36- eudaimonia

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Ouvindo o alto e agudo barulho do tiro ao entrarem no carro, a sensação de incerteza de Cherry desapareceu, e tudo oque restou foram as lágrimas e a certeza que o final seria doloroso

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Ouvindo o alto e agudo barulho do tiro ao entrarem no carro, a sensação de incerteza de Cherry desapareceu, e tudo oque restou foram as lágrimas e a certeza que o final seria doloroso. Como quando alguém pisa sem querer em uma calçada recém cimentada e deixa uma marca lá, para a vida toda.

As mínimas lágrimas escorriam pelo rosto de Rafe, que passou as mãos pela cabeça tentando esconder o nervosismo que seu corpo trasparecia. Suas mãos estavam trêmulas e seu rosto vermelho como um pimentão.

Cherry queria poder gritar, mas não tinha forças o suficiente para isso. Ela apertou seus olhos com força antes de entrar no veículo preto em sua frente, sentindo todas suas emoções se misturarem dentro de seu estômago ao ponto de fazer seu corpo tremer.

O motorista dirigia em alta velocidade, fazendo com que o corpo da adolescente estremecesse.

— Senhorita Cherry, irei te levar até uma outra casa de seu pai, uma afastada. Não iremos demorar.

Cherry não respondeu, não conseguia dizer nada, nem um "Tudo bem". Sua boca estava seca e seu coração tão acelerado quanto o carro na estrada. O silêncio foi ensurdecedor para seus amigos, que só pesavam em que jogo perigoso foram se meter.

O vento atingia o cabelo se Cherry, que sequer se mecheu para retirá-los de seu rosto.

A luz da lua penetrava o escuro do céu, e a garota olhou para cima para observá-lo, sentindo as lágrimas salgadas escorrerem novamente pelo canto de seus olhos.

— É melhor vocês entrarem, vamos ficar do lado de fora. Se precisarem de algo é só chamar —avisou o homem moreno.

Cherry se sentou no longo sofá marrom, observando a estrutura não tão impressionante quanto a de sua casa. Dora retirava seu moletom, o pendurando no braço do sofá; seu olhar era sereno, como se ainda estivesse com a adrenalina percorrendo pela suas veias.

— Cherry, você não me contou por quê? —perguntou Rafe, sem nem direcionar seu olhar para a namorada — Porra, por que? Eu fiz essa merda toda atoa, eu me meti nas coisas do meu pai, que eu nem sei como está nesse momento.

— Eu não sabia —sua voz era calma e baixa, totalmente fraca para falar qualquer coisa.— Meu pai me contou ontem, eu juro. Rafe, você acha que eu passaria por tudo se eu soubesse? Você acha que eu mergulharia na porra daquele mar?

E derrepente todos os olhares estavam no casal, que finalmente foram capazes de trocarem algumas palavras.

— Não sei, eu não sei. Você podia ter me contado, podia ao mínimo ter me avisado que o colar... os colares foram encontrado.

— Mas eu não sabia, eu não tinha ideia, Rafe. Você acha que sou oque? Que eu não tive medo? Que meu pai não tem poder que nem o seu?

— Não é isso, é só que... é difícil. É difícil entender tudo oque está acontecendo, e vai ser difícil aceitar tudo oque está por vir.

𝖘𝖚𝖒𝖒𝖊𝖗 𝖓𝖎𝖌𝖍𝖙𝖘| rafe cameron ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora