A Madame - Nova Era 5 - Conto

Capítulo 5

GIANA SAVÓIA

Estava agachada atrás da porta do escritório do papai, meu coração batendo como um tambor em uma banda de escola. Não era todo dia que você ouve seu pai, Mário Savóia, discutindo seu futuro sem sequer te consultar.

— Pense, Mário. Será uma união muitíssimo vantajosa e forte. Imagine? Uma Savóia e um Mancini juntos! Isso não deveria se desperdiçado – disse Italio Mancini, com aquela voz açucarada que me dava arrepios. Revirei os olhos. Claro, uma união perfeita para quem? Para eles, talvez. Para mim, seria um pesadelo.

E põe pesadelo nisso, Giana! Estaremos ferradas.
Por deus!

Inclinei-me mais perto da porta, tentando captar cada palavra.

E se ele estiver bafo de alho? Não gostar de pizza de queijo gratinado ou pior...
quase rindo da minha própria imaginação.
E se ele roncar? Não! Não, estou fora disso.

Estava tão concentrada em não fazer barulho que quase não percebi quando a porta atrás de mim rangiu ligeiramente. Virei-me bruscamente, e lá estava Giordana, olhando para mim como se eu fosse um alienígena.

— O que você está fazendo aqui? – ela perguntou, tentando não rir – Pensei que iria sair.

— Shh! – sibilei, acenando freneticamente com as mãos — Fala baixo, senão papai vai nos ouvir! E sim, eu vou sair.

Giordana levantou uma sobrancelha.

— Ok, Sherlock. Mas o que está acontecendo?

— Papai está conversando com aquele Mancini horroroso. Eles estão tramando me casar com um dos filhos dele!

Giordana abriu a boca para responder, mas foi interrompida pelo som da voz de Italio, um pouco mais alta agora.

— Eu insisto, Mário, nossa aliança trará muitos benefícios para ambas as famílias. E você sabe que meu filho é um excelente partido.

— Por favor – sussurrei para Giordana – Me ajude a sair dessa. Concordo com você sobre como esses casamentos arranjados são ridículos.

Giordana olhou para mim, surpresa, mas satisfeita.

— Finalmente concordamos em algo. Vamos achar uma maneira de sair dessa.

Antes que pudéssemos planejar uma fuga elaborada, Luigi apareceu no corredor, com seu habitual semblante calmo.

— O motorista já está esperando para levá-la ao spa. Está pronta?

— Salva pelo spa! – murmurei, aliviada. Levantei-me, tentando não fazer barulho, e segui Luigi pelo corredor, com Giordana logo atrás.

— Então, você estava espionando seu pai? – Luigi perguntou, com um leve sorriso no rosto – Pensei que damas não fizessem isso.

Bufei.

— Não estava espionando. Só... – garantindo que ele não me case com um homem horrendo, e sim, estávamos espionando –....Investigando

— Claro – respondeu Luigi, tentando não rir — Investigando. Bem, espero que a sua investigação não tenha resultado em informações muito desagradáveis.

— Apenas a confirmação de que homens velhos e teimosos ainda acham que podem decidir com quem eu vou me casar – disse, cruzando os braços – Mas não se preocupe, não vou deixar isso acontecer.

Estava no carro em direção ao spa, olhando pela janela, enquanto Giordana tinha decidido ficar em casa pra vê se descobria algo sobre o filho do Italo. Ao meu lado, Luigi estava tranquilo, com as mãos firmemente no volante. Ele era um daqueles caras que você nunca imaginaria fazendo algo fora do comum, mas sempre estava lá quando você precisava dele.

— Giana – ele começou, rompendo o silêncio – Me diga uma coisa... se casar seria realmente tão ruim assim?

Com você não, bonitão
Mente pervertida!
Suspirei profundamente.

— Luigi, não é só o casamento em si. É sobre quem estou me casando e por que estou me casando. Eu quero algo especial. Algo real, sabe?

— Especial como o quê? – Ele olhou para mim, levantando uma sobrancelha.

— Como meu primo Donato e Irina
– comecei a explicar – Eles se amam de verdade. Você vê isso nos olhos deles, na forma como se olham. E Beatrice e Cristian? É o tipo de amor que te faz acreditar que contos de fadas podem ser reais. Eles não se casaram por obrigação, mas por amor.

Luigi riu suavemente.

— Giana, você realmente acredita em contos de fadas?

Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso.

— Não é sobre contos de fadas, Luigi. É sobre querer algo genuíno. Eu quero ser feliz. Não quero ser uma marionete em um jogo de homens mafiosos.

— Mas e se um desses caras que seu pai escolhe para você for um bom partido? Você não acha que pode dar uma chance?

Não está me ouvindo, bebê? Com você eu dou quantas chances quiser!
CALADA!!!!!

— Não é assim tão simples. Eu não quero alguém porque ele é 'bom partido'. Quero alguém porque ele faz meu coração acelerar, porque ele me entende, porque ele me apoia em tudo. É pedir muito?

Ele deu uma risada curta.

— Eu acho que você tem todo o direito de querer isso. Mas e se não encontrar ninguém assim?

— Então eu prefiro ficar sozinha. Melhor estar sozinha do que com alguém que não me faz feliz.

Luigi ficou quieto por um momento, refletindo.

— Você é corajosa, Giana. Eu admiro isso em você.

— Ah, não me lisonjeie agora – brinquei, tentando aliviar o clima – Você está começando a parecer um daqueles personagens de romance que tanto critico.

— Personagem de romance, eu?– ele fingiu ofensa. – Eu sempre me considerei mais um herói de ação.

— Herói de ação? Você? – agora era a minha vez de rir – Com essa cara de bom moço?

Ele riu junto comigo.

— Você sabe que estou aqui para te proteger, não importa o que aconteça. Mesmo que isso signifique desafiar o seu pai.

— Eu sei, Luigi. E eu aprecio isso mais do que você imagina. – sorri.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas aproveitando a companhia um do outro enquanto o carro deslizava pela estrada.

— Então, o que você vai fazer se seu pai continuar insistindo nesses casamentos arranjados? – Luigi perguntou, curioso.

— Vou continuar dizendo não – respondi, determinada. – E, eventualmente, ele vai ter que entender que eu não sou um peão no jogo deles. Como Jane foi.

— Você tem certeza disso?

— Absoluta – disse, olhando firmemente para ele – Eu quero mais da vida do que apenas ser uma esposa troféu. Quero construir minha própria marca de maquiagem, viajar, conhecer o mundo. Quero ter aventuras, Luigi. Quero viver.

Principalmente com ele, né, Giana?
Por Deus, essa mente irá me enlouquecer!

Ele sorriu, admirado.

— Você vai conseguir, Giana. Eu sei que vai.

Olhei pela janela novamente, sentindo-me um pouco mais leve. Tinha algo surgindo, eu podia sentir. Um sentimento que fez meu estômago quase explodir, quando ouvi aquelas palavras da sua boca. O sorriso de Luigi era perfeito e eu estava disposta a fazer de tudo para vê-lo novamente.

— Então, sobre esse spa – Luigi começou, mudando de assunto – Você está pronta para relaxar e esquecer todas essas preocupações por um tempo?

Sorri, animada.

— Pronta para uma massagem, um banho de lama e talvez um coquetel. Vamos aproveitar enquanto podemos, Luigi. Quem sabe o que o amanhã nos reserva.

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Oi, genteee!
Estou curiosíssima para saber, qual casal, até agora, é o preferido de vocês? Me contem.