Epílogo

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Meus dedos afundaram deliciosamente na massa que eu sovava sob o olhar atento de minha sogra.

Nós tínhamos decidido fazer uma noite de pizza e desde a hora em que cheguei, senti que ela estava diferente, mas não falei nada, tudo com ela tinha que ser a seu tempo.

Após tantos meses de namoro, seu comportamento havia mudado bastante. Intimamente, sentia que Lisa ainda preferia Beatrice, mas ela respeitou a decisão do filho e parecia quase acostumada com a minha presença.

O pai dele, em contrapartida, era um doce de pessoa e sempre falava que nunca viu o filho tão feliz e próximo à família, já que em todas as folgas dávamos um jeito de fugir para a Inglaterra.

Nosso início foi bem difícil, afinal, uma hora Joseph precisou voltar para Los Angeles e nosso namoro continuou a base de ponte aérea. Ficávamos a semana toda afastados, mas na sexta à noite, ou ele ia para Nova York, ou, quando sua agenda estava muito cheia, seu avião me buscava.

Mas aquele não foi o único desafio que enfrentei no começo. Depois que ele afirmou a uma revista de grande circulação que estava, mesmo, namorando uma fã, todos enlouqueceram.

Os tabloides romantizaram por semanas a nossa relação e isso inflamou

as expectativas das fãs mais alucinadas por ele. Afinal, se eu tinha conseguido conquistá-lo, por que elas não conseguiriam?

Após sua declaração eu recebi incontáveis convites para participar de programas e entrevistas, mas depois de conversar com Joseph, decidi que preferia ficar longe dos holofotes. Com as repetidas recusas, os convites foram diminuindo e, aos poucos, nossas vidas foram voltando ao normal.

Quer dizer, mais ou menos, pois no meu trabalho eu tinha virado uma celebridade. Pessoas que nunca olharam na minha cara começaram a se aproximar com o óbvio intuito de chegar até ele, mas as únicas que conseguiram um convite para jantar conosco foi meu ex-chefe e Ivy, e ambos custaram a acreditar que ele fosse tão simples.

Alguns meses se passaram e a distância apenas inflamou a paixão que sentíamos. Nós estávamos inegavelmente apaixonados e queríamos ficar juntos todo o tempo, por isso, não demorou para Joseph pedir que eu me mudasse para Los Angeles; segundo ele, a terra das oportunidades teria alguma coisa especial para mim.

Mas mesmo o desejando demais eu relutei por algumas semanas, tive medo de não dar certo, de largar tudo e depois me arrepender. Mas conforme os dias iam se passando a saudade foi me sufocando e acabei cedendo.

Eu não tinha nada que me prendesse a Flórida, a não ser minha amiga Ivy, que foi a primeira a me incentivar a seguir o meu coração. Quanto ao meu trabalho, caso as coisas não dessem certo, eu poderia voltar e começar do zero. Claro que a ideia era assustadora, mas me apeguei ao velho ditado que dizia: só se vive uma vez.

Meus pais, por outro lado, foram mais resistentes à ideia e pediram para eu agir com cautela. Não achavam certo eu largar tudo para ir morar com Joseph. Também acreditavam que isso poderia desgastar nossa relação com muita rapidez e eu acabei escutando seus conselhos.

Desse modo, eu disse que aceitaria me mudar para Los Angeles com a condição de que não iríamos morar juntos.

Embora relutante, Joseph aceitou, mas pediu que eu ocupasse o flat que ele tinha no centro da cidade, o que eu adorei, seria ótimo não ter que pagar aluguel. Já que eu precisava arrumar um emprego.

Acabou que isso foi apenas pro forma, já que, em muito pouco tempo, eu só ia ao flat para pegar roupas ou correspondências, de modo que, em seis meses de namoro, nós estávamos praticamente morando juntos.

Tudo isso aconteceu sob os protestos de Scott que falava aos quatro ventos que seu chefe havia enlouquecido.

Minha sorte era que todos os funcionários de Joseph pareciam gostar de mim e torciam pelo nosso namoro, então, a opinião de Scott nem arranhava nossa relação.

Ten Days - Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora