𝐓𝐞𝐧

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Segunda chegou e eu senti cada membro do meu corpo suplicar por mais dias deitada na minha cama. 

Seria uma ótima oportunidade de não ir para a escola, mas seria muita mancada com Eddie, já que eu tinha prometido para ele que iria ajudá-lo com as atividades de história. 

Agora eu estava indo para a bendita aula de matemática. Segundo nossa professora, ela disse que vamos aprender coisas inúteis, já que a maioria da sala já tinha passado. Com coisas inúteis ela quer dizer a maldita fórmula de delta, essa merda é um cu pra aprender, eu derreti meu último neurônio pra aprender isso no 8° ano. 

Se aquela professora não fosse tão rígida - e se não valesse um ponto - eu provavelmente não faria nenhum dos exercícios, mas como eu disse, quero terminar o ano com notas ótimas, então cada ponto ganho é precioso. 

Sabe quando sua cabeça está a um fio de explodir? É como a minha tá hoje. Não sei o real motivo, só sei que parece que vou enlouquecer a qualquer minuto. Talvez seja pelo motivo de eu não ter tomado meu cafezinho, hoje acordei mais atrasada do que qualquer dia, tão atrasada que meu banho teve 2 minutos e nem sequer lavei meu cabelo. Por isso, hoje eu estava com ele preso em um rabo de cavalo bem firme, até doía o jeito que eu o prendi, parecia que estava puxando meus olhos. Não quero nem falar das minhas roupas, peguei qualquer uma, o que resultou em sem querer eu pegar uma blusinha roxa que eu uso pra limpar meu quarto, uma calça preta larga e meu all Star. Hoje eu tava a própria inimiga da moda. 

Quando entreguei minha atividade e voltei para minha carteira, pensei em tirar um cochilo, mas a professora é uma desgraçada e me deu outra folha de atividades, e agora não era só fórmula de delta, e sim a fórmula de bhaskara! Eu quis morrer! 

Quando terminei a outra atividade, fiquei enrolando para ela não me dar outra folha, e quando tocou o sinal, me levantei e entreguei a folha para ela. 

Coloquei meus livros no armário e segui para o refeitório, para onde eu levei uma nota de dois dólares. Talvez toda essa dor de cabeça seja abstinência de um docinho. 

Fui até uma máquina enorme, mal encostei minha nota e a máquina já a sugou, quase levando meu dedo junto. 

— Morta de fome! – Falei para a máquina. Tá vendo isso? Os primeiros sinais da loucura. 

Peguei o único doce que valia dois dólares: uma barrinha de chocolate amargo. Depois de 20 segundos, meu doce caiu, peguei e me sentei em uma das mesas do refeitório. Combinei de me encontrar com Munson nessa mesa, e se ele não vier eu vou ficar bem irritada. 

Abri a embalagem com pressa, e mordi um pedaço, fechei os olhos e saborei o gosto do chocolate. Divino. 

Eu estava nas estrelas, por segundos esqueci onde eu estava e minha dor de cabeça, que martelava minha cabeça. 

Senti o chocolate derreter na minha boca e murmurei baixo, isso aqui tá uma delícia! Joguei a cabeça para trás e sorri satisfeita. 

Abri meus olhos e dei de cara com Eddie, que me olhou estranho. 

— Que foi, garoto? – Perguntei, ele negou com a cabeça. 

— Nada, só que isso foi estranho. – Ele se sentou ao meu lado, dessa vez eu quem fiquei confusa. 

— Isso o que? 

— Você desse jeito, foi bem esquisito, parecia outra coisa. – Por Jesus! Senti minhas bochechas esquentarem e eu o olhei com descrença. O mesmo deu um sorriso malicioso e eu me senti extremamente envergonhada. 

— Edward... toma vergonha na cara. – O olhei com uma carranca, ele ergueu os ombros. 

— Me desculpe, mas meio que pareceu. – Ele colocou um caderno na mesa. — Se importa de começarmos com matemática? A professora vai entrar na minha sala depois do almoço e eu preciso entender isso. – Ele folheava o caderno. 

𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬 𝐨𝐟 𝟖𝟔, 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora