo. Mas depois que o Léo chegou percebi que eu o amo mais do que qualquer coisa. Acima de tudo e todos. Ele é a minha vida, meu combustível diário, minha alegria, minha realização.
Tudo que penso em fazer ou que realizo é pensando nele, num futuro melhor pra ele.

— Eu te amo, meu leaozinho! - falo pegando ele no colo e dando um demorado abraço de urso.

Sinto seu cheirinho, observo cada detalhezinho dele.

— Cinco dias longe de você, vai ser difícil pra mamãe. - sinto meus olhos arderem. — Deus queria que passe rápido. Pois vou morrer de saudade.

Coloco ele sentado no meu colo, de frente pra mim, ele brinca com meus cabelos e sorri.

— Bom dia meus amores. - A Mai fala se virando pra gente e acariciando as costas do Léo.

— Bom dia, meu amor. - falo olhando pra ela. - Nos te acordamos?

— Não, já estava acordado, so ouvindo você conversar com ele. - acaricia minha perna.

— Vou sentir tanta a falta dele. - falo com os olhos brilhando.

Maiara se senta na cama, com as pernas cruzar igual índio. Seus olhos estão vidrados em mim. Tão vidrados que chega me causar cala frios.

— Vida, eu sei. Eu também sentirei muito a falta dele. No começo sempre é mais difícil. - ela segura minha mão. — Mas estaremos fazendo o que amamos. Quando voltarmos ele estará aqui, nos esperando. E você sabe, que sempre que sentir saudade dele, poderá ligar pra sua mãe.

Meu olhar agora é triste. Mas sei que ela tem razão. Sempre que voltarmos pra casa, ele estará aqui, esperando nós voltarmos. Sempre que sentir saudade poderei ligar pra vê-lo. O que pega é que por chamadas de vídeo não conseguirei sentir esse cheirinho tão incrível que só ele tem.

— Como faço pra poder sentir esse cheirinho incrível, que só ele tem... - faço uma pausa. Até que o nó em minha garganta se desfaça. — ... mesmo de longe?

— Vida, eu sei que não será a mesma coisa. Mas leva algo dele. - ela me olha. — Uma fralda, uma chupeta, uma peça de roupa. Não é muito. Mas ajudará com a saudade, quando ele não estiver conosco.

— Farei isso, meu amor! - dou um selinho nela. — Mas agora precisamos levantar. Daqui a pouco precisaremos ir. E antes disso, ainda vamos tomar café com a minha mae. - faço uma pausa, pois ouço vozes vindo lá de baixo. — Bom, pela voz, ela já deve ter chego.

Não demora muito pra ouvimos passos na escada e logo em seguida batidas na porta.

— Estão acordadas, meninas? - minha mãe fala do outro lado da porta.

Assim que o Léo ouve a voz da minha mãe, ele fica agitado. Não tá escrito o quanto esse nenê é apaixonado na sua vovó.

— Pode entrar mãe.

Logo em seguida ela abre a porta e entra. Mal dá atenção pra mim e pra maiara. Já vai direto no Léo. Que já estava de braços abertos esperando ela pega-lo.

— O nenê mais lindo da vovó. - fala com voz de bebê.

Eu e a maiara rumos da cena.

— Eu e a Mai estamos aqui mãe. Caso não tenha percebido. - dou risada. — Olha que quem vai ficar longe de casa sou eu. E não sou digna de nenhum pouquinho de atenção?! - faço beicinho pra ela.

Pra sempre nós! - Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora