Strange New Home

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A dor em sua cabeça, era lancinante. 

Levou a mão até a mesma, apertando os olhos ao que levantava seu tronco. 

Sabia não estar em sua cama, pois a que estava não possuía o mesmo conforto. E foi ter essa fútil percepção que o fez abrir os olhos depois de estar sentado, varrendo os mesmos pelo pequeno cômodo iluminado apenas por uma luz fraca e amarelada no teto.

Os poucos móveis, um armário de ferro, uma pia e a pequena cama, -esta grudada na parede com auxilio de correntes - que ali haviam, eram muito obsoletos para o ano em que viviam, sem falar toda aquela escuridão foi o que fizeram-no lembrar que não estava mais em Vitalles.

Mas se não estava em Vitalles, onde ele estava?

Com esse questionamento em mente,  pulou para fora daquela cama estranha, apenas três passos foram o suficiente para que ele chegasse até a porta, esta que estaria trancada, - pensou ele -, então qual foi sua surpresa ao virar a fechadura e a mesma se abrir. Estranhou que seus supostos raptores a tivessem deixado aberta ou, talvez apenas tivessem se  esquecido de checá-la antes de sair.

Abriu-a com cuidado, colocando apenas a cabeça para fora, olhando o corredor silencioso e iluminado por lâmpadas de emergência que piscavam vez ou outra, vendo que haviam portas de ferro com pequenas janelinhas ao longo dele  e olhando para cima, viu que a sua própria possuía uma. Se perguntava que lugar seria aquele, contudo, não pretendia ficar ali e  descobrir, ele precisava fugir e dar um jeito de voltar para o lugar onde vivia e avisar os anciões sobre aquele lugar.

Passando pela porta, passou andar a passos rápidos, sem se importar se suas botas faziam barulho no piso bruto, vez ou outra olhava para trás para ver se alguém não aparecia atrás dele ou saía de algum daqueles quartos, seus ouvidos estavam atentos a  todo mínimo barulho, porém, tudo que ele ouvia eram as batidas rápidas de seu coração. Enquanto andava, tentou acessar seu dispositivo de pulso, mas ele não estava funcionando.

Todavia, quando estava quase chegando ao fim daquele imenso corredor, ouviu vozes que pareciam discutir, ainda que em meio aquela discussão, podia ouvir risos. Parou de supetão e se encostou contra a parede, com cuidado espiou pelo canto para ver em quantos estavam, no entanto, sentiu seu peito parar ao ouvir que uma voz em particular se dirigir a ele.

— Vai brincar de espião até quando, bonequinho?— arregalou os olhos, ele não se lembrava da pessoa, mas já havia ouvido aquela voz. — Você tem mesmo certeza que quer que eu vá até aí e te puxe pra cá?!

Fechando os olhos ao que inclinava a cabeça para trás, Jeon se permitiu tomar uma profunda respiração, antes de sair de seu esconderijo. A passos hesitantes andou em direção ao que parecia ser o salão daquele lugar.

Havia uma imensa mesa redonda, onde um grupo de rapazes olhava um amontoado de papéis. "Tão arcaico", - Jeon pensou-, se perguntava internamente se os mesmos não conheciam a tecnologia ainda, seriam eles algum tipo de povo primitivo? Jungkook duvidava, nunca havia ouvido falado se estes ainda existiam, até ao que era de seu conhecimento, não havia vida fora das barreiras das cidadelas. Mas ignorando os olhares curiosos acerca de sua pessoa, mirou seus olhos no que havia além dos mesmos, um painel com telas, todas reproduzindo em tempo real todos os corredores daquela instalação.

E ali ele percebeu que provavelmente nunca teria chance de fugir daquele lugar. 

Paralisou no lugar, ainda olhando as imagens que vez ou outra, mudavam de cenário e pelo que podia ver, tudo ali era devidamente muito organizado tanto quanto em Vitalles,ainda que a tecnologia parecia ter vinda dos livros que estudou sobre a antiga terra.

— Ei docinho, não precisa tanta timidez, venha e sente-se aqui do meu lado...se preferir pode sentar no meu colo. — O de cabelos brancos falou dando um piscada em direção ao moreno, este que bufou antes de cruzar os braços.

Estigma: Distrito 58Onde histórias criam vida. Descubra agora