Grande Familia

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Talvez eu tenha sido um pouco má com Eddie, porque eu fui embora e nem sequer me despedir dele. Mas por favor, vejam meu lado, fazia mais de quatro anos que eu não via os meus tios - Logan e Frank -.

Meu pai era um homem muito chato, e como ele achava que os irmãos dele eram má influência (principalmente o tio Logan, e já já vocês vão ver o porque), ele preferia nos manter longe deles.

Quando eu disse que minha família vinha nos visitar as vezes, eu quis dizer a família da minha mãe, que não gostava da ideia de nunca ir visitar a filha e a neta.

Minha avó materna não gostava nem um pouco do meu pai. Para ela, ele era um velho chato e rabugento. Não posso discordar, meu pai nem sempre foi o cara mais bem humorado de todos. Pelo contrário, ele era bem chato.

Não sei quando ou porque ele começou a ser tão rude e mal humorado.

Lembro bem do dia em que ele começou a me tratar igual um lixo, nunca me senti tão mal e insuficiente igual me senti naquele dia. Com o tempo me acostumei a ter apenas o amor da minha mãe.

Esqueci o assunto e foquei no que meu tio dizia.

- ... Acho que nunca provei algo tão bom na minha vida inteira! - Ele disse animado, enquanto prestava atenção na estrada.

- Tem mil coisas melhores do que cantar em um palco para bêbados, tio! - tirei onda com sua cara, ele revirou os olhos.

- Não são bêbados, Pitchula, são admiradores! Sou bonito demais pra não receber a atenção necessária.

- Ora, tenha a santa paciência. - Bufei e ele riu. A genética de ego alto foi quase toda para ele, nunca vi alguém com a autoestima tão alta. - Você nem é lá essas coisas.

- Fala isso porque eu sou seu tio. Suas amigas ficaram doidas se me vissem. - Ele batucava no volante no ritmo da música, ele cantava baixinho. Na rádio tocava Billie Jean, Michael Jackson.

Meu tio não tem um gênero de música favorito, ele escuta de tudo um pouco, o que lhe agradar ele escuta.

- Como a tia Georgia deixou você sair com o carro dela? - Perguntei. Minha tia ama aquele carro, ele tem até um nome. Lindsey. Pois é, o carro não é O carro, é A carro. Não vou falar o que eu penso porque iram atirar pedras sobre minha cabeça.

- Ela não sabe. - Oi? - Ela saiu com Jeffrey e pediu pra eu vir te buscar, mas minha moto tá no conserto e eu não iria vir até aqui de bike, então...

Que legal. Se o carro chegar arranhado ela vai saber que andamos nesse troço e aí nós dois estamos fudidos.

- Jesus Cristo.

- Relaxa, Pichula, daqui 5 minutos a gente chega lá e ela nem vai perceber que o carro saiu da garagem.

E realmente depois de 5 minutos, chegamos em casa.

Meus planos eram chegar, tomar um banho, me deitar e assistir meu filme, mas como podem ver, ele vai ter que mudar.

Quando tio Logan estacionou o carro, vi três vultos correndo pela porta da frente, não tive muito tempo para raciocinar porque logo eles pularam em cima de mim, vi James - o cachorro - vir atrás, correndo igual um louco.

Me apoiei na parede e ele pulou em mim, junto com as crianças.

- April! - a voz do pequeno fofo, disse.

- April como faz pra ficar do seu tamanho? Tio Logan me disse que não vou crescer nunca mais! - Olhei para meu tio, que ergueu os ombros.

- April, meu dente caiu! Olha só! - Ele abriu um sorriso, mostrando o buraco entre os dentes.

𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬 𝐨𝐟 𝟖𝟔, 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora