Medo.
É a sirene da alma, palpitações de aviso, a lágrima oculta que desce sobre meus olhos. É o mensageiro que invade meu corpo dizendo que algo vai acontecer. É o frio que a gente sente na espinha, é o irmão mais velho do desespero. É o pai dos filmes de terror que nós assistimos em uma sexta-feira treze. É uma força da natureza, muitas vezes apagadas e escondidas. Mais velha que o próprio bicho papão. Mais velha que a sensação de desamparo e mais velha que a própria alma.
É a sensação que sinto neste momento. A sensação que me engole a cada suspiro que dou diante essa situação. A merda da situação que eu me coloquei, por ambição, por amor, por diversão.
Sei que escolhi passar por isso, passar por cada desafio. Morrer, sobreviver, viver. Encontrar um amor até mesmo em uns do momentos mais difíceis da minha vida.
Sinto meu coração bater de forma tão forte que podia o ouvir em meus ouvidos. Nesse momento, meus pulsos eram apertados por Ward, e meu corpo não respondia de uma maneira muito boa.
Eu sei que estou sendo odiada pelos meus amigos, e, principalmente, meu namorado. Posso notar a expressão de decepção presente em seu rosto, oque me faz querer chorar, pelo simples fato de ser a culpada disso tudo.
Passo meus olhos em todos daquele local, sentindo o gosto das lágrimas salgadas que escorriam pelo meu rosto.
— Solta ela! Solta ela porra! — o grito estridente de Rafe foi capaz de fazer Ward virar-se, interrompendo o caminho que estava prestes a fazer.
— Hum? Você já esqueceu do que ela fez com você? Filho eu...
A voz desse homem me traz nojo.
— Eu não me importo. Não me importo com essa porra! Não me importo com sua ambição de achar a porra de um colar!
— Como não se importa, Rafe? Você me traiu, me traiu por essa garota.
— Tudo oque eu fiz, foi por amor. Não por dinheiro ou por ambição. Foi pela porra do amor que não me deu!
— Eu te dei amor, Rafe. Eu te deu carinho, eu te dei tudo.
— Tudo?
E derrepente, como em um estalar de dedos, Luigi entrou naquele local. Homens com roupas escuras e armas na cintura adentravam a velha fábrica em passos rápidos.
Pude sentir a dor de meus pulsos diminuindo de forma lenta, Ward soltava meus braços de forma rápida. Talvez pelo medo que tinha sobre meu pai.
— Ward, Ward, Ward... — falou Luigi de forma lenta.— Não pensou que eu iria descobrir sobre seu plano? Seu plano de merda. Não achou que meus homens iram atrás dos seus? Ward, você se acha incrível, ambicioso. Mas não passa de um merda!
— Luigi...
Meus olhos viajavam por cada pessoa naquele local, percebendo os olhares assustados dos meus amigos. Rafe olhava diretamente para mim, não desviando o olhar por sequer um segundo.
Parei meu olhar em Ward, que parecia retirar algo de sua cintura. Meu coração acelerou de forma desesperada, percebendo a intenção do homem.
— Pai! — meu grito ecoou pelo local, fazendo todos olharem para mim com os olhos arregalados.
"Merda, merda, merda" essas foram as palavras que passaram pela minha cabeça ao ver a movimentação das mãos desse homem.
Como em algum filme de ação, a única coisa que invadiu meu corpo, foi a maldita certeza do que tinha que fazer. Rodando minhas mãos pela cintura, até sentir o gelado da arma percorrer pela palma da minha mão.
Aponto a arma em direção a ele, sentindo o sangue ardente por todas minhas veias. Não por medo, talvez pela adrenalina e euforia de segurar uma arma, pela terceira ou quarta vez.
— Cherry, solta a arma! — gritou Luigi, apontando suas mãos desesperadas para a filha. — Por favor, eu resolvo isso!
Não ouço as palavras, só as escuto, não as deixo entrar em minha mente.
— Cherry, a arma — disse Rafe, pausadamente. — Ei, sou eu aqui. Rafe, sou eu.
Sinto o corpo dele sobre o meu, em um abraço forte e apertado. Como se meu coração diminuísse o ritmo, como se ele estivesse em casa.
— Tudo bem, tudo bem. Eu estou aqui, aqui do seu lado.
— Crianças, pro carro! Pro carro agora!
— Pai...
— Pro carro! Eu comando a partir de agora.
Meu pai caminhou até mim, retirando a arma de minha mão enquanto seus homens seguravam Ward.
Não sei oque acontecerá a partir de agora. Não sei se causará dor ou medo. Talvez, a incerteza seja meu pior pesadelo.
Também não sei oque dizer, não sei como olhar para os meus amigos sem sentir vontade de chorar. Não sei como conversa com eles ou até mesmo beijar meu namorado a partir de agora.
Eu quero olhar para eles e dizer tudo oque aconteceu, dizer que eu sabia de tudo isso. Que ao menos não foi culpa minha, que eu não quis passar por tudo isso.
Mas então, por que eu me sentia culpada?
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•oii gente! me desculpem pela demora pra postar o capítulo.
eu realmente estou tentando postar o mais rápido possível, e tenho certeza que a partir de agora eles serão lançados bem mais rápidos.
queria pedir que vocês votassem e comentassem bastante, pq vocês estão lendo e esquecendo viu?
beijinhos 💋 💋 💋
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𝖘𝖚𝖒𝖒𝖊𝖗 𝖓𝖎𝖌𝖍𝖙𝖘| rafe cameron ✓
AventuraCherry é uma garota fútil e inconsequente que veio de uma família milionária e respeitada. A um pouco mais de dois anos se mudaram para outer banks, a fazendo conhecer um garoto Kook. Ela só não esperava que iria se apaixonar por ele e viver em uma...