Ten Days - Joseph Quinn

The dinner (Dia 2)

Se não fosse a bebedeira e o susto com o afogamento, eu certamente não teria conseguido dormir naquela noite, mas depois de toda a adrenalina dispensada enquanto estava no mar, meu corpo ficou exausto, por isso apenas desabei na cama.
Ao despertar no dia seguinte eu tive vários ataques de risos e desespero, voltei a dar pulinhos e me belisquei, pois ainda achava que estava tendo um sonho.

Como tinha acordado tarde, pedi o café no quarto e fiquei imaginando como seria quando eu o encontrasse pela pousada. Sorri como vinha fazendo desde o dia anterior e ao mesmo tempo rezei para conseguir desfazer a má impressão.

Emily tinha ficado de me ligar, mas ela também havia bebido bastante no dia anterior e deveria estar dormindo, por isso aproveitei as horas livres para me hidratar da ressaca do dia anterior e cuidar de mim.
Tomei um banho bem demorado com direito a hidratação nos cabelos e no corpo. Queria estar com os fios sedosos e a pele macia quando visse Joseph.
Sentindo-me bem melhor, coloquei um biquíni branco bem provocante, uma saída de praia longa na mesma cor e fui para a piscina. Quem sabe eu tivesse sorte e o encontrasse por lá.

Segui para a piscina, tirei minha saída e me sentei em uma espreguiçadeira para passar óleo bronzeador no corpo. Deslizei o produto pelas pernas, braços e barriga, depois me levantei e passei uma boa quantidade na bunda e na parte de trás das coxas.

Antes de me esticar na espreguiçadeira, notei Joseph na sacada de sua suíte, me observando, e tive a impressão de que ele já estava ali há um bom tempo.
Meu lado apaixonado pensou em pegar o celular e tentar tirar uma foto sem que ele percebesse, mas aí me lembrei das dicas de minha nova amiga e me contive, embora estivesse surtando internamente.
Abaixei os óculos e acenei para ele. Joseph apenas balançou a cabeça, observou o mar por alguns segundos e depois entrou.
Bons minutos se passaram até que Emily surgisse em meu campo de visão, o que fez minha ansiedade aumentar consideravelmente.
— Eu vou te matar, garota! Por que não me disse que ele era seu primo antes de eu confessar tudo aquilo? — questionei discretamente quando ela se deitou na espreguiçadeira ao lado.
A diabinha deu risada do meu desespero.
— Porque eu não tinha certeza se Joseph iria mesmo ficar na pousada e não quis frustrar suas expectativas.
— Estou morrendo de vergonha, nunca imaginei que o conheceria daquela forma. - Eu reclamei.
— Eu achei fofo, bem romântico, na verdade, cena de filme.- Emily riu enquanto se ajeitava na espreguiçadeira.
— Pare com isso, você está alimentando as esperanças no coração de uma garota desequilibrada, existem sérias chances de eu acreditar nessa merda.

Ela gargalhou.
— Você é o máximo, Ashley, acho que nunca ri tanto.
— Sabe quantas vezes eu surtei no meu quarto desde ontem? - Eu disse.
— Eu imagino, mas na frente dele se saiu bem.
— A muito custo — confessei.
— Mas valeu a pena, Joseph não desconfiou de nada e realmente falou que te achou bonita.
— Você sabe se ele está solteiro?
— Bom, solteiro, solteiro, acho que meu primo nunca está, mas não trouxe ninguém para cá. Joseph é bicho solto, vive pelo mundo, mas se depender da tia Lisa, ele sairá da Inglaterra, pelo menos, namorando.

Lisa Quinn, vulgo, minha futura sogra.

— Namorando?
— Eu amo a minha tia, mas ela é meio complicada. Seu sonho é ver o filho casado com uma britânica, e seu ideal de nora é Beatrice, filha de um casal de amigos. Então, sempre que ele passa férias por aqui, ela tenta fazê-lo enxergar o quanto a garota é especial.
— E ela é?
— Olha, eu não tenho nada contra Bea, mas penso que se Joseph tivesse qualquer interesse, já teria ao menos ficado com a garota, coisa que nunca aconteceu.

Joseph era filho único e a pressão para que ele constituísse família deveria ser bem grande. Isso queria dizer que, mesmo que ele se interessasse por mim, eu teria que enfrentar a sogra que queria o filho casado com uma boa moça britânica. Que sorte a minha.
— Uau, uma mãe casamenteira, acho que não li isso em nenhum lugar.