𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬 𝐨𝐟 𝟖𝟔, 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧

𝐅𝐢𝐟𝐭𝐞𝐞𝐧

Quase 4 mil palavrasKKKKKKKKKKK
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April jogou todas as roupas da sua gaveta no chão, em busca de uma camiseta.

- Querida, pare de bagunça. - Georgia disse pegando as roupas do chão e as colocando na cama.

- Não! Tia, você não tá entendendo! Aquela maldita camiseta era do meu pai! Eu trouxe ela junto! - Ela jogou mais roupas no chão.

- Eu entendo, meu bem. Era uma das camisetas favoritas do seu pai e ela é especial pra você, mas não pode revirar o quarto agora, são 7 da manhã e você tem que se arrumar para ir pra escola! - Ela ignorou, pegando as roupas pelos cabides, olhando uma por uma e logo em seguida as jogando no chão. - Por favor, April! Quando chegarmos eu te ajudo a procurar! E se não acharmos vamos na sua outra casa e procuramos lá, mas agora, vai se trocar!

- Certo! Mas se não achar aquela porcaria eu vou revirar essa casa inteira! - Ela pegou as roupas que tinha separado na cama, e uma camiseta xadrez azul que estava jogando no chão, junto com o resto das roupas.

April tinha cismado que iria com a camiseta do pai. Dia 10 de abril faz um mês que seus pais morreram, e ela tinha coisas que a faziam se sentir perto deles. Como por exemplo, para se sentir perto da mãe, ela usava um relógio de pulso, era o favorito da mais velha e ele com toda a certeza a fazia se sentir próxima da mãe, mesmo ela não estando mais ali. E para se lembrar do pai, ela tinha uma camiseta cumprida d'Os Beatles. Para ela, era possível ver o pai naquela camiseta cantando alguma música aleatória, principalmente Eleanor Rigby.

Então, aquela camiseta era muito importante para ela. Não era só uma camiseta, era uma lembrança de alguém importante.

Ela saiu do banheiro com os cabelos úmidos e com o All Star preto na mão e se deparou com sua tia, dobrando peça por peça.

- O que você tá fazendo?!

- Dobrando suas roupas, só para não ficar bagunçado. - Ela passou a mão por uma camiseta do Guns n' Roses. - Talvez eu ache a camiseta do Bill. - Hill não respondeu, apenas se sentou na cama e começou a colocar os sapatos. Depois, pegou a caixinha e colocou os anéis que estavam dentro.

- Querida, tem certeza que você trouxe? - April lançou apenas um olhar severo sobre a tia, que ergueu as mãos. - Tudo bem. Já entendi. Você trouxe.

- É, eu trouxe. A gente pode descer agora, por favor? - Ela apontou para a porta e saiu antes de Georgia, que veio logo atrás.

Ela pegou a mochila que estava na sala, e foi em direção a porta da frente.

- April, espera! - Georgia puxou a sobrinha pela mão, a levando até a cozinha. - Não saia sem nem tomar um café. Você pode passar mal!

- Passar mal? Mas tia, eu nem com fome tô!

- Mas vai ficar! - Ela entregou uma xícara pra sobrinha, pegou um potinho com dois sanduíches dentro e enfiou na mochila da sobrinha. - Vê se come! - April balançou a cabeça, tomando todo o café. - Cadê o Jeffrey?

- O senhor Hill está na sala, senhora. - Uma das moças que limpa a casa disse. - Ele me falou que ia "tirar uma soneca" - April quase se engasgou com o café, ela colocou a mão no peito, tossiu algumas vezes e riu.

- Não acredito nisso! - Georgia andou furiosa até a sala, a Hill mais nova pegou a xícara e foi atrás da tia, querendo ver o que ela iria fazer. Ela viu a tia pegar uma almofada e bater com ela na cabeça do tio, e abriu os olhos assustados.

April riu alto ao ver o mais velho se levantar e olhar feio para a irmã.

- Que merda foi essa, G? - Ele franziu as sobrancelhas. - Nossa, doeu!