Escola nova

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- Acorda garota! - Senti meu corpo sendo chacoalhado.

Ótima forma de acordar alguém!

Abri os olhos, e voltei a fechar ao sentir o sol forte no meu rosto, meus olhos arderam.

- Vamos, April! Georgia vai matar você! - Finalmente abri totalmente meus olhos e vi o Tio Jeff me olhando com as mãos na cintura. - Acordou, bonita? Bora, levanta.

- Ah, não. - Voltei a me deixar e puxei a me cobrir. Escutei meu tio bufar e comemorei vitória, provavelmente ele vai deixar eu ficar em casa hoje.

- Só pra deixar claro, Aprilzinha, o titio aqui treina pesado todos os dias. - Ele puxou minha coberta de uma vez. Arregalei os olhos e olhei para o mesmo, que jogou minha coberta em algum canto do quarto. - Você é como uma pena pra mim.

- Não ouse fa... - antes de eu terminar de falar, ele puxou um dos meus pés, me pegou no colo e me jogou sobre seus ombros. - Não acredito nisso. - Ele abriu a porta e saiu comigo.

- Você acordou 10 minutos mais tarde, sabe o quanto isso te afeta?

- Em nada?

- Você ainda vai tomar café, pelo o que eu te conheço ainda vai tomar banho, vai ficar horas procurando uma roupa dentro das caixas, vai ficar enrolando porque vai desenhar alguma coisa na cara e vai se atrasar, ou seja, vai sobrar pra mim ter que levar a bonitona pra escola e eu vou ficar muito bravo porque vou me atrasar para assistir meu jornal. - Eu bufei uma risada.

- Seu velho! Gosta de acordar cedo pra assistir jornal?

- Me julgue, mas eu adoro o jornal da manhã.

Ele desceu as escadas e entrou na sala de jantar.

- Finalmente! - Escutei tia Georgia falar. - Que demora mocinha, você vai...

- Vou me atrasar. Já sei disso. - o mais velho me colocou no chão, ao lado de uma cadeira, me sentei e respirei fundo. - Bom dia, tia.

- Bom dia, April. Dormiu bem?

- Teria dormido melhor se não tivesse que ir pra escola hoje. - Bufei e peguei uma xícara, peguei a jarra de café e me servi.

- Quer ajuda? - Olhei para o lado e vi Melinda. - Talvez a Senhorita Hill não saiba colocar um pouco de café na própria xícara, hum?

Eu vou dar uma voadora nessa menina.

- Melinda! - Uma mulher mais velha apareceu, ela olhou de cara feia pra menina que tinha nome de vaca. - Mil perdões, Senhorita Hill, minha filha foi muito mal educada com você.

- Não, tá tudo bem. - Sorri para ela e ela saiu, puxando a filha junto.

- Garota abusada!

- Eu concordo. - Ele se sentou do meu lado.

- Não falem assim da garota! - Ela repreendeu nós dois.

- Mas...

- Sem mas, Jeff. A vida da garota já é difícil e vocês estão dificultando.

- Ora, tenha a santa paciência, tia! - Bebi o resto do meu café e me levantei. - Minha vida não tá às mil maravilhas também, acabei de perder meus pais e não tá sendo nada fácil, mas isso não quer dizer que eu tenho direito de sair implicando os outros.

Saí da mesa e fui em direção ao quarto. Subir aquelas escadas me dava falta de ar. Por que não colocam um elevador?

Agora eu vou deixar uma vaca dessas me importunar? Não mesmo! Se ela vier me encher de novo eu vou acabar com a sanidade mental dela.

𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬 𝐨𝐟 𝟖𝟔, 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora