18- reconciliação

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                           R A F E

— Na noite do dia 12 de janeiro de 1929, um navio dos quatro que formavam o esquadrão italiano que retornava ao país viriam a naufragar em um ponto ao sul da costa de Outer Banks – entre eles o HMS Caccini's nunca foi encontrado
O motivo do naufrágio era tão complexo quanto compreensível: não havia então uma maneira efetiva dos navegadores saberem com maior precisão a longitude exata da embarcação no mar. Soma-se tal quadro ao péssimo tempo daquela noite, e o Capitão Edward Loades, que pensava estar navegando o Caccini's na costa da Bretanha em direção ao kitty Hawk em verdade rumava na direção das rochas afiadas, conhecidas como dark rocks– e assim a tragédia sucedeu.
A tragédia causou tamanha comoção para Fernando Caccini, que oferecia uma vistosa recompensa de 50 mil libras – uma verdadeira fortuna para a época – a quem desenvolvesse uma solução viável para a retirada do navio.
Mas infelizmente o navio nunca foi retirado do mar pelas más buscas da época. Até hoje não se sabe sobre a localização exata.

Rafe explicou perfeitamente cada detalhe, mostrando todo seu interesse na história. Cherry ouvia tudo atentamente, quardando os detalhes em sua mente e tirando uma foto da página, para que pudesse ler depois. Ele olhou para garota de forma orgulhosa, fazendo que todos músculos de seu corpo relaxarem, só por estar olhando pra ela.

Ele queria sentir seu toque mais uma vez, mas certamente tinha medo da reação de Cherry. Talvez ela só o beijo pela empolgação ou pela euforia de seu corpo.

— Podemos ir embora? Minha barriga está roncando e você está sem casaco.

— Podemos.—disse ele guardando o livro no local encontrado.

O caminho de volta para casa foi em completo silêncio, Cherry e Rafe não trocaram uma palavra, nem sequer um "oi".

O garoto estacionou o carro em frente a casa de Cherry, ele a encarou por alguns segundos. Um sorriso acaba escapando dos lábios do loiro, que virou seu boné para trás crincando uma bagunça dos seus fios dourados.

— Podemos conversar?—perguntou Rafe, apertando seu casaco, tentando evitar a constante irritação que subia por seu corpo. Não com Cherry, mas sim com a merda da situação em que se meteu.

— Por que você age assim comigo?— a garota passou as costas de sua mão pelo rosto, empedindo a teimosa lágrima que caia sobre seus olhos.— E não me pergunte "assim como?" porquê você sabe muito bem como age.

O Cameron se sentiu como no dia da piscina. Pois sabia muito bem que o motivo que ele era o culpado pelas lágrimas que escorriam pelo rosto da garota. Cherry se escondia atrás de uma máscara que inventou para si própria, e só Rafe conhecia toda sua fragilidade.

— Porque eu nem sei oque somos, e isso me machuca. Me machuca ver você ficando com outras pessoas e também me machuca quando vejo que sou o culpado por tudo de ruim que acontece com você.

E foi então que seus olhos se cruzaram pela primeira vez no dia, mas não igual a outras vezes. Aquele simples fato foi capaz de dilacerá-lo por dentro.

— Eu sou a culpada por tudo de ruim que acontece na minha vida. Porque, Rafe; eu aceito essa porra toda.— aquela frase foi como um peso para o menino Cameron.— Me desculpa por ter te beijado aquela noite.

— Não, Cherry. Eu também quis aquilo, e para ser bem sincero, eu quero denovo.

Aquilo fez todo o corpo da vibrar. Ela rapidamente juntou suas bocas de forma gentil, podendo sentir todos pelos de seu corpo se eriçarem. A garota retirou o boné de Rafe, acariciando seus fios dourados, fazendo ele sorrir entre os seus lábios.
Rafe sentia seu corpo ferver em euforia por tê-la naquele momento. Ele passou as mãos pela cintura da garota, a movendo para seu colo em uma habilidade impressionante.

E teria dado certo se não fosse pelas costas de Cherry que encostaram no volante do carro, fazendo que o barulho alto da buzina ecoasse por toda rua, que estava em completo silêncio.

— Merda, merda, merda!—exclamou Cherry com os olhos arregalados pelo susto. Ela levantou-se do colo do garoto abrindo a porta, em uma tentativa de disfarçar oque teria acabado de acontecer.

                                    (...)

Rafe e Cherry estavam sentados na escrivaninha, escrevendo sobre as pistas que haviam encontrar. Ambas estavam cansados, mas isso não importa quando a ambição fala mais alto.

— Ei— sussurrou Cherry— Você quer mesmo fazer isso? roubar de seu pai?

— Não vou roubar dele, vou achar oque ele não teve capacidade de fazer.—disse ele sem se importar muito.

Mas era diferente para garota, ela realmente não tinha medo de Ward. Mas tinha medo do que iria se meter, do que aconteceria com a vida dela.

— Quando vamos fazer isso? procurar pelo navio?

— Depois do jantar, meu pai vai estar no escritório com Luigi. Vamos sair sem que ninguém veja, o mais rápido possível.

Rafe já havia pensado em cada detalhe, mesmo tendo encontrado a pista hoje. Sua mente estava a milhão e ele não parava de pensar nas variadas ideias.

— Rafe... vamos ser só nós dois nessa busca?—perguntou ela de forma apreensiva.— Não acha que deveríamos contar para alguém? porque se algo acontecer eu quero que pelo menos meus amigos saibam.

— Tudo bem, você tem razão.—disse ele passando as mãos pelo cabelo.— Oque acha de contar para os meninos? Mas tem que ser o mais rápido possível, Cherry.

𝖘𝖚𝖒𝖒𝖊𝖗 𝖓𝖎𝖌𝖍𝖙𝖘| rafe cameron ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora