𝐍𝐢𝐧𝐞

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Às 11, eu acordei, olhei para o lado e Robin já não estava mais lá. Cocei os olhos e olhei em volta, buscando por ela.

Sem pressa alguma fui ao banheiro e lavei meu rosto, prendi meu cabelo e desci as escadas.

Fui até a cozinha e Robin não estava lá também, mas como eu já estava lá, aproveitei e peguei uma xícara com muito café.

Escutei gargalhadas na sala e segui até o cômodo, me deparei com Robin e minha tia conversando e rindo de alguma coisa que não faço ideia.

Ao escutar meus passos, - que mesmo baixos por conta das minhas pantufas fofas - ambas olharam para mim e sorriram.

- Bom dia, querida! - A mais velha disse. - Chamei sua amiga para tomar café. Fui ao seu quarto ver se vocês estavam bem, e às 8 da manhã ela estava sentada na cama olhando para as paredes.

Robin é meio doida. Gosto disso nela.

- 8 da manhã? Por que tão cedo? - Perguntei.

- Porque obviamente eu não dormi! Eu te odeio por ter escolhido aquele filme! - Ela reclamou, revirei os olhos e minha tia riu.

- Todo mundo concordou! Vocês estavam brigando por filmes ridículos!

- Mas a gente podia assistir um filme de comédia!

- Pelo amor de Deus, Robin, quem gosta de comédia? - Ela me olhou indignada.

- Eu!

- Tudo bem, garotas! Sem brigas.

- Não estamos brigando, estamos apenas conversando. - Respondi e tia Georgia balançou a cabeça com deboche.

- Tá bom então, vai trocar de roupa. - Ela se levantou do sofá e foi até a entrada da casa. Robin se levantou e foi comigo no quarto.

- Sua cama é muito boa! - Ela falou, se jogando nela. - Eu dormiria aqui todos os dias só pela sua cama. - Ela abraçou um dos meus travesseiros e eu ri.

- Pode vir quando quiser, a cama é enorme e sempre cabe você aqui. - Peguei uma roupa leve, porque hoje tava um calor desgraçado. - Vou tomar um banho rapidinho.

- Tá, não esquece que a gente tem que encontrar o Eddie as 13:30. - Maldito seja esse seminário que não me dá um fim de semana de paz.

Eu tô me sentindo meio morta, tantos trabalhos e ainda faltam 3 meses! A porra de 3 meses!

Segundo o que nossos queridos professores dizem, é para caso nós, por algum motivo tirarmos nota baixa, temos esses trabalhos extras para repor e não precisarmos ficar de recuperação, ou até mesmo repetir de ano.

Meu maior pesadelo é repetir de ano. Toda vez que eu penso em largar os estudos e viver do dinheiro dos Hill, eu lembro da expressão de desgosto que meu pai faria, ou da tristeza da minha mãe.

Meu pai sempre fez de tudo para eu ser a melhor da classe. Sempre quando eu chegava em casa, eu comia algo e já ia fazer as atividades que ele me passava; sempre acima do meu ano. Por isso, meus professores da antiga escola, me idolatrava e no final do ano eu recebia meu diploma de melhor aluna do ano. Eu adorava ser o centro das atenções e esfregar na cara de qualquer um que eu tinha sido a melhor.

Mas, a partir do meu 8 ano, os diplomas pararam. Eu já não estudava tão rigorosamente. Meu pai tinha parado de me passar atividades e de tentar me ajudar a fazer as da escola.

A única coisa que aconteceu foi eu simplesmente começar a não ligar. Eu faltava 3 vezes por semana, minhas atividades não eram mais entregues e eu dormia nas aulas de matemática e inglês. Eu fui da melhor aluna, para a decepção da escola e da família, porque meu pai sempre fazia questão de jogar na minha cara o quão fracassada eu era. Eu quis morrer.

𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬 𝐨𝐟 𝟖𝟔, 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora