Rose Hill (Dia 1)

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Minha viagem foi um verdadeiro perrengue, com um homem roncando ao meu lado, uma criança choramingando no assento de trás, sem contar a comida da classe econômica que estava péssima.

Mesmo assim eu não desanimei, estava cheia de energia para começar minhas tão esperadas férias e feliz por saber que chegaria quase na hora do almoço e poderia comer algo decente.

Peguei um táxi no aeroporto de Brighton e de lá segui para a linda pousada onde eu passaria os próximos 10 dias.

Eu queria ter me hospedado no hotel que ficava a poucos metros da pousada, mas o valor era absurdo. Além disso, eles não estavam aceitando reservas e eu sabia o motivo: Joseph Quinn estaria hospedado lá.

Infarto!

O taxista, como bom britânico que era, com seu sotaque carregado de Birmingham, com certeza, tal estilo Peaky Blinders falava bem rápido, mas consegui acompanhar. Ele disse que a pousada que eu tinha escolhido era um pouco afastada, mas que eu iria adorar, pois a comida e a vista eram ótimas. Sem contar as trilhas e praias que tinham na encosta.

Assim que ele parou o carro em frente a Rose Hill, eu fiquei encantada. A fachada era toda branca, com detalhes em relevo bem ao estilo inglês, tão clássico.

Peguei minha mala com o taxista, paguei a corrida e segui para dentro. A recepção era charmosa e havia duas pessoas do outro lado do balcão, mas ambas estavam ao telefone e não notaram minha presença.

Fiquei quieta, reparando os detalhes da decoração, até que alguém pudesse me atender.

—    Pois não, senhorita, sou Teresa, em que posso ajudá-la? — falou uma mulher mais velha com um grande sorriso.

Teresa deveria ter uns cinquenta anos, tinha cabelos claros na altura dos ombros com muitos fios grisalhos e olhos esverdeados.

—    Bom dia, sou Ashley Mendes, tenho uma reserva para os próximos 10 dias.

—    Ah, claro — ela disse. Então trocou olhares com o outro rapaz ao seu lado e voltou a me encarar. — Nós tentamos entrar em contato com a senhorita para falar sobre a sua reserva.

—    O que houve?

—    Nós tivemos um problema e teremos que mudar a senhorita de quarto.

—    Um problema?

—    Sim, um imprevisto com a sua suíte. A vista da outra é tão bonita quanto e tem o mesmo padrão, mas infelizmente é um pouco menor, por isso devolveremos a diferença do valor.

—    Hum — resmunguei e comecei a pensar que o homem roncando e a criança berrando no avião já deveriam ser um sinal de que minhas férias não seriam como eu imaginei.

—    Julius vai providenciar o seu check-in.

Assenti e passei todas as informações para que o rapaz educado cadastrasse no sistema. Depois de tudo pronto, outro funcionário apareceu, pegou a minha mala e pediu que eu o seguisse.

A cada passo que eu dava, ficava mais maravilhada com o que via.

—    Esta suíte é um pouco menor do que a que a senhorita havia escolhido, mas a vista é maravilhosa e terá bastante privacidade.

—    São para mim? — perguntei ao ver flores e chocolate sobre a cama.

—    Sim, a senhora Teresa pediu para providenciar por causa do imprevisto. Na mesa de cabeceira tem um panfleto com todas as atividades que oferecemos e se decidir ir à praia, nós oferecemos guarda-sol e espreguiçadeiras. Nosso bar e nossa cozinha também estão disponíveis, caso deseje comer ou beber alguma coisa enquanto estiver lá.

Ten Days - Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora