Pânico

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No meu peito, o coração assola
Subjugado por algum mal invisível
Medroso bate lento e fraco
Eu espreito, há no ar um mal indizível

Assim passo os dias, fugindo
Buscando no prazer o meu refúgio
Perseguido ando perseguindo
Uma maneira de me sentir seguro

O pânico se estende como mar revolto
Em volta do meu ser doente
Ah, essa derrota me abala como morto
Olho as coisas mas não as sinto

Essa tic tack no meu ouvido incessante
Esse murmúrio de vozes acusadoras
A ampulheta que se desgasta latejante
A aflição serpenteia dentro de mim

Quando vou dormir sou despertado em horror
Parece que espreitam lá fora pés perversos
Abro a porta para gritar contra o invasor
Mas apenas o vento silencioso me recepciona

Estala o peito, estala o coração
Caio nos abismos da loucura
O medo corrói, me traga pra escuridão
Um milhão de velas queimam, mas sua ajuda é nula

Deito sobre um colchão úmido
De lágrimas dolorosas e secas
Sobre mim esse corpo tão pútrido
Tento sem sucesso escapar desse pânico

Ouço músicas, leio poemas, pratos eu quebro
Danço e por um momento estou livre
Mas um medo primordial não saí da meu cérebro
Choro ao ver que o pânico é uma parte de mim

Poemas Ruins de Uma Vida PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora